"Venha e pegue-o, vadia!" (mensagem "escrita" para Nancy escrita por Freddy Krueger no corpo de uma vítima em coma).
Prontamente ignorando o segundo filme da franquia (tanto por ser ruim, quanto por não possuir relação temática para com a saga de Freddy Krueger), decidi conferir A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos, filme que marca a volta de Wes Craven ao posto criativo de roteirista (ao lado de Bruce Wagner), deixando o cargo de direção ao então novato Chuck Russell (O Máscara), que cumpre a função com competência. Com o avanço das técnicas de efeitos visuais desde o lançamento do filme original, esta segunda continuação ganha em termos de criatividade em termos de pesadelos e viagens psicodélicas, além de aparar algumas arestas deixadas pelo primeiro filme - na verdade, são tantas as arestas daquele, que nem esta terceira parte sozinha consegue dar conta.
Novamente estrelado por Heather Langerkamp e com as notáveis participações de uma ainda menina Patricia Arquette (de Ed Wood, mais conhecida por ter sido a sra. Nicolas Cage) e de um falastrão Laurence Fishburne (Matrix), aqui ainda assinando como Larry Fishburne, além do perfeito no papel Robert Englund, o eterno Freddy Krueger, A Hora do Pesadelo 3: Guerreiros dos Sonhos possui um script mais elaborado do que o do filme original, com uma abordagem distinta dos pesadelos e pela primeira vez estabelecendo um certo humor ao maníaco Krueger, aspecto este que infelizmente marcou uma espécie de decadência da série após este episódio, visto que foi sendo exageradamente abordado nas sequências seguintes, transformando assim uma série de horror num pastiche cômico (mas isto é um tema a ser discutido na análise dos futuros filmes).
Ainda mais que o filme de 1984, este terceiro capítulo da franquia A Hora do Pesadelo é marcado pela cultura pop dos anos 1980, do carregado visual - o que dizer da exploração do então jovem RPG no longa e da concepção de visual matador de um dos adolescentes do filme quando no mundo dos sonhos? - e da trilha sonora característica, tanto a nomeada score - a trilha instrumental, no caso -, dessa vez a cargo de Angelo Badalamenti (Veludo Azul) quanto às músicas incidentais, a cargo da então estourada banda de hard rock Dokken (são apresentadas dois hits do grupo, Into the Fire, escutada pela personagem de Arquette nos minutos iniciais do filme e Dream Warriors, escrita diretamente para o filme e executada durante os créditos finais deste).
Não diria que A Hora do Pesadelo 3: Guerreiros dos Sonhos é um filme melhor ou pior do que o original, até por que, apesar de produzido apenas três anos após este, Guerreiros dos Sonhos possui personalidade própria, estabelecendo um novo caminho a ser (em geral mal) traçado pelas continuações posteriores, além de ter ganho um notável crescimento em termos de orçamento e produção, comprovadas pelo nível de abordagem e dos efeitos aplicados aos pesadelos (tanto as mortes, quanto aos cenários destas).
Mais divertido do que o filme original, porém menos tenso e "assustador", A Hora do Pesadelo 3: Guerreiros dos Sonhos teve a contribuição de Frank Darabont (diretor de O Nevoeiro e co-criador da série The Walking Dead) e de Russell na elaboração do script, talvez vindo dessa verdadeira reunião para a elaboração deste as novas características apresentadas pelo filme. Sendo assim, apesar de não ser tão marcante quanto o primeiro, Guerreiros dos Sonhos é uma sequência digna e dona de personalidade própria, soando tão divertida e non-sense quanto o filme original, mas se dará medo hoje, cabe apenas a você descobrir.
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Bilheteria: Box Office Mojo