Mostrando postagens com marcador mark swift. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mark swift. Mostrar todas as postagens

12 agosto, 2012

Freddy vs. Jason (EUA, 2003).


E pensar que já completará quase uma década do lançamento desse que foi um dos encontros de personagens mais esperados da história do cinema, lembro como hoje quando corri à videolocadora e me vi no dilema entre escolher alugar o primeiro Piratas do Caribe ou Freddy vs. Jason: obviamente tive que deixar a oportunidade de "conhecer" o hoje icônico personagem Jack Sparrow de lado para acompanhar o encontro de dois dos personagens mais queridos de minha infância, os assassinos surreais Freddy Krueger e Jason Vorhees.

É certo que desde àquela época o filme dirigido pelo chinês Ronny Yu (O Mestre das Armas) não era um espetáculo de criatividade ou possuidor de um subtexto próximo ao dos longas ao qual deve sua origem, A Hora do Pesadelo e Sexta-Feira 13, respectivamente. Enfim, sendo mais claro, Freddy vs. Jason é nada mais do que um emaranhado de situações conectadas por um roteiro previsível e de originalidade quase nula, mas que presta um tributo competentíssimo aos filmes solo dos personagens, além de ser praticamente do início ao fim um colchão de retalhos de homenagens a momentos marcantes das franquias dos mesmos. Praticamente todos os elementos principais dos filmes da década de 1980 estão reproduzidos no filme de Yu, com direito a muitos seios à mostra, adolescentes imbecilizados, a tríade sexo / bebida alcoólica / maconha, além das mais absurdas mortes recheadas de sangue e vísceras, tudo isso com um toque de humor (involuntário?) que faz com que a trama pueril divirta do início ao fim.

Deixando o saudosismo de lado, Freddy vs. Jason, mesmo distante quase 20 anos dos filmes que deram origem aos seus personagens-título, continua vítima de alguns elementos frágeis, como o péssimo elenco jovem (talvez esta seja uma marca indelével do gênero terror teen), o orçamento curto e o foco primeiro na elaboração de sequências que levem a morte de forma inusitada, em detrimento do argumento que justificariam tais mortes. Contudo, se desde o estabelecimento da fórmula dos slasher movies praticamente esta permanece a mesma, não seria a responsabilidade (e competência) de um filme "homenagem" a de mudar este paradigma. No mais, é certo que mesmo com suas (várias) falhas Freddy vs. Jason é sim um filme divertido, traz pelo menos um novo elemento ao universo desses dois ícones (a aposta em cenas de ação), além de promover o resgate bacana destes, ponto este infelizmente sabotado pelos reboots feitos dos filmes originais destes personagens, respectivamente em 2009 e 2010.

Tecnicamente o filme acaba pecando no que tange aos efeitos visuais em computação gráfica, que se à época já não eram um primor, hoje já se mostram  bem mais frágeis (para não dizer toscos). Em contrapartida, os efeitos de maquiagem e a direção de fotografia (a cargo de Fred Murphy) continuam bacanas, tendo este último conseguido reciclar as imagens icônicas das franquias sem que perder a identidade das mesmas. Por fim, outro ponto baixo fica por conta da trilha original assinada por Graeme Revell (Um Drink no Inferno), que não apresenta nenhum novo tema marcante, saindo-se bem apenas quando recicla os temas originais dos primeiros filmes de Freddy e Jason.

Contando com os retornos de Robert Englund e Ken Kirzinger como intérpretes de Freddy e Jason (este último não foi o único a vestir a máscara do personagem, já que antes dele Kane Hodder o interpretou), revisitando os melhores pesadelos e chacinas promovidos (além de elementos de maquiagem, em especial de Krueger, que perpassam por todas as "encarnações" do personagem, inclusive a versão feita por Wes Craven, criador do personagem, em O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger) pela franquia dos "heróis" e entregando um duelo no mínimo divertido entre estas entidades do mal, Freddy vs. Jason é inquestionavelmente um filme bobo, mas inserto naquilo a que se pretendia, sem mais nem menos. Você pode tomá-lo por um filme de ação com muito sangue exposto ou uma comédia de humor negro recheada de ação, mas horror mesmo passa longe, como as próprias franquias dos personagens já tinham abandonado há tempos, trazendo no máximo um ou outro susto pontual. Há quase dez anos curti o filme e hoje, mesmo em processo de amadurecimento constante e com um olhar inquestionavelmente distinto daquele, curti tanto quanto, mesmo não me encaixando mais no universo do público-alvo do filme. Mas como algum sábio falou que a juventude é eterna, adolescente permanecerei.

AVALIAÇÃO:  
TRAILER:

Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo