"Testemunhe o momento que transformará o nosso mundo" (Livre tradução da frase disposta no poster promocional do filme).
Após uma bem sucedida trilogia lançada nos anos 2000, eis que surgiu a "necessidade" de se dar novo gás a franquia X-Men (especialmente após o fiasco artístico apresentado em X-Men Origens: Wolverine, de 2009) e, ao invés de apostar numa sequência direta ou até mesmo num remake/reboot, os envolvidos resolveram apostar numa prequel, cujo foco reside na juventude de dois dos personagens mais destacáveis dos filmes anteriores: professor Charles Xavier (aqui interpretado por James McAvoy, de Em Transe) e Erik Lensherr, vulgo Magneto (composto por Michael Fassbender, de O Conselheiro do Crime). Contando com a direção do britânico Matthew Vaughn (Kick-Ass - Quebrando Tudo) e produção de Bryan Singer (figura responsável pela direção dos dois primeiros X-Men), X-Men: Primeira Classe representa uma nova e bem-vinda abordagem da franquia, especialmente por recortar o contexto dos filmes anteriores (obviamente, com menos ênfase no preconceito sedimentado entre a humanidade e destacando mais a descoberta da mutação em si) e aplicá-lo em uma época (literalmente) distinta, a década de 1960, imprimindo uma cara própria a produção, que brinca com a história ao conjugar eventos reais (como o conflito advindo da "invasão" da Baia dos Porcos pelos soviéticos) ao universo cinematográfico dos X-Men.
Não apenas esteticamente, mas estilisticamente é perceptível neste filme uma ruptura para com a trilogia anterior, ruptura essa que perpassa tanto o visual do filme quanto a construção da trama, tendo esta contornos mais "leves" que os demais filmes, além de possuir um senso de humor particular. Tudo isto, obviamente, trazido com pulso firme por Matthew Vaughn, que soube imprimir sua personalidade ao universo mutante, criando um filme com uma cara própria, sem necessariamente "sabotar" os demais.
Um dos elementos mais acertados do filme está na sua montagem (os responsáveis foram Eddie Hamilton e Lee Smith), que, ao lado de Vaughn, conseguiram condensar uma trama um tanto extensa - tanto devido ao grande número de personagens, quanto a sua própria ambição histórico-narrativa - sem negligenciar em excesso alguns de seus personagens e sem deixar o ritmo enfadonho, combinando bem sequências de ação a outras cujo foco reside com mais força no cômico ou no drama. Duas figuras são destaque em cada um destes segmentos: James McAvoy possui um ótimo timming cômico, enquanto Michael Fassbender (O Conselheiro do Crime) confirma mais uma vez sua magnetismo (desculpem o trocadilho) como ator, especialmente nas cenas de cunho dramático. A música de Henry Jackman (Capitão Phillips) servem bem a narrativa, escancarando as influências "bondianas" apresentadas por Vaughn durante a construção de várias sequências de ação e em especial a personalidade do personagem Sebastian Shaw, o grande vilão do filme, interpretado com propriedade por Kevin Bacon (O Homem Sem Sombra).
Visualmente o filme também mostra-se acertado, já que conta com um desenho de produção bastante interessante, que flerta com o "fantástico", mas sem deixar de referenciar as peças e obras dos anos 1960 - mérito do design de produção Chris Seagers, de Dèjá Vu) e encaixando-se muito bem ao estilo visual de Vaughn e do diretor de fotografia John Mathieson (Os Vigaristas). O desenho de som também se apresenta competente, porém os efeitos especiais já encontram-se "cansados", indicando até mesmo certo despreparo da equipe (apesar desta ter sido liderada pelo competente John Dykstra (vencedor do Oscar por Homem-Aranha 2) e confirmando a teoria de que o rateio de empresas de efeitos especiais digitais (pelo menos seis trabalharam no filme) acabam por contribuir sobremaneira para a irregularidade visual do filme. A falta de "realismo" de muitos dos efeitos não chegam a prejudicar o andamento e o gosto pelo filme, mas não deixa de ser um ponto baixo a ser destacado.
Não apenas esteticamente, mas estilisticamente é perceptível neste filme uma ruptura para com a trilogia anterior, ruptura essa que perpassa tanto o visual do filme quanto a construção da trama, tendo esta contornos mais "leves" que os demais filmes, além de possuir um senso de humor particular. Tudo isto, obviamente, trazido com pulso firme por Matthew Vaughn, que soube imprimir sua personalidade ao universo mutante, criando um filme com uma cara própria, sem necessariamente "sabotar" os demais.
Um dos elementos mais acertados do filme está na sua montagem (os responsáveis foram Eddie Hamilton e Lee Smith), que, ao lado de Vaughn, conseguiram condensar uma trama um tanto extensa - tanto devido ao grande número de personagens, quanto a sua própria ambição histórico-narrativa - sem negligenciar em excesso alguns de seus personagens e sem deixar o ritmo enfadonho, combinando bem sequências de ação a outras cujo foco reside com mais força no cômico ou no drama. Duas figuras são destaque em cada um destes segmentos: James McAvoy possui um ótimo timming cômico, enquanto Michael Fassbender (O Conselheiro do Crime) confirma mais uma vez sua magnetismo (desculpem o trocadilho) como ator, especialmente nas cenas de cunho dramático. A música de Henry Jackman (Capitão Phillips) servem bem a narrativa, escancarando as influências "bondianas" apresentadas por Vaughn durante a construção de várias sequências de ação e em especial a personalidade do personagem Sebastian Shaw, o grande vilão do filme, interpretado com propriedade por Kevin Bacon (O Homem Sem Sombra).
Visualmente o filme também mostra-se acertado, já que conta com um desenho de produção bastante interessante, que flerta com o "fantástico", mas sem deixar de referenciar as peças e obras dos anos 1960 - mérito do design de produção Chris Seagers, de Dèjá Vu) e encaixando-se muito bem ao estilo visual de Vaughn e do diretor de fotografia John Mathieson (Os Vigaristas). O desenho de som também se apresenta competente, porém os efeitos especiais já encontram-se "cansados", indicando até mesmo certo despreparo da equipe (apesar desta ter sido liderada pelo competente John Dykstra (vencedor do Oscar por Homem-Aranha 2) e confirmando a teoria de que o rateio de empresas de efeitos especiais digitais (pelo menos seis trabalharam no filme) acabam por contribuir sobremaneira para a irregularidade visual do filme. A falta de "realismo" de muitos dos efeitos não chegam a prejudicar o andamento e o gosto pelo filme, mas não deixa de ser um ponto baixo a ser destacado.
"Original" à sua maneira, X-Men: Primeira Classe representa um respiro mais que bem vindo a franquia mutante, especialmente após os dois últimos títulos pertencentes a esta, o irregular X-Men: O Confronto Final e o risível X-Men Origens: Wolverine. Construído com um clima mais próximo a uma matinê - não apenas pelo estilo 007 clássico empregado, mas pela época retratada em si (apesar do estado de periculosidade iminente -, mas sem deixar de debater assuntos sérios (o contorno aqui certamente é o mais político de todos os filmes da franquia), este reboot-sequência se enquadra, ao lado dos dois primeiros títulos, X-Men - O Filme e X-Men 2, como o melhor exemplar da série (quiçá o melhor dentre os melhores). Certamente alguns pequenos detalhes poderiam ter sido desenvolvidos de maneira ainda melhor (o filme sempre dá um salto de qualidade quando foca os personagens Xavier e Magneto, estejam estes juntos em cena ou não), mas talvez o fato de ter remexido tanto seu roteiro (o primeiro tratamento foi dado por Ashley Miller e Zack Stentz, baseado em um argumento proposto por Bryan Singer e Sheldon Turner e revisto por Jane Goldman em conjunto com Vaughn) tenha deixado algumas pequenas incongruências na ligação do enredo. Todavia, independentemente de um ou outro "vacilo", o produto final X-Men: Primeira Classe sagra-se como muito bom.
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