02 maio, 2014

Loucamente Apaixonados (Like Crazy, EUA, 2011).

"Eu quero você. Eu preciso de você. Eu te amo. Eu sinto a sua falta. Como louco(a)" (Livre tradução do texto disposto no poster promocional do filme).
 Grande vencedor do Festival de Cinema de Sundance - o filme levou o prêmio do júri -, Loucamente Apaixonados é um romance que segue a escola intimista e documental estabelecida por Antes do Amanhecer (e suas continuações), de Richard Linklater, com um toque de pessimismo do cineasta Derek Ciafrance, especialmente no seu trabalho mais conhecido, Namorados para Sempre. Dirigido e co-escrito por Drake Doremus (Douchebag) - o outro roteirista é o também ator Ben York Jones -, a obra faz um apanhado direto de um relacionamento à distância. Problemática que ganhou novas cores na contemporaneidade - hoje, além das várias possibilidades de deslocamento, temos a Internet e as inúmeras ferramentas de telecomunicação como instrumentos indispensáveis para a consecução de tal sonho -, a análise realizada por Doremus e York Jones mostra-se acertada e acaba sendo coroada pelas performances convincentes da dupla de atores principal, Anton Yelchin (Star Trek) e Felicity Jones (Histeria).

Apesar de não apresentar grandes mudanças em sua trama e apostar numa narrativa cronológica e direta, o filme consegue manter o espectador interessado aos desencontros provocados ou não pelos personagens principais. É perceptível que houve muito improviso por parte de Yelchin e Jones na construção dos diálogos, o que deu um maior toque de naturalidade ao relacionamento entre seus personagens. A direção de Doremus parece optar por intervir o mínimo possível na dinâmica dos atores, investindo sua energia na composição de cena - este, ao lado do diretor de fotografia John Guleserian (Questão de Tempo), enquadram algumas cenas belíssimas - e na ambientação. Loucamente Apaixonados pode ter um ritmo lento e não ousar na construção da trama e em seu desenvolvimento, mas o assunto (e a forma) abordado e o carisma de seus personagens (especialmente a dupla principal) são mais do que suficientes para manter a atenção do espectador, que certamente acabará "conectado" com o casal protagonista. É válido destacar a presença discreta - mas acertada - de Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida), aqui pré-Oscar e Jogos Vorazes, que confirma seu talento mesmo com pouquíssimo tempo de tela.

Custando a bagatela de 250 mil dólares - e faturando pouco mais de três milhões mundialmente -, Loucamente Apaixonados é um drama romântico antenado aos anseios de parte da geração atual que não se furta em entregar um trabalho coeso, sem necessariamente entregar um ponto final a trajetória de seus personagens. Há muito choque de egos e vontades entre estes e alguns caminhos tomados parecem tanto caminhar para a congruência entre eles, como também provocar uma cisão. O final aberto dá um toque especial ao longa e, mesmo que tal decisão não seja hoje mais novidade, acaba dando ao filme um tempero a mais, pois convida o espectador à reflexão acerca não apenas do romance entre os personagens de Yelchin e Jones, mas principalmente da estrutura montada para se viver um relacionamento à distância.

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