"Uma vez que você a veja, nada poderá salvá-lo" (Livre tradução da chamada do poster).
Um bom filme de terror traz consigo duas coisas: sustos e tensão. Apesar de não alcançar o ápice em ambas as situações, A Entidade, de Scott Derrickson (O Exorcismo de Emily Rose) se sai muito bem como um filme de mistério e ocultismo, especialmente por seguir o caminho trilhado pelos grandes clássicos do gênero e apostar mais na sugestão do que na exposição das imagens. Trazendo um bom elenco - encabeçado pelo não muito valorizado Ethan Hawke (Antes do Amanhecer) - e apostando nos sustos efetivos - apesar dos efeitos sonoros e trilha cansados -, o filme sagra-se como um bom respiro a mesmice do gênero na última década e, mesmo não trazendo uma premissa inovadora narrativa ou tecnicamente, cumpre bem o papel de entreter através do medo.
Confesso que me sinto atraído por temas que envolvam ocultismo, magia negra, rituais afro e mitologias obscuras e, por abraçar em parte tais elementos o filme acabou despertando ainda mais interesse. Basicamente focado no relacionamento entre o escritor em baixa (Hawke) e sua família, recém-mudada para uma casa "vítima" de um terrível acontecimento, o mote principal da obra acaba resumida a dicotomia entre a curiosidade/obrigação da personagem de Hawke em realizar seu trabalho e sua posição de líder e pai de família, cuja missão primordial é proteger seus entes queridos. Obviamente, por seguir certas convenções, a personagem acaba demorando bastante até perceber que esteve mexendo com algo errado, mas sem esta ação desastrosa provavelmente não teríamos um filme de horror.
Realizado com um custo baixíssimo, A Entidade acerta por se tratar de um filme intimista, dono de um enredo de fácil assimilação e de um elenco carismático, que em nenhum momento se comporta de forma estereotipada ou falsa, reproduzindo, na medida do possível, comportamentos parecidos com os que qualquer pessoa tida como "normal" fariam caso passassem pelas provações apresentadas no longa. Porém, apesar do esforço em convencer o espectador de maneira natural, alguns elementos não casam tão bem ao filme, como os efeitos digitais da misteriosa "entidade" título e o excesso de ruídos e estrondos que, ao invés de auxiliarem o susto, acabam por antecipá-lo - falha narrativa - ou simplesmente anulá-lo. Creio que a cartilha do horror deva ser seguida, mas há coisas que não funcionam e a sonoplastia deste filme prova isso.
Escrito por Scott Derrickson e C. Robert Gargill, o roteiro do filme é um de seus pontos altos, não pela inovação em si, mas sim pela coerência e pelo jogo de cintura ao construir gradativamente tanto as relações entre as personagens que habitam a casa, quanto a resolução dos mistérios acerca desta. Um grande sucesso de bilheteria - cada vez mais Hollywood aposta na fórmula de produzir filmes de horror baratíssimos, mas com grande possibilidade retorno financeiro -, A Entidade é um entretenimento bacana, que investe bastante na sugestão e não tem "medo" de apostar em um desfecho um tanto pessimista. Não vai salvar o gênero - nem nunca o pretendeu -, mas também não ajuda a afundá-lo como tantos outros títulos lançados ultimamente.
Confesso que me sinto atraído por temas que envolvam ocultismo, magia negra, rituais afro e mitologias obscuras e, por abraçar em parte tais elementos o filme acabou despertando ainda mais interesse. Basicamente focado no relacionamento entre o escritor em baixa (Hawke) e sua família, recém-mudada para uma casa "vítima" de um terrível acontecimento, o mote principal da obra acaba resumida a dicotomia entre a curiosidade/obrigação da personagem de Hawke em realizar seu trabalho e sua posição de líder e pai de família, cuja missão primordial é proteger seus entes queridos. Obviamente, por seguir certas convenções, a personagem acaba demorando bastante até perceber que esteve mexendo com algo errado, mas sem esta ação desastrosa provavelmente não teríamos um filme de horror.
Realizado com um custo baixíssimo, A Entidade acerta por se tratar de um filme intimista, dono de um enredo de fácil assimilação e de um elenco carismático, que em nenhum momento se comporta de forma estereotipada ou falsa, reproduzindo, na medida do possível, comportamentos parecidos com os que qualquer pessoa tida como "normal" fariam caso passassem pelas provações apresentadas no longa. Porém, apesar do esforço em convencer o espectador de maneira natural, alguns elementos não casam tão bem ao filme, como os efeitos digitais da misteriosa "entidade" título e o excesso de ruídos e estrondos que, ao invés de auxiliarem o susto, acabam por antecipá-lo - falha narrativa - ou simplesmente anulá-lo. Creio que a cartilha do horror deva ser seguida, mas há coisas que não funcionam e a sonoplastia deste filme prova isso.
Escrito por Scott Derrickson e C. Robert Gargill, o roteiro do filme é um de seus pontos altos, não pela inovação em si, mas sim pela coerência e pelo jogo de cintura ao construir gradativamente tanto as relações entre as personagens que habitam a casa, quanto a resolução dos mistérios acerca desta. Um grande sucesso de bilheteria - cada vez mais Hollywood aposta na fórmula de produzir filmes de horror baratíssimos, mas com grande possibilidade retorno financeiro -, A Entidade é um entretenimento bacana, que investe bastante na sugestão e não tem "medo" de apostar em um desfecho um tanto pessimista. Não vai salvar o gênero - nem nunca o pretendeu -, mas também não ajuda a afundá-lo como tantos outros títulos lançados ultimamente.
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