11 abril, 2013

O Ditador (The Dictator, EUA, 2012).


O grande mal de O Ditador não se encontra em sua retórica extremista, em sua linguagem abusiva ou em sua narrativa apelativa. O grande problema do filme é que na maior parte do tempo ele não tem graça. Apesar de não ser tão expositivo quanto Bruno, filme anterior da dupla Larry Charles (diretor) / Sacha Baron Cohen (ator e co-roteirista), a obra que brinca com os clichês e, por que não, preconceitos do povo ocidental perante os "bárbaros" - muitos o são - do oriente médio tem boas sacadas e expõe com certa competência nossas impressões acerca dos governos do Irã e Arábia Saudita, por exemplo, mas a piada no entorno desse caldeirão de referências não é muito bem resolvida, soando ora tola demais, ora "intelectualizada" demais. O único meio termo é o riso contido emanado ao conferir qualquer uma destas.

É mais que sabido que o comediante e ator Sacha Baron Cohen é um cara criativo e pouco dado a sutilezas, porém aqui a impressão que se dá é que o mesmo foi podado em alguns momentos, talvez pela má recepção de seu filme anterior ou mesmo pela "delicadeza" do tema abordado desta vez. O fato é que o humor do filme não flui tão bem, mesmo que seja possível enxergar lampejos de criatividade à lá Borat, primeiro sucesso da carreira de Cohen (e, por sinal, seu melhor trabalho até então).

Tecnicamente não há muito o que se comentar, até por que o diretor Larry Charles aposta no convencional em sua abordagem visual, optando por destacar a personagem de Cohen em contraponto ao extravagante Estados Unidos da América (aos olhos desta personagem). Destacaria a fotografia do filme (a cargo de Lawrence Sher, de Se Beber Não Case), que explora bem a luz - dando ao filme um tom de fantasia/devaneio, por assim dizer - e a trilha sonora de Erran Baron Cohen (irmão de Sacha), que "sintetiza" com competência temas que remetem ao outro lado do hemisfério.

Contando com a presença de Anna Faris (franquia Todo Mundo em Pânico) e de sir Ben Kingsley (A Morte e a Donzela) em papeis menores, mas importantes à trama - apesar de achar o de Kingsley ridículo  -, além das pontas de John C. Reilly (Deus da Carnificina), Edward Norton (Clube da Luta) e Megan Fox (Transformers), O Ditador acabou não repetindo o sucesso de bilheteria dos dois filmes anteriores de Charles e Cohen, Borat e Bruno, mas isso não quer dizer que este seja ruim ou descartável. Infelizmente, seu maior problema é justamente o cerne de seu gênero e o fato de uma comédia não ter tanta graça pesa bastante, contudo algumas boas intenções, somadas a coragem do tema, fazem deste um entretenimento agradável, mesmo que pouco engraçado.

AVALIAÇÃO
TRAILER

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