"Um implacável chefão do crime. 20 policiais de elite. 30 andares de caos" (Livre tradução do texto disposto no cartaz oficial do filme).
Certamente não há rompantes de profundidade neste Operação Invasão, produção da Indonésia que fez bastante barulho em festivais de cinema ao redor do globo, mas em contrapartida é, inquestionavelmente, uma das grandes surpresas dos gêneros policial/ação nos últimos anos, tanto pelo estilo próprio de abordagem - que mistura o visual moderno com uma violência visceral, utilizando muito bem os efeitos digitais como complemento à ação - quanto pela proposta em si, já que transforma uma trama de invasão a um prédio, simples e batida, num festival de tensão e interesse. Tudo isso sem contar com um grande orçamento, astros internacionais ou um diretor conhecido. No fim, nada disso importa, pois o grande barato do filme encontra-se nesta imprevisibilidade apresentada. Espécie de mangá/anime live-action - apesar de não ser uma obra japonesa ou uma adaptação de uma obra deste país -, o filme é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores produções de ação lançadas nos últimos anos.
O diretor e roteirista Gareth Evans se apresenta aqui como um talento latente, visto que mostra um raro equilíbrio entre inventividade e coerência narrativo-visual, construindo os três arcos da trama de maneira clara e dinâmica, além de aplicar um estilo de filmagem bastante peculiar, possivelmente influenciado pela geração de cineastas "surgidos" no início dos anos 2000, como Antoine Fuqua, Zack Snyder, Guy Ritchie e até mesmo Fernando Meirelles (por conta do seu Cidade de Deus). É claro que esta referência encontra-se apenas na composição visual, até por que Operação Invasão tem um enredo bastante característico e, como dito acima, não está lá preocupado em construir uma trama com ecos de profundidade, mas sim investir em tensão e agonia como o objetivo de amplificar a ação proposta pelo filme.
Apesar do estilo de Evans se encaixar muito bem em todos os setores da produção, é impossível não destacar sua composição das cenas de lutas marciais, que além de muitíssimo bem coreografadas, são captadas de forma a proporcionar uma imersão quase que total do espectador naquele ambiente, aumentando assim o impacto das mesmas, além de garantir certa realidade às cenas. É óbvio que, como a maioria dos filmes que possuem os combates marciais como elemento narrativo, convenções são aplicadas e temos aqui as mesmas lutas de um indivíduo contra vários oponentes, mas a construção da tensão ao redor das sequências é tão bem bolada, que o convencional torna-se novo, contribuindo assim para o selamento do sucesso do filme.
Aplaudido em festivais de renome mundial, como Sundance e Toronto, Operação Invasão transformou-se rapidamente uma sensação cult - inclusive despertando o interesse da "sapiente" Hollywood para uma refilmagem -, mas que infelizmente não se refletiu em um grande sucesso de bilheteria, apesar do grande potencial. Finanças à parte, eis que Operação Invasão surge como mais uma prova de que o cinema de gênero encontra-se cada vez mais internacional e universal, onde uma produção bancada e filmada na até então inexpressiva (cinematograficamente falando) Indonésia consegue superar grandes títulos norte-americanos, ingleses e franceses (para ficar nos mais óbvios) do gênero, tanto em qualidade técnica, quanto no âmbito narrativo, utilizando uma premissa simples (e, por que não, óbvia) e construindo um verdadeiro pandemônio de eventos, que pode até cansar um pouco a audiência devido ao confinamento envolto em quase toda a obra, mas que não deixa de ser muito bem apresentado. Um filme de ação sem papas na língua ou remorso de mostrar-se violento, seria um bom resumo a este primeiro trabalho do hoje provavelmente bastante sonsado Gareth Evans.
O diretor e roteirista Gareth Evans se apresenta aqui como um talento latente, visto que mostra um raro equilíbrio entre inventividade e coerência narrativo-visual, construindo os três arcos da trama de maneira clara e dinâmica, além de aplicar um estilo de filmagem bastante peculiar, possivelmente influenciado pela geração de cineastas "surgidos" no início dos anos 2000, como Antoine Fuqua, Zack Snyder, Guy Ritchie e até mesmo Fernando Meirelles (por conta do seu Cidade de Deus). É claro que esta referência encontra-se apenas na composição visual, até por que Operação Invasão tem um enredo bastante característico e, como dito acima, não está lá preocupado em construir uma trama com ecos de profundidade, mas sim investir em tensão e agonia como o objetivo de amplificar a ação proposta pelo filme.
Apesar do estilo de Evans se encaixar muito bem em todos os setores da produção, é impossível não destacar sua composição das cenas de lutas marciais, que além de muitíssimo bem coreografadas, são captadas de forma a proporcionar uma imersão quase que total do espectador naquele ambiente, aumentando assim o impacto das mesmas, além de garantir certa realidade às cenas. É óbvio que, como a maioria dos filmes que possuem os combates marciais como elemento narrativo, convenções são aplicadas e temos aqui as mesmas lutas de um indivíduo contra vários oponentes, mas a construção da tensão ao redor das sequências é tão bem bolada, que o convencional torna-se novo, contribuindo assim para o selamento do sucesso do filme.
Aplaudido em festivais de renome mundial, como Sundance e Toronto, Operação Invasão transformou-se rapidamente uma sensação cult - inclusive despertando o interesse da "sapiente" Hollywood para uma refilmagem -, mas que infelizmente não se refletiu em um grande sucesso de bilheteria, apesar do grande potencial. Finanças à parte, eis que Operação Invasão surge como mais uma prova de que o cinema de gênero encontra-se cada vez mais internacional e universal, onde uma produção bancada e filmada na até então inexpressiva (cinematograficamente falando) Indonésia consegue superar grandes títulos norte-americanos, ingleses e franceses (para ficar nos mais óbvios) do gênero, tanto em qualidade técnica, quanto no âmbito narrativo, utilizando uma premissa simples (e, por que não, óbvia) e construindo um verdadeiro pandemônio de eventos, que pode até cansar um pouco a audiência devido ao confinamento envolto em quase toda a obra, mas que não deixa de ser muito bem apresentado. Um filme de ação sem papas na língua ou remorso de mostrar-se violento, seria um bom resumo a este primeiro trabalho do hoje provavelmente bastante sonsado Gareth Evans.
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