27 junho, 2013

Jack - O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, EUA, 2013).



Qual seria o problema de Jack - O Caçador de Gigantes? Um elenco fraco? Não, longe disso. Baixo orçamento? Nem um pouco, visto que o mesmo é bem mais que generoso. História batida? Talvez um pouco, mas a premissa gera interesse. Diretor iniciante? Pelo contrário, temos aqui um nome mais que consagrado na indústria de filmes norte-americana. Então, repito, qual seria o problema com o filme? O problema é que não há novidade, não há desenvolvimento à trama, é tudo muito previsível, muito "jogado" em tela. Dessa forma, apesar de na teoria possuir um cabedal de elementos que poderiam torna-lo um filme uma excelente, a falta de profundidade do roteiro, o desenvolvimento raso dos personagens, as atuações pouco inspiradas e uma direção sem característica própria - o que é mostrado em tela poderia ter sido feito por qualquer diretor iniciante - acabam por tornar esta uma obra no máximo mediana, sem grandes atrativos.

Bastante apoiado no efeito 3D - conferi a versão 2D, mas fica óbvio, na composição das cenas, a "pegada" em três dimensões do filme - e com um tom bastante infantilizado, Jack - O Caçador de Gigantes pode ser caracterizado como um filme morno, de longe o mais fraco da boa filmografia de Bryan Singer (X-Men) e que, apesar de possuir alguns bons momentos, nunca empolga, seja nas sequências de ação - apoiadas à exaustão nos efeitos digitais -, seja na condução de seus personagens, que se mostram bastante unidimensionais, inclusive o duo central formado por Jack (Nicholas Hoult, de X-Men: Primeira Classe) e  Isabelle (Eleanor Tomlinson, de O Ilusionista). Enquanto esta não convence, visto que sua capacidade de atuação apresentada aqui é bem fraquinha, o primeiro sofre com o péssimo desenvolvimento dado pelo roteiro de David Dobkin (Penetras Bons de Bico), Dan Studney e Darren Lemke (Shrek Para Sempre) - revisado por Christopher McQuarrie (Jack Reacher - O Último Tiro) -, o que praticamente anula qualquer tentativa de convencimento por parte do - este sim bom - ator.

Apesar de alguns elementos não estarem alinhados - como a direção pouco inspirada e as atuações nada além do comum -, o pior ponto do filme encontra-se mesmo na formatação do seu roteiro, visto que apesar do mesmo se sair bem no quesito aventura, fica devendo bastante no que se refere a construção dos diálogos, a composição dos personagens (inclui-se aí tanto informações quanto as motivações deles, como também seu posicionamento no universo abordado pelo filme) e à evolução da trama como um todo, que vai do genérico - a abertura "chupada" de Hellboy II: O Exército Dourado - ao pouco inspirado - o miolo do filme é bem sem graça -, culminando numa sequência final até empolgante, porém, não são algumas boas cenas de ação que tirarão a obra do lugar comum. 

Com efeitos visuais irregulares - a impressão que se passa é a de que foi destinado um cuidado maior a um punhado de gigantes, enquanto a outros não -, ritmo lento, excesso de personagens e tom pouco atrativo - aposto que nem as crianças comprarão a ideia do filme -, Jack - O Caçador de Gigantes não consegue passar por cima do estigma negativo das produções recentes baseadas ou inspiradas em contos de fada ou lendas de conotação infantil, tendo o agravante de possuir o que talvez seja o melhor elenco dentre estas - passam pelo filme nomes como Ewan McGregor (O Impossível), Stanley Tucci (Jogos Vorazes), Ian McShane (Piratas do Caribe: Navegando em Águas Perigosas), Eddie Marsan (V de Vingança), Ewen Bremmer (Sentidos do Amor) e Bill Nighy (O Exótico Hotel Marigold) - e não utilizá-lo bem. Bryan Singer pode não ser uma unanimidade, mas mesmo com obras mais interessantes (e reconhecidas) que outras, vinha sempre contribuindo de forma positiva ao cinema de entretenimento, mas é notório que com esta sua primeira incursão no universo fabulesco e infantil o tiro saiu pela culatra, muito devido a falta de "autoralidade" empregada a obra e ao estilo genérico, no qual pouco importa se quem dirigiu a obra é ou não um cineasta renomado. Muito pouco para nomes tão conceituados como os que despontam nos créditos do filme.

AVALIAÇÃO
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