Quando criança adorava ver e rever ao clássico O Mágico de Oz, de Victor Fleming (E o Vento Levou...), na saudosa Sessão da Tarde e, devo admitir que, mesmo não igualando o sentimento desta produção - os efeitos visuais, obviamente, são "melhores", mas a magia não faz o mesmo efeito, além do fator temporal (leia-se idade) fazer toda a diferença -, a "prequela" Oz: Mágico e Poderoso, de Sam Raimi (A Morte do Demônio), honra tanto a obra original de L. Frank Baum quanto o filme de 1939. Tendo como foco a chegada do mágico ao mundo de Oz, nota-se que o roteiro de Mitchell Kapner (Romeu Tem Que Morrer) e David Lindsay-Abaire (A Origem dos Guardiões) é bem amarrado, formatado na jornada do herói e focado na transformação de caráter do seu protagonista, ou seja, não traz algo que fuja as convenções do gênero, mas apresenta o "arroz com feijão" de maneira consistente.
Formado por um elenco estelar, onde se destacam nomes James Franco (127 Horas), Mila Kunis (Ted), Rachel Weisz (O Júri) e Michelle Williams (Sete Dias com Marilyn) - que compram o clima "zoado" da história e entregam performances ajustadas a mesma, sem grande aprofundamento, mas satisfatórias a proposta do filme -, Oz: Mágico e Poderoso lembra bastante, no âmbito visual, o Alice no País das Maravilhas de Tim Burton (Frankenweenie), porém, bem melhor aproveitado que este, em grande parte pelo fato de Sam Raimi ser um diretor mais completo e competente que Burton. O mundo de Oz é um carnaval de cores, que conquista pelas particularidades, mas ao mesmo tempo nunca se concretiza como real, o que por um lado pode soar proposital por parte dos realizadores, como também serve como comprovatório de que os efeitos visuais digitais, apesar da óbvia evolução ano a ano, ainda encontram-se um tanto distantes de atingir o nível de perfeição do "real", do "palpável".
Apesar da eficiência narrativa, do bom ritmo e das personagens carismáticas que certamente agradarão a criançada, parece faltar algo a Oz: Mágico e Poderoso, talvez menos previsibilidade aos eventos que permeiam a trama ou até mesmo menos efeitos e mais envolvimento dramático. Talvez isto seja só meu lado adulto se manifestando, mas creio que mesmo quando criança, gostava quando os dilemas dos personagens moviam a história e não a aventura pela aventura. Neste sentido, parece que o filme fica em cima do muro, sem saber se assume a despretensiosidade de uma vez ou se a mensagem a ser passada é seu ponto principal. No caso desta, é curioso notar que, até certo grau, há um forte enaltecimento da figura do homem inescrupuloso, que faz de tudo pelo bem próprio (mesmo que o resultado, obviamente, seja a sua redenção), o que, sob o olhar arguto, mas pouco experiente da criançada, pode sugerir a ideia errada.
Dosando bem aventura, comédia, ação e até mesmo horror - a sequência na floresta negra, apesar de curtíssima, tem toda a "pegada" de Sam Raimi -, Oz: Mágico e Poderoso só sai um tantinho dos trilhos em seu miolo - a impressão é que neste ponto o filme se alonga em demasia - e na conclusão dada as bruxas interpretadas por Mila Kunis e Rachel Weisz, que parece mais preocupada em costurar-se com os eventos do filme de 1939 do que em construir um desfecho dramático destas. Os efeitos visuais, apesar de muitas vezes não camuflarem a ideia de tela verde, mostram-se eficientes e, em grande parte, servem a narrativa, o que para um filme praticamente todo digital é um grande feito.
Particularmente acho a abertura - que homenageia o filme de 1939 sem que com isso acabe por sabotá-lo, tornando a estética apresentada como ferramenta narrativa imprescindível ao porvir do filme e ao conjunto da obra como um todo - de Oz: Mágico e Poderoso, que dura por volta de vinte minutos, a melhor parte do filme. Todavia, o mesmo funciona a contento durante toda a projeção, entretendo com equilíbrio e honrando com qualidade tanto a s obras literárias de Baum, quanto o inesquecível filme da infância não só minha, mas do próprio cinema. Não sei se este "prequela" se consagrará na história como o filme de Victor Fleming, mas no mínimo poderá servir como guia para que muitas novas crianças possam descobrir o clássico technicolor.
Particularmente acho a abertura - que homenageia o filme de 1939 sem que com isso acabe por sabotá-lo, tornando a estética apresentada como ferramenta narrativa imprescindível ao porvir do filme e ao conjunto da obra como um todo - de Oz: Mágico e Poderoso, que dura por volta de vinte minutos, a melhor parte do filme. Todavia, o mesmo funciona a contento durante toda a projeção, entretendo com equilíbrio e honrando com qualidade tanto a s obras literárias de Baum, quanto o inesquecível filme da infância não só minha, mas do próprio cinema. Não sei se este "prequela" se consagrará na história como o filme de Victor Fleming, mas no mínimo poderá servir como guia para que muitas novas crianças possam descobrir o clássico technicolor.
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