"Algumas pessoas querem melhorar da pior maneira" (Livre tradução da frase disposta no poster promocional do filme).
"A depressão é a incapacidade de construir um futuro" (Citação do personagem de Jude Law).
A matemática da "cura" através do uso de medicamentos psicotrópicos não é exata, especialmente quando vivemos a era da medicina multimidiática, onde anúncios de tratamentos revolucionários pipocam aos borbotões, da mesma forma que são "superados" e dados como antiquados em um piscar de olhos. Levantando questionamentos desta monta, aliados a uma trama que tem como foco primeiro o drama da personagem de Rooney Mara (Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres) e que ganha o corpo de thriller conforme esta é desenvolvida, Terapia de Risco pode ser considerado como um dos filmes comerciais mais equilibrados do diretor Steven Soderbergh (Magic Mike) desde o hit Onze Homens e um Segredo, tendo a qualidade o diferencial de promover um debate importante acerca dos milagres da farmacologia atual e da relação desta com nossa sociedade de consumo. Ou seja, temos aqui um raro - pelo menos neste século XXI caracterizado por uma espécie de neohedonismo e aculturação - cuja missão primeira é entreter, mas que não se furta da missão agregada de te fazer refletir.
Conduzido de maneira propícia a agradar tanto o público mais criterioso, quanto aqueles que procuram apenas gastar um pouco de seu tempo com algo que os entretenham, Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns (Contágio) fazem deste Terapia de Risco um filme ao mesmo tempo complexo e instigante, que se debruça pela dinâmica de seus personagens principais - além da personagem vivida por Mara, temos o psiquiatra interpretado por Jude Law (Anna Karenina) - e pela construção climática, que imprimi duas narrativas distintas (que permeiam gêneros distintos) de forma exemplar, de alternância quase imperceptível, mas que garante o leque de surpresas. O elenco principal do filme é completado por Catherine Zeta-Jones (Rock of Ages) e Channing Tatum (Anjos da Lei).
A dinâmica entre os personagens de Rooney Mara e Jude Law é muito boa, além de seus arcos individuais também despertarem atenção. Mara continua a provar que tem talento e mostra-se bastante confortável em um papel relativamente difícil, já que a linha entre um indivíduo louco e um sofrendo de transtorno é tênue, mas a garota segura a peteca e entrega uma interpretação mais do que convincente. Já Law esbanja carisma e estabelece um personagem complexo sem recorrer a caricatura ou trejeitos exagerados, dando personalidade ao mesmo através de uma construção mais próxima a nossa visão de como agiria um "psicanalista de verdade" (ao meu ver, uma composição tão boa quanto a do ator em Closer, de Mike Nichols). Quanto a Channing Tatum e Catherine Zeta-Jones, aquele não compromete nem inova, cumprindo a cartilha de "personagem relevante, mas nem tanto", enquanto esta não consegue imprimir uma imagem que anule a visão de atriz inexpressiva que possuo da mesma.
Interessante como comentário social, bem conduzido como um drama psicológico e competente como um thriller de mistério, Terapia de Risco pode sofrer um pouco no que se refere a sua montagem, que parece carecer de um pouco mais energia e ritmo, mas se sobressai pela qualidade da trama - que funciona por que tem o poder de convencer o espetador a cada momento das possibilidade apresentadas, e não pela falta de furos - e pela condução segura do celebrado Steven Soderbergh. Não chega a ser o melhor trabalho do diretor ou apresentar uma trama revolucionária, mas não deixa de ser um filme bacana, que distrai e engana seu público como poucos conseguem.
Conduzido de maneira propícia a agradar tanto o público mais criterioso, quanto aqueles que procuram apenas gastar um pouco de seu tempo com algo que os entretenham, Soderbergh e o roteirista Scott Z. Burns (Contágio) fazem deste Terapia de Risco um filme ao mesmo tempo complexo e instigante, que se debruça pela dinâmica de seus personagens principais - além da personagem vivida por Mara, temos o psiquiatra interpretado por Jude Law (Anna Karenina) - e pela construção climática, que imprimi duas narrativas distintas (que permeiam gêneros distintos) de forma exemplar, de alternância quase imperceptível, mas que garante o leque de surpresas. O elenco principal do filme é completado por Catherine Zeta-Jones (Rock of Ages) e Channing Tatum (Anjos da Lei).
A dinâmica entre os personagens de Rooney Mara e Jude Law é muito boa, além de seus arcos individuais também despertarem atenção. Mara continua a provar que tem talento e mostra-se bastante confortável em um papel relativamente difícil, já que a linha entre um indivíduo louco e um sofrendo de transtorno é tênue, mas a garota segura a peteca e entrega uma interpretação mais do que convincente. Já Law esbanja carisma e estabelece um personagem complexo sem recorrer a caricatura ou trejeitos exagerados, dando personalidade ao mesmo através de uma construção mais próxima a nossa visão de como agiria um "psicanalista de verdade" (ao meu ver, uma composição tão boa quanto a do ator em Closer, de Mike Nichols). Quanto a Channing Tatum e Catherine Zeta-Jones, aquele não compromete nem inova, cumprindo a cartilha de "personagem relevante, mas nem tanto", enquanto esta não consegue imprimir uma imagem que anule a visão de atriz inexpressiva que possuo da mesma.
Interessante como comentário social, bem conduzido como um drama psicológico e competente como um thriller de mistério, Terapia de Risco pode sofrer um pouco no que se refere a sua montagem, que parece carecer de um pouco mais energia e ritmo, mas se sobressai pela qualidade da trama - que funciona por que tem o poder de convencer o espetador a cada momento das possibilidade apresentadas, e não pela falta de furos - e pela condução segura do celebrado Steven Soderbergh. Não chega a ser o melhor trabalho do diretor ou apresentar uma trama revolucionária, mas não deixa de ser um filme bacana, que distrai e engana seu público como poucos conseguem.
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