"Criamos monstros para enfrentarmos monstros" (Livre tradução da frase disposta no poster promocional do filme).
Círculo de Fogo pode não ter um enredo dos mais intrincados e até mesmo vacilar no que se refere a profundidade, mas é inegável que acerta em cheio enquanto entretenimento, pois além de possuir efeitos visuais de primeira categoria e sequências de ação inspiradas, apresenta um rol interessante de personagens e intérpretes, fazendo com que toda a pirotecnia envolvendo robôs (jaegers) e monstros (kaijus) não seja o único atrativo da obra, mas também o cenário apresentado - planeta Terra invadido por criaturas oriundas de outra dimensão - e os personagens "internacionais" (norte-americanos, britânicos, japoneses, chineses, latinos etc.).
Dirigido e co-roteirizado (ao lado de Travis Beacham, de Fúria de Titãs) pelo mexicano Guillermo del Toro (Hellboy, Hellboy II: O Exército Dourado), o filme equilibra bem as cenas de ação com o desenvolvimento da "mitologia" que compõe a trama e a problematização dos personagens principais, com destaque para os pilotos vividos pelo novato Charlie Hunnam (série Sons of Anarchy) - que fisicamente parece uma intersecção entre Chris Hemsworth e Channing Tatum - e por Rinko Kikuchi (Babel), além de Idris Elba (Prometheus) e Charlie Day (Quero Matar Meu Chefe), que dão uma carga dramática suficiente para que o espectador compre a ideia proposta pelo filme.
Apesar de mais contido do que em filmes anteriores, del Toro também procura estabelecer sua marca visual em Círculo de Fogo, especialmente no design das criaturas, que parecem uma mistura das vistas em Hellboy com ilustrações de inspiração Lovecraftianas. Ainda no âmbito visual, um dos elementos que difere um pouco dos trabalhos anteriores do cineasta encontra-se nas cores, visto que neste filme há a presença de muitas cores vivas, tanto na carcaça dos jaegers quanto nas cidades. Isto se deve ao fato do diretor (e de Beacham) procurar homenagear elementos presentes em animes/mangás e seriados japoneses, além da própria estrutura arquitetônica do Japão, com a cidade apresentada repleta de luzes e neon. Diferente, mas tão fascinante quanto, a estética do filme é certamente um dos seus grandes atrativos e, sendo assim, está de parabéns o fiel colaborador de del Toro por trás das lentes, o diretor de fotografia Guillermo Navarro (O Labirinto do Fauno).
Tecnicamente não há o que tirar do filme, pois seu visual é acertado e coerente, a trilha sonora - a cargo do ascendente Ramin Djawadi (Instinto Secreto) - encaixa-se de maneira orgânica nele e a montagem (por Peter Amundson, de Efeito Borboleta e John Gilroy, de O Legado Bourne) dão o tom certo ao filme, equilibrando-o entre a ação e o drama. Já quanto à profundidade da história - elemento este bastante criticado por alguns -, acredito eu que ela é completa o suficiente para fazer com que o espectador compre a ideia, que este tenha a devida imersão ao filme. Particularmente, à exceção de um ou outro momento, a simplicidade do roteiro não me incomodou, especialmente por este não confundir objetividade com estupidez. Ou seja, mesmo sem grandes elucubrações, del Toro e Beacham não tratam o espectador como um idiota, o que altamente positivo.
Certamente Círculo de Fogo não é o melhor filme dirigido por Guillermo del Toro, mas em contrapartida é um dos melhores lançamentos pipoca de 2013, saindo na frente tanto por se tratar de uma obra "original" - certamente o filme bebeu de muitas fontes, mas a construção é "nova" - quanto por seu poder de fogo como entretenimento. Há ação, aventura e referências pop suficientes na obra para agradar tanto os fãs de filmes de monstros gigantes quanto para os iniciantes neste universo tão particular, pois o filme é coerente em sua proposta e se apresenta tão azeitado e eficiente que certamente ganhará até mesmo o meno afoito a produções do gênero. Círculo de Fogo é, sem sombra de dúvidas, um filme surpreendentemente divertido e leve, que satisfará a criança interior de cada adulto espalhado por aí.
Dirigido e co-roteirizado (ao lado de Travis Beacham, de Fúria de Titãs) pelo mexicano Guillermo del Toro (Hellboy, Hellboy II: O Exército Dourado), o filme equilibra bem as cenas de ação com o desenvolvimento da "mitologia" que compõe a trama e a problematização dos personagens principais, com destaque para os pilotos vividos pelo novato Charlie Hunnam (série Sons of Anarchy) - que fisicamente parece uma intersecção entre Chris Hemsworth e Channing Tatum - e por Rinko Kikuchi (Babel), além de Idris Elba (Prometheus) e Charlie Day (Quero Matar Meu Chefe), que dão uma carga dramática suficiente para que o espectador compre a ideia proposta pelo filme.
Apesar de mais contido do que em filmes anteriores, del Toro também procura estabelecer sua marca visual em Círculo de Fogo, especialmente no design das criaturas, que parecem uma mistura das vistas em Hellboy com ilustrações de inspiração Lovecraftianas. Ainda no âmbito visual, um dos elementos que difere um pouco dos trabalhos anteriores do cineasta encontra-se nas cores, visto que neste filme há a presença de muitas cores vivas, tanto na carcaça dos jaegers quanto nas cidades. Isto se deve ao fato do diretor (e de Beacham) procurar homenagear elementos presentes em animes/mangás e seriados japoneses, além da própria estrutura arquitetônica do Japão, com a cidade apresentada repleta de luzes e neon. Diferente, mas tão fascinante quanto, a estética do filme é certamente um dos seus grandes atrativos e, sendo assim, está de parabéns o fiel colaborador de del Toro por trás das lentes, o diretor de fotografia Guillermo Navarro (O Labirinto do Fauno).
Tecnicamente não há o que tirar do filme, pois seu visual é acertado e coerente, a trilha sonora - a cargo do ascendente Ramin Djawadi (Instinto Secreto) - encaixa-se de maneira orgânica nele e a montagem (por Peter Amundson, de Efeito Borboleta e John Gilroy, de O Legado Bourne) dão o tom certo ao filme, equilibrando-o entre a ação e o drama. Já quanto à profundidade da história - elemento este bastante criticado por alguns -, acredito eu que ela é completa o suficiente para fazer com que o espectador compre a ideia, que este tenha a devida imersão ao filme. Particularmente, à exceção de um ou outro momento, a simplicidade do roteiro não me incomodou, especialmente por este não confundir objetividade com estupidez. Ou seja, mesmo sem grandes elucubrações, del Toro e Beacham não tratam o espectador como um idiota, o que altamente positivo.
Certamente Círculo de Fogo não é o melhor filme dirigido por Guillermo del Toro, mas em contrapartida é um dos melhores lançamentos pipoca de 2013, saindo na frente tanto por se tratar de uma obra "original" - certamente o filme bebeu de muitas fontes, mas a construção é "nova" - quanto por seu poder de fogo como entretenimento. Há ação, aventura e referências pop suficientes na obra para agradar tanto os fãs de filmes de monstros gigantes quanto para os iniciantes neste universo tão particular, pois o filme é coerente em sua proposta e se apresenta tão azeitado e eficiente que certamente ganhará até mesmo o meno afoito a produções do gênero. Círculo de Fogo é, sem sombra de dúvidas, um filme surpreendentemente divertido e leve, que satisfará a criança interior de cada adulto espalhado por aí.
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