Enquanto a Pixar Animation vem tropeçando em seus últimos lançamentos - é certo que seus últimos dois filmes foram bacanas, mas ainda encontram-se distantes distantes das obras-primas lançadas na década passada -, a Disney vem reencontrando seu caminho após pelo menos duas décadas de "ostracismo" criativo. Filmes como Enrolados e Detona Ralph já sugeriam uma mudança de paradigma, mas é com este Frozen - Uma Aventura Congelante que a célebre produtora de animações confirma sua força nesta nova era, pois mostra aqui uma obra divertida, contagiante, interessante e bem realizada, não à toa acabou por ser recentemente premiada com os prêmios Oscar de melhor animação e melhor canção original (Let it Go).
Levemente inspirado no conto de fadas A Rainha da Neve, do dinamarquês Hans Christian Andersen, com roteiro do trio Shane Morris, Chris Buck (Tarzan) e Jennifer Lee e direção dos dois últimos, Frozen - Uma Aventura Congelante é acerto do início ao fim, seja pela construção narrativa interessantíssima, pela profundidade na construção e desenvolvimento das personagens - por incrível que pareça (afinal de contas, trata-se de uma obra com a assinatura Disney) não há espaço para branco e preto na distinção entre bem e mal, a escala cinza está posta e o grande barato não se dá pela identificação do vilão, mas sim pela curiosidade quanto ao porvir da história, que tem um desenvolvimento interessantíssimo, seja pelo clima de aventura posto, seja pela profundidade da discussão posta acerca das diferenças e de como estas podem, quando compreendidas, servirem à igualdade.
O filme conta com um elenco de vozes bacana, apesar de não muito conhecido - as animações Disney não necessariamente escalam grandes astros de Hollywood para "dar vida" aos seus personagens -, mas o grande destaque encontra-se em Josh Gad (Quebrando a Banca), que compõe aqui mais um personagem célebre no rol de produções Disney, o querido boneco de neve Olaf. O quarteto principal de vozes - formado por Kristen Bell (Ressaca de Amor), Idina Menzel (Encantada), Jonathan Groff (Conspiração Americana) e Santino Fontana (Operação Sombra: Jack Ryan) - faz um ótimo trabalho, mas nada tão marcante quanto o realizado por Gad. Não duvide caso a Disney programe um filme solo de Olaf ou algum especial ou série animada para tevê.
Frozen - Uma Aventura Congelante é visualmente arrebatador, especialmente por conseguir produzir sequências incríveis com gelo e neve, elementos estes - assim como água e fogo - bastante difíceis de serem recriados digitalmente, mas a equipe de animações e efeitos visuais conseguiu superar as dificuldades e entregou um visual verossímil e imersivo (não tive a oportunidade de conferir a versão 3D do filme, mas a impressão que fica é a de que ter ficado belíssima), que soma a narrativa do filme, sendo um dos personagens principais, mas não chamando toda a atenção para si mesmo. Um ótimo trabalho do designer de produção David Womersley (O Galinho Chicken Little) e do diretor de arte Michael Giaimo (Pocahontas - O Encontro de Dois Mundos). É certo que a estética do filme lembra muito a de Enrolados (como dito acima, outra produção dos estúdios Disney), mas isso não chega a incomodar, já que, apesar das semelhanças, há um direcionamento distinto nesta obra.
Retomando a tradição Disney de inserir grandes canções entre eventos dramáticos ou até mesmo em substituição de algum evento dramático, a obra conta com alguns ótimos números e músicas bem marcantes, o que faz com que o excesso de cantoria da primeira hora seja compensada, pois estas são, inquestionavelmente, muito boas. É válido destacar que estas canções - especialmente a oscarizada Let it Go - trazem tanto em suas melodias quanto em seus arranjos uma "pegada" mais moderna, o que certamente despertará uma grande identificação do público consumidor da música pop contemporânea (tanto é verdade que a trilha sonora do filme foi líder de vendas por muito tempo). O trabalho do compositor Christophe Beck (Se Beber Não Case! Parte III) também deve ser enaltecido, pois seus temas funcionam tanto quando sozinhos quanto quando acompanham as canções entoadas pelas personagens Anna (Bell) e Elsa (Menzel).
Comprovando que ainda pode apresentar grandes obras, cujas histórias primam não só pela manutenção dos conceitos da Disney tradicional, como também procuram modernizar certos elementos em busca de adequar-se aos novos públicos, a Disney dá um passo a mais com Frozen - Uma Aventura Congelante, o que é excelente, pois confirma a força criativa do estúdio, mas também mostra-se perigoso, pois o nível alcançado certamente terá que ser mantido em suas próximas produções. Questões mercadológicas a parte, o certo é que Frozen - Uma Aventura Congelante é de longe a melhor animação "tradicional" lançada por um grande estúdio em 2013, além de melhor produto da Disney desde Tarzan, de 1999 (muitos a equiparam ao clássico O Rei Leão, mas particularmente não iria tão longe), cuja forma e conteúdo sagra-se primorosa, possuindo todas as ferramentas para agradar tanto crianças quanto adultos. Certamente uma animação mágica como só a Disney clássica poderia produzir.
Quer saber quantas estrelas dei para o filme? Acesse minha conta no Filmow.
Levemente inspirado no conto de fadas A Rainha da Neve, do dinamarquês Hans Christian Andersen, com roteiro do trio Shane Morris, Chris Buck (Tarzan) e Jennifer Lee e direção dos dois últimos, Frozen - Uma Aventura Congelante é acerto do início ao fim, seja pela construção narrativa interessantíssima, pela profundidade na construção e desenvolvimento das personagens - por incrível que pareça (afinal de contas, trata-se de uma obra com a assinatura Disney) não há espaço para branco e preto na distinção entre bem e mal, a escala cinza está posta e o grande barato não se dá pela identificação do vilão, mas sim pela curiosidade quanto ao porvir da história, que tem um desenvolvimento interessantíssimo, seja pelo clima de aventura posto, seja pela profundidade da discussão posta acerca das diferenças e de como estas podem, quando compreendidas, servirem à igualdade.
O filme conta com um elenco de vozes bacana, apesar de não muito conhecido - as animações Disney não necessariamente escalam grandes astros de Hollywood para "dar vida" aos seus personagens -, mas o grande destaque encontra-se em Josh Gad (Quebrando a Banca), que compõe aqui mais um personagem célebre no rol de produções Disney, o querido boneco de neve Olaf. O quarteto principal de vozes - formado por Kristen Bell (Ressaca de Amor), Idina Menzel (Encantada), Jonathan Groff (Conspiração Americana) e Santino Fontana (Operação Sombra: Jack Ryan) - faz um ótimo trabalho, mas nada tão marcante quanto o realizado por Gad. Não duvide caso a Disney programe um filme solo de Olaf ou algum especial ou série animada para tevê.
Frozen - Uma Aventura Congelante é visualmente arrebatador, especialmente por conseguir produzir sequências incríveis com gelo e neve, elementos estes - assim como água e fogo - bastante difíceis de serem recriados digitalmente, mas a equipe de animações e efeitos visuais conseguiu superar as dificuldades e entregou um visual verossímil e imersivo (não tive a oportunidade de conferir a versão 3D do filme, mas a impressão que fica é a de que ter ficado belíssima), que soma a narrativa do filme, sendo um dos personagens principais, mas não chamando toda a atenção para si mesmo. Um ótimo trabalho do designer de produção David Womersley (O Galinho Chicken Little) e do diretor de arte Michael Giaimo (Pocahontas - O Encontro de Dois Mundos). É certo que a estética do filme lembra muito a de Enrolados (como dito acima, outra produção dos estúdios Disney), mas isso não chega a incomodar, já que, apesar das semelhanças, há um direcionamento distinto nesta obra.
Retomando a tradição Disney de inserir grandes canções entre eventos dramáticos ou até mesmo em substituição de algum evento dramático, a obra conta com alguns ótimos números e músicas bem marcantes, o que faz com que o excesso de cantoria da primeira hora seja compensada, pois estas são, inquestionavelmente, muito boas. É válido destacar que estas canções - especialmente a oscarizada Let it Go - trazem tanto em suas melodias quanto em seus arranjos uma "pegada" mais moderna, o que certamente despertará uma grande identificação do público consumidor da música pop contemporânea (tanto é verdade que a trilha sonora do filme foi líder de vendas por muito tempo). O trabalho do compositor Christophe Beck (Se Beber Não Case! Parte III) também deve ser enaltecido, pois seus temas funcionam tanto quando sozinhos quanto quando acompanham as canções entoadas pelas personagens Anna (Bell) e Elsa (Menzel).
Comprovando que ainda pode apresentar grandes obras, cujas histórias primam não só pela manutenção dos conceitos da Disney tradicional, como também procuram modernizar certos elementos em busca de adequar-se aos novos públicos, a Disney dá um passo a mais com Frozen - Uma Aventura Congelante, o que é excelente, pois confirma a força criativa do estúdio, mas também mostra-se perigoso, pois o nível alcançado certamente terá que ser mantido em suas próximas produções. Questões mercadológicas a parte, o certo é que Frozen - Uma Aventura Congelante é de longe a melhor animação "tradicional" lançada por um grande estúdio em 2013, além de melhor produto da Disney desde Tarzan, de 1999 (muitos a equiparam ao clássico O Rei Leão, mas particularmente não iria tão longe), cuja forma e conteúdo sagra-se primorosa, possuindo todas as ferramentas para agradar tanto crianças quanto adultos. Certamente uma animação mágica como só a Disney clássica poderia produzir.
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