"Um homem daria nações inteiras para tirar o pesar de seu coração, porém nada se compara com o pesar, porque o pesar não tem valor. [...] A vida não vai levá-lo de volta. Você é o mundo que criou e quando você deixar de existir esse mundo que você criou também deixará de existir" (Mensagem do personagem de Rubén Blades ao advogado interpretado por Michael Fassbender).
Nem sempre a união de um bom diretor com um escritor premiado e um elenco de estrelas hollywoodianas dão vazão a uma boa obra cinematográfica e é justamente como exceção que O Conselheiro do Crime se encaixa, visto que, apesar de todo o potencial material do filme seu resultado final beira ao nível do mediano, quando não abaixo do mesmo. Um dos maiores problemas do filme reside em sua estrutura narrativa que "joga" diversos personagens de uma só vez, cada um com sua "agenda", deixando o espectador desinformado durante toda a primeira hora de projeção, quando só então a obra começa a mostrar a que veio. Há frases interessantíssimas elaboradas por Cormac McCarthy (autor de obras como A Estrada e No Country for Old Men) e entoadas pelo elenco estelar, mas estas não sustentam a narrativa frágil e a coleção de erros orquestrada com mão frágil pelo veterano (e irregular) Ridley Scott (Prometheus).
Dentre o leque de grandes nomes que desfilam pelo filme temos Penélope Cruz (Volver), Cameron Diaz (Gangues de Nova York), Javier Bardem (Amor Pleno), Brad Pitt (Guerra Mundial Z) e Michael Fassbender (Um Método Perigoso), cujas composições surgem agradáveis, especialmente as de Fassbender e Bardem, porém não suficientes para que exista uma conexão (empatia) entre estas e o público espectador. O personagem de Bardem é histriônico e caricato (tanto devido a composição do ator, quanto pelo aparato de maquiagem e figurino que constroem um personagem ímpar), enquanto o de Fassbender é mais pé no chão, porém bobo, raso. Mesmo que este seja um personagem sem profundidade, Fassbender ainda consegue entregar algumas cenas de forte impacto emocional, enquanto Bardem aproveita o exagero do seu para dar um show de over-acting (que, apesar da distância das outras interpretações do filme, acaba funcionando). Quanto a Cruz, Diaz e Pitt, apesar de uma ou outra cena marcante, não chegam a sobressaírem à obra, sendo mais peça decorativa do que personagens-guia à trama.
Equivocadamente vendida como a primeira obra roteirizada por Cormac McCarthy - o escritor já havia adaptado uma obra sua para a tevê, The Sunset Limited, cuja direção coube a Tommy Lee Jones (Lincoln) -, O Conselheiro do Crime, assim como sua premissa, pode ser definido como um produto estranho. Se por um lado sua fotografia é atrativa (responsabilidade do competente Dariusz Wolski), a música incidental de Daniel Pemberton (O Despertar) funciona e o elenco de estrelas chama imediata atenção, o roteiro de McCarthy não sai do âmbito da promessa - há algumas boas sacadas, especialmente quanto aos diálogos, mas só -, a montagem do veterano Pietro Scalia (Até o Limite da Honra) não parece adequada - a montagem acabou por deixar o filme muito cansativo - e a direção de Scott mostra-se apenas correta, o que é muito pouco para um diretor com tamanha estirpe e experiência.
Logo, apesar da premissa interessante e da coleção de astros e estrelas envolvidos em sua produção, O Conselheiro do Crime acaba não saindo do lugar comum, alçando pouco voos e resultando numa obra no máximo mediana, cujos "comos e porquês" acabam não sendo resolvidos de maneira satisfatória. É certo que foi durante a produção do filme que Ridley Scott perdeu o irmão - o também cineasta Tony Scott (Inimigo do Estado), que cometeu suicídio em 2012 -, o que pode ter influenciado o primeiro na condução frágil do filme, porém também é certo que faz um bom tempo que ele não lança um filme realmente impactante - para mim seus últimos bons filmes foram O Gângster e Rede de Mentiras, de 2007 e 2008 respectivamente -. Seja por motivo A ou B, o certo é que não foi desta vez (novamente) que Scott nos presenteou com um grande evento cinematográfico.
Quer saber quantas estrelas dei para o filme? Acesse minha conta no Filmow.
Dentre o leque de grandes nomes que desfilam pelo filme temos Penélope Cruz (Volver), Cameron Diaz (Gangues de Nova York), Javier Bardem (Amor Pleno), Brad Pitt (Guerra Mundial Z) e Michael Fassbender (Um Método Perigoso), cujas composições surgem agradáveis, especialmente as de Fassbender e Bardem, porém não suficientes para que exista uma conexão (empatia) entre estas e o público espectador. O personagem de Bardem é histriônico e caricato (tanto devido a composição do ator, quanto pelo aparato de maquiagem e figurino que constroem um personagem ímpar), enquanto o de Fassbender é mais pé no chão, porém bobo, raso. Mesmo que este seja um personagem sem profundidade, Fassbender ainda consegue entregar algumas cenas de forte impacto emocional, enquanto Bardem aproveita o exagero do seu para dar um show de over-acting (que, apesar da distância das outras interpretações do filme, acaba funcionando). Quanto a Cruz, Diaz e Pitt, apesar de uma ou outra cena marcante, não chegam a sobressaírem à obra, sendo mais peça decorativa do que personagens-guia à trama.
Equivocadamente vendida como a primeira obra roteirizada por Cormac McCarthy - o escritor já havia adaptado uma obra sua para a tevê, The Sunset Limited, cuja direção coube a Tommy Lee Jones (Lincoln) -, O Conselheiro do Crime, assim como sua premissa, pode ser definido como um produto estranho. Se por um lado sua fotografia é atrativa (responsabilidade do competente Dariusz Wolski), a música incidental de Daniel Pemberton (O Despertar) funciona e o elenco de estrelas chama imediata atenção, o roteiro de McCarthy não sai do âmbito da promessa - há algumas boas sacadas, especialmente quanto aos diálogos, mas só -, a montagem do veterano Pietro Scalia (Até o Limite da Honra) não parece adequada - a montagem acabou por deixar o filme muito cansativo - e a direção de Scott mostra-se apenas correta, o que é muito pouco para um diretor com tamanha estirpe e experiência.
Logo, apesar da premissa interessante e da coleção de astros e estrelas envolvidos em sua produção, O Conselheiro do Crime acaba não saindo do lugar comum, alçando pouco voos e resultando numa obra no máximo mediana, cujos "comos e porquês" acabam não sendo resolvidos de maneira satisfatória. É certo que foi durante a produção do filme que Ridley Scott perdeu o irmão - o também cineasta Tony Scott (Inimigo do Estado), que cometeu suicídio em 2012 -, o que pode ter influenciado o primeiro na condução frágil do filme, porém também é certo que faz um bom tempo que ele não lança um filme realmente impactante - para mim seus últimos bons filmes foram O Gângster e Rede de Mentiras, de 2007 e 2008 respectivamente -. Seja por motivo A ou B, o certo é que não foi desta vez (novamente) que Scott nos presenteou com um grande evento cinematográfico.
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