16 novembro, 2013

Liga da Justiça - Ponto de Ignição (Justice League - The Flashpoint Paradox, EUA, 2013).


Faz um bom tempo que não acompanho as revistas em série da DC Comics e, apesar de ter conhecimento acerca do recente reboot passado pelos personagens da editora, não sei detalhes acerca da saga Ponto de Ignição, que deu origem aos ditos Novos 52 e que é adaptada aqui como um longa metragem em animação. Contando com a direção do hoje queridinho do departamento de animação da DC, Jay Oliva (Batman, o Cavaleiro das Trevas Partes 1 e 2) e com um fantástico elenco de vozes - passeiam pelo filme nomes como Justin Chambers, Kevin McKidd, C. Thomas Howell, Michael B. Jordan e Ron Perlman, além dos "veteranos" Nathan Fillion, Kevin Conroy, Sam Daly e Cary Elwes -, Liga da Justiça - Ponto de Ignição é uma longa animado recheado de pancadaria e ação, com uma trama rocambolesca que mistura viagem no tempo e a relação causa e efeito das possíveis mudanças ocorridas (teoria defendida, entre outros, pelo conto O Som do Trovão, de Ray Bradbury), além de apostar na reunião de diversos vilões e na aplicação de um tipo de terrorismo no qual o resultado não é o importante, mas sim a jornada que o acompanha.

Falando assim fica a impressão de que o roteiro adaptado por James Krieg, baseado na minissérie em quadrinhos desenvolvida por Geoff Johns e Andy Kubert, carrega uma forte dose de filosofia. Contudo, tal ênfase passa longe - sim, há um quê de discussão neste sentido, mas sua dose é muito baixa -, visto que o interesse da obra perpassa pela jornada de redescoberta de um herói - no caso do filme de Barry Allen/Flash (Chambers) - e pela construção de uma trama de ação e aventura que não te deixa respirar, tamanha as complicações apresentadas em tela. O possível teor existencial filosófico fica um pouco a dever, mas a correria do filme funciona muito bem.

A abordagem de universos paralelos é uma constante no universo dos quadrinhos, todavia, quando falamos em adaptações para outras mídias tal segmento não é tão abordado, o que pode causar certo estranhamento aos não iniciados. Mas Jay Oliva e cia. conseguem situar razoavelmente bem o espectador à trama oferecida, especialmente por intercalar diálogos de cunho elucidativo com muitas (muitas mesmo) sequências de ação. Certamente este não é uma das animações mais inteligentes saídas do escritório da Warner, mas sagra-se como uma das mais divertidas.

Mais um bom exemplar da excelente safra de adaptações diretas de sagas dos quadrinhos capitaneada pela Warner Bros. Animation, através do selo Warner Premiere, Liga da Justiça - Ponto de Ignição pode ter um trabalho estético pouco atrativo - a impressão é a de que o longa foi feito às pressas -, mas seu roteiro funciona muito bem, distribuindo com certo equilíbrio o espaço de atuação para cada um dos personagens (que não são poucos) apresentados, mas dando prioridade ao Flash, personagem este que merecia mais destaque em títulos anteriores e que acaba recebendo o prêmio de protagonizar esta história. Possivelmente mais indicado para os já iniciados na mitologia de personagens DC, temos aqui um longa divertido, compacto e bastante dinâmico, que traduz bem o atual momento da indústria de quadrinhos, com toda a sua grandiloquência e predileção por sagas épicas, funcionando assim tanto como uma boa peça de entretenimento casual como também como registro oficial de uma era ainda em mutação. Certamente este é um tipo de filme diferente dos últimos lançados pela Warner Premiere, mas é tão interessante quanto.

AVALIAÇÃO

TRAILER

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