13 fevereiro, 2013

Vida de Cachorro (A Dog's Life, EUA, 1918).


Primeiro título de Charlie Chaplin (Luzes da Cidadena First National Pictures (extinta produtora independente de filmes), Vida de Cachorro é um curta-metragem simpático e engraçado, que carrega as principais características que viriam a se tornar tão reverenciadas posteriormente, como seu comedimento ao abordar o humor físico (muitas vezes beirando o pastelão) e o olhar social arguto, mesmo que aqui ainda bem incipiente. Apostando na luta e na esperança, além de um pouco de sorte como engrenagens para o sucesso, Chaplin apresenta aqui uma peça de entretenimento singular, mesmo que seu roteiro não passe de uma colagem de esquetes.

Contando com a presença de nomes que viriam a trabalhar de forma recorrente com Chaplin, como Edna Purviance (O Garoto) e Tom Wilson, Vida de Cachorro pode ser caracterizado como um filme com alma de sessão da tarde, pois o otimismo contido no mesmo é acachapante e a moral da história inquestionavelmente edificante. Com pouco tempo para discursos mais elaborados, as desventuras do vagabundo e seu cão adotado são entrecortadas por perseguições da polícia e por uma ao mesmo irônica passagem a boate Green Lantern, que por sinal representa o fio condutor de toda a moral da obra, pois marca o encontro da personagem de Chaplin e de seu cachorro com a tristonha moça interpretada por Purviance.

Divertido, compacto (como não?) e edificante, Vida de Cachorro apresenta um Chaplin ainda em formação, mas que já deixa pistas da genialidade que viria a ser sedimentada em seus maiores clássicos, pois conduz aqui uma história leve e a bem verdade despretensiosa, mas que carrega em seu íntimo ecos com diversas outras obras "maiores" do cineasta, especialmente no que se refere à justaposição entre alegria e melancolia, mistura esta que pouco a pouco seria cada vez mais comum ao cinema chapliniano (que o diga Luzes da Ribalta).

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