Invocação do Mal pode não ser o mais surpreendente dos filmes, mas sua abordagem "pé no chão" e reverencial aos filmes de terror clássicos o faz elevar-se a uma condição maior, especialmente quando comparado a safra do gênero nas últimas duas décadas. Sem handycam (câmera de/na mão), sem o recurso intitulado found footage e sem apelar para a estética torture porn - dentre outros, estes foram os elementos que caracterizaram grande parte da safra de horror dos últimos vinte anos -, o filme dirigido por James Wan (Jogos Mortais) é básico, contido e, por isso mesmo, instigante do começo ao fim, ganhando o espectador menos pelos sustos fáceis e pela utilização excessiva de computação gráfica e mais pela utilização de ruídos, trilha incidental marcante e construção de personagens aliada ao crescente suspense. Não é um filme revisionista ou inovador, mas sim uma obra que soube retomar muito bem o básico abraçado outrora.
Um dos grandes trunfos do filme está no senso de realidade estético-narrativo proposto por Wan, pelos roteiristas Carey e Chad Hayes (A Casa de Cera) e pelo diretor de fotografia John R. Leonetti (Mortal Kombat), que dá vazão ao elemento "inspirado em fatos reais" carregado pelo filme. Há bastante liberdade poética - tanto em relação ao registrado pelo clã Warren quanto pelo próprio nexo entre causa e efeito proposto pela obra - na construção do filme, mas estas não impedem que o senso de verossimilhança surja mais forte, elemento este - ao lado do clima de mistério e suspense da trama - que certamente fará com que o espectador permaneça atento do início ao fim da projeção.
Apesar de não contar com nomes do primeiro escalão de Hollywood, o elenco de Invocação do Mal encaixa muito bem a ambientação do filme. Patrick Wilson (Menina Má.com) e Vera Farmiga (Os Infiltrados) destacam-se como o casal Warren, mas Ron Livingston (minissérie Band of Brothers) e Lili Taylor (Inimigos Públicos) não ficam devendo, especialmente esta última, que se entrega (literalmente) de corpo e alma a personagem, tamanha a demanda física pedida pela mesma. As crianças também surgem bem, sendo assim necessário destacar a excelente escalação de elenco por parte de Anne McCarthy (Réquiem para um Sonho) e Kellie Gesell (O Assassino do Alaska). Não dá para transparecer pânico e horror sem um bom elenco e neste sentido o filme encontra-se muito bem servido.
Visualmente muito interessante, especialmente devido a fotografia muito bem posta por Leonetti, ao desenho de produção (Julie Berghoff, de Minhas Mães e Meu Pai) e figurino (Kristin M. Burke, de Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo) que emula com primor a o visual setentista, além da trilha sonora composta por Joseph Bishara (Os Escolhidos), um "expert" em filmes B de horror, que aqui opta pelo emprego de uma trilha de cunho minimalista, cujo crescendo se dá de acordo com o desenrolar da tensão e o desvendar do mistério. Enfim, apesar de nenhum destes obterem destaque no âmbito individual, coletivamente conseguem agregar bastante ao filme, imprimindo assim a visão defendida pelo diretor James Wan.
Cinematograficamente bem conduzido e possuidor de elementos suficientes para atrair a atenção do público ávido por bons filmes de suspense/terror, Invocação do Mal pode cair na armadilha dos sustos fáceis durante seu terceiro ato, mas tem força suficiente para convencer seja devido ao poder de fogo de seu roteiro - cujo foco principal encontra-se não na exposição do passado da bruxa-demônio, mas sim no drama pessoal da família residente à casa assombrada e do casal de investigadores/estudiosos de eventos paranormais -, seja pelo cuidado estético da produção, que acerta ao adotar (na maioria das vezes) a sugestão do mal em detrimento da exposição/exploração imagética deste. Não é um filme revolucionário ou inesquecível e provavelmente não entrará no rol dos clássicos do gênero, mas não deixa de ser um filme interessante e instigante, sendo assim muito feliz em sua proposta.
Um dos grandes trunfos do filme está no senso de realidade estético-narrativo proposto por Wan, pelos roteiristas Carey e Chad Hayes (A Casa de Cera) e pelo diretor de fotografia John R. Leonetti (Mortal Kombat), que dá vazão ao elemento "inspirado em fatos reais" carregado pelo filme. Há bastante liberdade poética - tanto em relação ao registrado pelo clã Warren quanto pelo próprio nexo entre causa e efeito proposto pela obra - na construção do filme, mas estas não impedem que o senso de verossimilhança surja mais forte, elemento este - ao lado do clima de mistério e suspense da trama - que certamente fará com que o espectador permaneça atento do início ao fim da projeção.
Apesar de não contar com nomes do primeiro escalão de Hollywood, o elenco de Invocação do Mal encaixa muito bem a ambientação do filme. Patrick Wilson (Menina Má.com) e Vera Farmiga (Os Infiltrados) destacam-se como o casal Warren, mas Ron Livingston (minissérie Band of Brothers) e Lili Taylor (Inimigos Públicos) não ficam devendo, especialmente esta última, que se entrega (literalmente) de corpo e alma a personagem, tamanha a demanda física pedida pela mesma. As crianças também surgem bem, sendo assim necessário destacar a excelente escalação de elenco por parte de Anne McCarthy (Réquiem para um Sonho) e Kellie Gesell (O Assassino do Alaska). Não dá para transparecer pânico e horror sem um bom elenco e neste sentido o filme encontra-se muito bem servido.
Visualmente muito interessante, especialmente devido a fotografia muito bem posta por Leonetti, ao desenho de produção (Julie Berghoff, de Minhas Mães e Meu Pai) e figurino (Kristin M. Burke, de Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo) que emula com primor a o visual setentista, além da trilha sonora composta por Joseph Bishara (Os Escolhidos), um "expert" em filmes B de horror, que aqui opta pelo emprego de uma trilha de cunho minimalista, cujo crescendo se dá de acordo com o desenrolar da tensão e o desvendar do mistério. Enfim, apesar de nenhum destes obterem destaque no âmbito individual, coletivamente conseguem agregar bastante ao filme, imprimindo assim a visão defendida pelo diretor James Wan.
Cinematograficamente bem conduzido e possuidor de elementos suficientes para atrair a atenção do público ávido por bons filmes de suspense/terror, Invocação do Mal pode cair na armadilha dos sustos fáceis durante seu terceiro ato, mas tem força suficiente para convencer seja devido ao poder de fogo de seu roteiro - cujo foco principal encontra-se não na exposição do passado da bruxa-demônio, mas sim no drama pessoal da família residente à casa assombrada e do casal de investigadores/estudiosos de eventos paranormais -, seja pelo cuidado estético da produção, que acerta ao adotar (na maioria das vezes) a sugestão do mal em detrimento da exposição/exploração imagética deste. Não é um filme revolucionário ou inesquecível e provavelmente não entrará no rol dos clássicos do gênero, mas não deixa de ser um filme interessante e instigante, sendo assim muito feliz em sua proposta.
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