Não sei se daria o Oscar de melhor filme a O Lado Bom da Vida, mas é inquestionável que este é um excelente feel good movie, repleto de boas atuações, dono de um roteiro inspirador e bem amarrado, além de contar com a direção (e roteiro) de um dos queridinhos da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o competente David O. Russell (Três Reis). Filme de "virada" - daqueles em que os personagens saem de um ponto ruim, aprendem (e compreendem a vida) e acabam em um ponto bom -, esta dramédia romântica acerta no tom e na mensagem apresentada, pois tem o poder de conquistar tanto o menos exigente dos espectadores, quanto aqueles que procuram algo mais. Longe de ser profunda, o filme de O. Russell trabalha temas complexos de forma simples, quase que caricatural, mas estes possuem tanta identificação para com o público que acabam funcionando sublimemente.
O foco do filme encontra-se na relação - e possível atração - entre dois underdogs, duas pessoas bastante problemáticas e desencontradas, que enxergam nos dilemas um do outro uma forma de superarem seus problemas. Tanto Bradley Cooper (Se Beber, Não Case) quanto Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes) encontram-se excelentes em seus respectivos papéis, mas é Cooper quem mais surpreende - talvez pelo fato do ator nunca ter apostado em personagens mais complexos -, apesar de Lawrence ter recebido o Oscar por este trabalho (prêmio este que achei um tanto forçado, pois acredito que a atriz ainda vai entregar o papel - ou os papéis - de sua carreira, mas isto é outra discussão). Outro que aparece bem é Robert De Niro (Os Bons Companheiros), mostrando que, quando quer, ainda tem a capacidade de criar personagens interessantes. Não valia uma indicação ao Oscar - creio que o ator a recebeu mais pelo simbolismo do que realmente pela potência do seu trabalho -, mas é um bom papel/composição/personagem.
David O. Russell, tendo como base o best-seller escrito por Matthew Quick - até hoje líder de vendas no Brasil -, constrói uma interessante história sobre segundas chances e auto-descobrimento/conhecimento , além de passear pelo universo - bastante idealizado, obviamente - dos deslocados da sociedade, visto que não apenas os protagonistas do filme (ambos com transtorno de personalidade, sendo um deles inclusive recém saído de uma instituição de saúde mental) estão contidos nesta classificação, como também parte de suas famílias parecem ter um "parafuso" a menos (De Niro incluso). Ou seja, O. Russell entrega um olhar bastante sincero, mas contundente, acerca das paranoias e particularidades de cada um de nós, seres humanos, como indivíduos únicos e muitíssimo complicados. De certa forma o filme lembra outro título lembrado pelo Oscar há alguns anos: Jerry Maguire - A Grande Virada, dirigido por Cameron Crowe e estrelado por Tom Cruise, Renée Zellwegger e Cuba Gooding Jr.
Contagiante do início ao fim, O Lado Bom da Vida não se destaca apenas pela mensagem inspiradora que carrega, mas principalmente por sua construção apoiada ao máximo em verossimilhança, apesar de sua trama um tanto "conto de fadas". Certamente, nas mãos de um cineasta menos competente, o filme não passaria de um romance "água com açúcar" encabeçado por um bom elenco - aos moldes dos filmes de Garry Marshall -, mas devido ao refinamento de David O. Russell temos aqui uma obra simples, didática e emotiva mas que carrega junto pontos de debate e reflexão, interpretações fascinantes e uma construção narrativa no mínimo empolgante. Repito que não daria o Oscar a ele - como também não daria a Lincoln, Os Miseráveis, A Hora Mais Escura e Indomável Sonhadora -, mas é impossível não confirmar que este é um ótimo filme.
O foco do filme encontra-se na relação - e possível atração - entre dois underdogs, duas pessoas bastante problemáticas e desencontradas, que enxergam nos dilemas um do outro uma forma de superarem seus problemas. Tanto Bradley Cooper (Se Beber, Não Case) quanto Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes) encontram-se excelentes em seus respectivos papéis, mas é Cooper quem mais surpreende - talvez pelo fato do ator nunca ter apostado em personagens mais complexos -, apesar de Lawrence ter recebido o Oscar por este trabalho (prêmio este que achei um tanto forçado, pois acredito que a atriz ainda vai entregar o papel - ou os papéis - de sua carreira, mas isto é outra discussão). Outro que aparece bem é Robert De Niro (Os Bons Companheiros), mostrando que, quando quer, ainda tem a capacidade de criar personagens interessantes. Não valia uma indicação ao Oscar - creio que o ator a recebeu mais pelo simbolismo do que realmente pela potência do seu trabalho -, mas é um bom papel/composição/personagem.
David O. Russell, tendo como base o best-seller escrito por Matthew Quick - até hoje líder de vendas no Brasil -, constrói uma interessante história sobre segundas chances e auto-descobrimento/conhecimento , além de passear pelo universo - bastante idealizado, obviamente - dos deslocados da sociedade, visto que não apenas os protagonistas do filme (ambos com transtorno de personalidade, sendo um deles inclusive recém saído de uma instituição de saúde mental) estão contidos nesta classificação, como também parte de suas famílias parecem ter um "parafuso" a menos (De Niro incluso). Ou seja, O. Russell entrega um olhar bastante sincero, mas contundente, acerca das paranoias e particularidades de cada um de nós, seres humanos, como indivíduos únicos e muitíssimo complicados. De certa forma o filme lembra outro título lembrado pelo Oscar há alguns anos: Jerry Maguire - A Grande Virada, dirigido por Cameron Crowe e estrelado por Tom Cruise, Renée Zellwegger e Cuba Gooding Jr.
Contagiante do início ao fim, O Lado Bom da Vida não se destaca apenas pela mensagem inspiradora que carrega, mas principalmente por sua construção apoiada ao máximo em verossimilhança, apesar de sua trama um tanto "conto de fadas". Certamente, nas mãos de um cineasta menos competente, o filme não passaria de um romance "água com açúcar" encabeçado por um bom elenco - aos moldes dos filmes de Garry Marshall -, mas devido ao refinamento de David O. Russell temos aqui uma obra simples, didática e emotiva mas que carrega junto pontos de debate e reflexão, interpretações fascinantes e uma construção narrativa no mínimo empolgante. Repito que não daria o Oscar a ele - como também não daria a Lincoln, Os Miseráveis, A Hora Mais Escura e Indomável Sonhadora -, mas é impossível não confirmar que este é um ótimo filme.
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