"Você não pode fugir do passado" (Livre tradução da frase disposta no poster promocional do filme).
Não há algo palpável que possa caracterizar Sem Proteção como um filme ruim, à exceção, obviamente, da orientação político-filosófica de cada um, mas é fato que, mesmo contando com um enredo interessante, uma constelação de nomes em seu elenco, uma produção caprichada (ainda mais se levarmos em conta que temos aqui um filme independente e de baixo orçamento) e um diretor conceituado, parece faltar tempero a obra, que se arrasta um pouco, sendo a falta de ritmo seu pior inimigo, o que acaba por prejudicar tanto o discurso idealista do filme (ou libertino, a depender do ponto de vista) quanto o seu interesse enquanto cinema. A mensagem é posta, mas esta demora um pouco a engatar.
Geralmente os thrillers políticos encabeçados por Robert Redford (Todos os Homens do Presidente), seja como ator e/ou diretor, possuem uma coerência narrativa pautada não apenas na ato da denúncia, mas também no esclarecimento de determinada questão social de certa relevância à época em que estes filmes foram lançados. Com isso, não afirmo que todos estes sagraram-se excepcionais, muito pelo contrário, alguns podem ser tidos como bem fracos, mas só o fato de abordarem temas complexos ou que gerem certo desconforto a outros cineastas/artistas, já comprovam a coragem e determinação de Redford não apenas como agente de grande influência no rol de realizadores de Hollywood, mas também como cidadão político. Sendo assim, apesar de não encontrar-se entre seus trabalhos mais notórios, Sem Proteção, produção independente estrelada e dirigida pelo eterno galã de Butch Cassidy, é um filme interessante e que expõe uma discussão importante, cumprindo assim sua função primeira: a de conscientizar o público acerca de um evento histórico, mas que vive ainda hoje.
O elenco de Sem Proteção dispensa comentários. Além de Redford, o filme conta com a participação de gente do calibre de Shia LaBeauf (Os Infratores), Susan Sarandon (O Óleo de Lorenzo), Nick Nolte (Caça aos Gângsteres), Richard Jenkins (O Homem da Máfia), Brendan Gleeson (O Guarda), Julie Christie (Doutor Jivago), Chris Cooper (A Identidade Bourne), Terrence Howard (Crash - No Limite), Stanley Tucci (Capitão América: O Primeiro Vingador), Anna Kendrick (Amor Sem Escalas), Sam Eliott (A Bússola de Ouro) e Brit Marling (Another Earth), o que por si só já é um baita atrativo. Somando o grande elenco a direção segura de Redford e ao roteiro interessante de Lem Dobbs (Cidade das Sombras), baseado em um romance de Neil Gordon. Uma pena que o filme careça de ritmo, o que torna a experiência cinematográfica cansativa, apesar da contundência.
Mal recebido por parte da crítica, Sem Proteção trata de um tema delicado à população norte-americana, cada vez mais assustada quando o assunto terrorismo entra em pauta. Particularmente não entendo o filme nem como peça de enaltecimento à luta armada, nem como crítica a mesma. Enxergo a obra como um alerta ao atual momento de insegurança em relação ao controle estatal sentido não apenas pela sociedade norte-americana (sendo esta o foco da obra), mas ao ocidente como um todo. A pauta terrorismo/protesto social continua com grande relevância e, bem ou mal, é a respeito desta que o filme procura tratar.
Talvez se tivesse sido dirigido por um cineasta menos experiente a obra poderia ter saído um tanto pedante, intelectualizada, mas Robert Redford é um sujeito calejado, tanto na frente e por trás das câmeras, como no ativismo político. Sendo assim, concordando ou não com as ideias - para alguns ultrapassadas - manifestadas pelo diretor através de seu filme, é inegável seu poder de convencimento. Sem Proteção vacila em alguns momentos, se perdendo enquanto não sabe se deseja se colocar como uma obra introspectiva ou como uma jornada de descobrimento (pelos olhos do personagem de Shia LaBeauf) e não traz grandes novidades em sua estrutura ou quanto a ideologia defendida, mas gera curiosidade suficiente para que passeemos por suas duas horas e, mesmo não sendo um grande filme, ao final a satisfação é seguramente alcançada.
Geralmente os thrillers políticos encabeçados por Robert Redford (Todos os Homens do Presidente), seja como ator e/ou diretor, possuem uma coerência narrativa pautada não apenas na ato da denúncia, mas também no esclarecimento de determinada questão social de certa relevância à época em que estes filmes foram lançados. Com isso, não afirmo que todos estes sagraram-se excepcionais, muito pelo contrário, alguns podem ser tidos como bem fracos, mas só o fato de abordarem temas complexos ou que gerem certo desconforto a outros cineastas/artistas, já comprovam a coragem e determinação de Redford não apenas como agente de grande influência no rol de realizadores de Hollywood, mas também como cidadão político. Sendo assim, apesar de não encontrar-se entre seus trabalhos mais notórios, Sem Proteção, produção independente estrelada e dirigida pelo eterno galã de Butch Cassidy, é um filme interessante e que expõe uma discussão importante, cumprindo assim sua função primeira: a de conscientizar o público acerca de um evento histórico, mas que vive ainda hoje.
O elenco de Sem Proteção dispensa comentários. Além de Redford, o filme conta com a participação de gente do calibre de Shia LaBeauf (Os Infratores), Susan Sarandon (O Óleo de Lorenzo), Nick Nolte (Caça aos Gângsteres), Richard Jenkins (O Homem da Máfia), Brendan Gleeson (O Guarda), Julie Christie (Doutor Jivago), Chris Cooper (A Identidade Bourne), Terrence Howard (Crash - No Limite), Stanley Tucci (Capitão América: O Primeiro Vingador), Anna Kendrick (Amor Sem Escalas), Sam Eliott (A Bússola de Ouro) e Brit Marling (Another Earth), o que por si só já é um baita atrativo. Somando o grande elenco a direção segura de Redford e ao roteiro interessante de Lem Dobbs (Cidade das Sombras), baseado em um romance de Neil Gordon. Uma pena que o filme careça de ritmo, o que torna a experiência cinematográfica cansativa, apesar da contundência.
Mal recebido por parte da crítica, Sem Proteção trata de um tema delicado à população norte-americana, cada vez mais assustada quando o assunto terrorismo entra em pauta. Particularmente não entendo o filme nem como peça de enaltecimento à luta armada, nem como crítica a mesma. Enxergo a obra como um alerta ao atual momento de insegurança em relação ao controle estatal sentido não apenas pela sociedade norte-americana (sendo esta o foco da obra), mas ao ocidente como um todo. A pauta terrorismo/protesto social continua com grande relevância e, bem ou mal, é a respeito desta que o filme procura tratar.
Talvez se tivesse sido dirigido por um cineasta menos experiente a obra poderia ter saído um tanto pedante, intelectualizada, mas Robert Redford é um sujeito calejado, tanto na frente e por trás das câmeras, como no ativismo político. Sendo assim, concordando ou não com as ideias - para alguns ultrapassadas - manifestadas pelo diretor através de seu filme, é inegável seu poder de convencimento. Sem Proteção vacila em alguns momentos, se perdendo enquanto não sabe se deseja se colocar como uma obra introspectiva ou como uma jornada de descobrimento (pelos olhos do personagem de Shia LaBeauf) e não traz grandes novidades em sua estrutura ou quanto a ideologia defendida, mas gera curiosidade suficiente para que passeemos por suas duas horas e, mesmo não sendo um grande filme, ao final a satisfação é seguramente alcançada.
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