"A identidade é um segredo. A identidade é um mistério. A identidade é um assassino".
"O segredo encontra-se lá dentro"
(Livre tradução das frases dispostas no poster promocional do filme).
Muletas à parte, Identidade é um thriller de mistério muito bem bolado e executado, estrelado por um elenco de caras conhecidas (pelo menos à época) e conduzido com esmero pelo subestimado diretor James Mangold - passaram por suas mãos filmes tão díspares como CopLand, Johnny & June, Os Indomáveis e Wolverine: Imortal, por exemplo -, que acerta técnica e narrativamente, construindo ao lado do roteirista Michael Cooney (Identidade Paranormal) um obra intrincada, mas não necessariamente complexa, que envolve o espectador no velho jogo de adivinhação de quem, dentre os dez estranhos alocados num motel de beira de estrada, seria assassino. Compacto (são aproximadamente noventa minutos de projeção) e possuidor de um clima que prestigia a tensão, o filme parece levemente inspirado em obras da escritora britânica Agatha Christie, especialmente na questão do confinamento de pessoas suspeitas do mesmo crime.
Passeando por elementos estruturais que ora dão ao filme um tom realista, ora sugerem que este se trata de um conto estilizado ou até mesmo de uma alucinação sofrida por algum dos personagens, o clima de mistério enraizado tanto à trama quanto a condução do longa dão a ele um tom particular, que é aproveitado com inteligência por Mangold e pelo elenco, todos conjugados com o intuito não apenas de provocar o espectador, mas também de provocar confusão no mesmo, embasbacá-lo, ludibriá-lo. O desfecho é revelador, podendo inclusive causar certo estranhamento por parte do espectador, mas se este refletir um pouco acerca dos eventos apresentados até então - e não for à caça de possíveis furos de roteiro - certamente irá apreciar tanto a resolução quanto a jornada proporcionada pelo filme. Misto de "fantasia" e jogo psicológico, Identidade encaixa-se na categoria de filmes que desejam forçar a mente do espectador, apresentando pistas que podem ajudar (ou não) ajudar a revelar seus segredos, mas sem nunca destratá-lo, pois apesar da virada de mesa ao seu final, nada soa gratuito ou como enrolação.
Apesar de ser obviamente estrelado por John Cusack (Obsessão), o restante do elenco tem peso suficiente para despertar interesse através de suas personagens, pois cada uma destas tem particularidades com potencial para despertar curiosidade imediata. Dentre aqueles mais interessantes encontram-se os interpretados por Amanda Peet (2012), Ray Liotta (O Homem da Máfia) - canastrão como sempre - e John Hawkes (Inverno da Alma), além de Pruitt Taylor Vince (O Indomável - Assim é Minha Vida), que rouba a cena em uma curta mas providencial participação. É válido o registro das participações de nomes como Alfred Molina (O Vigarista do Ano), Jake Busey (Tropas Estelares), Clea DuVall (Argo), John C. McGinley (Platoon) e da musa oitentista Rebecca De Mornay (A Mão Que Balança o Berço). É através da caracterização dos personagens que a trama engrena, logo, o elenco merece ser destacado como uma das peças principais para o pleno funcionamento das engrenagens que conduzem o filme.
Recebido de forma morna à época de seu lançamento, Identidade é um filme que merece ser redescoberto (ou revisitado por aqueles que o viram há mais de uma década), pois apresenta-se interessante não apenas do ponto de vista narrativo, mas também no âmbito estético, seja por sua fotografia escura e um tanto estilizada - a cargo do grego Phedon Papamichael (recentemente indicado ao Oscar por seu belo trabalho no filme Nebraska) -, pelo desenho de produção (a cargo de Marl Friedberg, de Noé) que mistura "realidade" a "sonho/pesadelo", sem tornar tal junção óbvia ou pela montagem redondinha - e entrecortada com brilhantismo - apresentada por David Brenner (O Homem de Aço), além de contar com uma trilha sonora afiada e complementar à narrativa, composta e executada pelo mestre Alan Silvestri (Contato). Em suma, Identidade é daqueles filmes cuja primeira experiência poderá ser definitiva, portanto, prepare-se bem antes de dar o play.
Passeando por elementos estruturais que ora dão ao filme um tom realista, ora sugerem que este se trata de um conto estilizado ou até mesmo de uma alucinação sofrida por algum dos personagens, o clima de mistério enraizado tanto à trama quanto a condução do longa dão a ele um tom particular, que é aproveitado com inteligência por Mangold e pelo elenco, todos conjugados com o intuito não apenas de provocar o espectador, mas também de provocar confusão no mesmo, embasbacá-lo, ludibriá-lo. O desfecho é revelador, podendo inclusive causar certo estranhamento por parte do espectador, mas se este refletir um pouco acerca dos eventos apresentados até então - e não for à caça de possíveis furos de roteiro - certamente irá apreciar tanto a resolução quanto a jornada proporcionada pelo filme. Misto de "fantasia" e jogo psicológico, Identidade encaixa-se na categoria de filmes que desejam forçar a mente do espectador, apresentando pistas que podem ajudar (ou não) ajudar a revelar seus segredos, mas sem nunca destratá-lo, pois apesar da virada de mesa ao seu final, nada soa gratuito ou como enrolação.
Apesar de ser obviamente estrelado por John Cusack (Obsessão), o restante do elenco tem peso suficiente para despertar interesse através de suas personagens, pois cada uma destas tem particularidades com potencial para despertar curiosidade imediata. Dentre aqueles mais interessantes encontram-se os interpretados por Amanda Peet (2012), Ray Liotta (O Homem da Máfia) - canastrão como sempre - e John Hawkes (Inverno da Alma), além de Pruitt Taylor Vince (O Indomável - Assim é Minha Vida), que rouba a cena em uma curta mas providencial participação. É válido o registro das participações de nomes como Alfred Molina (O Vigarista do Ano), Jake Busey (Tropas Estelares), Clea DuVall (Argo), John C. McGinley (Platoon) e da musa oitentista Rebecca De Mornay (A Mão Que Balança o Berço). É através da caracterização dos personagens que a trama engrena, logo, o elenco merece ser destacado como uma das peças principais para o pleno funcionamento das engrenagens que conduzem o filme.
Recebido de forma morna à época de seu lançamento, Identidade é um filme que merece ser redescoberto (ou revisitado por aqueles que o viram há mais de uma década), pois apresenta-se interessante não apenas do ponto de vista narrativo, mas também no âmbito estético, seja por sua fotografia escura e um tanto estilizada - a cargo do grego Phedon Papamichael (recentemente indicado ao Oscar por seu belo trabalho no filme Nebraska) -, pelo desenho de produção (a cargo de Marl Friedberg, de Noé) que mistura "realidade" a "sonho/pesadelo", sem tornar tal junção óbvia ou pela montagem redondinha - e entrecortada com brilhantismo - apresentada por David Brenner (O Homem de Aço), além de contar com uma trilha sonora afiada e complementar à narrativa, composta e executada pelo mestre Alan Silvestri (Contato). Em suma, Identidade é daqueles filmes cuja primeira experiência poderá ser definitiva, portanto, prepare-se bem antes de dar o play.
TRAILER
Mais Informações:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Concorda com o texto? Comente abaixo! Discorda? Não perca tempo, exponha sua opinião agora!