05 julho, 2012

Poltergeist III - O Capítulo Final (Poltergeist III, EUA, 1988).


Se o primeiro filme é um título de horror criativo e eficiente (para alguns um clássico do gênero) e o segundo, apesar de irregular, soa interessante pela amplitude conceitual dos elementos apenas sugeridos no filme anterior, esta parte final de uma então trilogia é uma bobagem sem igual, que distorce quase todos os conceitos do longa original, em especial o aspecto familiar tão caro à trama daquele (onde estão os pais e o irmão da menina Carol Anne? Depois de todos os eventos sofridos estes iram "abandoná-la" assim, sem mais nem por que? Como premissa, inaceitável!) e estraga tudo que havia de potencial no filme anterior, já que em Poltergeist III - O Capítulo Final temos a volta do reverendo Kane (sabe-se lá por que, já que o mesmo havia sido eliminado no "outro lado" através de um ritual indo-americano), que agora atua como uma espécie de entidade dos sonhos (inspiração em A Hora do Pesadelo) e se transporta através de espelhos. Pelo conceito, risível, mas juntamente com a péssima execução do mesmo, através da direção frouxa - em especial a de atores - de Gary Sherman, torna-se esdrúxulo.

Contando apenas com os retornos de Heather O' Rourke (a menina Carol Anne) e Zelda Rubinstein (a mística Tangina) - nem mesmo o compositor Jerry Goldsmith voltou para essa sequência - e com as participações constrangedoras de Tom Skerritt (Alien, o 8º Passageiro) e Nancy Allen (Vestida para Matar), donos estes de papeis e interpretações ridículas, Poltergeist III - O Capítulo Final acabou por afundar a franquia, visto que quase nada é aproveitável no filme, já que são poucos os sustos providos por ele, os efeitos visuais não se sustentam (imagine hoje), o enredo é frágil e não gera credibilidade, a temática substituta com elementos de teen movies e diálogos espertinhos (vergonha alheia algumas das falas de Carol Anne, que a descaracterizam totalmente, mesmo levando-se em conta que a menina obviamente cresceu), além de provavelmente ser um horror especial para os psicólogos e psicanalistas, a observar o "impagável" personagem de Richard Fire, um psicólogo que insiste na tese de que todos os eventos assombrosos ditos por Carol Anne (e confirmado pelo restante dos personagens, inclusive ele) não passam de influências de cunho hipnótico da menina, uma espécie de projeção subjetiva dela na mente e na percepção daqueles que estão ao seu redor. Não preciso falar mais nada, não é mesmo?

Só pra completar, o filme não provoca medo em momento algum, pelo contrário, alguns diálogos - como enfaticamente comentado logo acima - provocam risos, o que para uma série que tinha como alvo de comparação O Exorcista, não há prova maior de sua mediocridade como produto do gênero, portanto, aconselho que passe longe.

AVALIAÇÃO:  
Trailer:

Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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