08 agosto, 2014

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider Man 2, EUA, 2014).

"Seu maior desafio começou(Livre tradução da frase disposta no poster do filme).
O maior desacerto de O Espetacular Homem-Aranha 2 se encontra no seu tom. Este tenta - nem sempre com sucesso - casar o clima "dark" do filme anterior (leia aqui) com um mais próximo ao mostrado pelo personagem título nas histórias em quadrinhos, cujo humor e "leveza" encontram-se em primeiro plano. Ambas as abordagens poderiam ter funcionado caso tivessem sido trabalhadas separadamente, quiçá em obras diferentes, mas juntas acabaram por fragilizar uma parte substancial de sua narrativa. É fato que as sequências de ação do filme são muito bacanas - algumas, como o título do longa confirma, espetaculares - e as caracterizações de Andrew Garfield (A Rede Social) e Emma Stone (Caça aos Gângesters) como Peter Parker e Gwen Stacy, respectivamente, continuam incríveis, todavia o "vilão" Electro (Jamie Foxx, de Django Livre) soa deslocado com seu escopo excessivamente caricatural, enquanto o plot que abraça o surgimento, transformação e derrota de Harry Osborne (Dane DeHaan, de Metallica: Through the Never) é desenvolvido de forma atropelada, condensando em poucos minutos eventos de grande importância à narrativa como um todo, apesar do filme não ser nada curto (são aproximadamente 142 minutos de metragem). O Espetacular Homem-Aranha 2 contou com a adição dos roteiristas Alex Kurtzman (Transformers), Roberto Orci (Star Trek) e Jeff Pinkner (série Fringe), que deram um novo tratamento ao argumento de James Vanderbilt (autor do roteiro do filme anterior), porém o trio acabou não sendo capaz - ou seriam estes os responsáveis? - de dar uniformidade  a série de eventos que circundam o Homem-Aranha durante o filme, incluindo a ainda indigesta subtrama que envolve os pais de Peter - que ganha um "acompanhante": Norman Osborne (Chris Cooper), pai de Harry. Em suma, O Espetacular Homem-Aranha 2 é um filme mais divertido que o reboot de 2012, mesmo ainda carregando a carregar algumas de suas falhas e apresentando algumas "novas. Pode-se dizer que o filme provoca um sentimento dúbio que envolve satisfação e incômodo, sentimento este que pode ser vislumbrado através de seu desfecho "feliz" / "pra cima" precedido de um momento absurdamente trágico (mesmo que desenvolvido apressadamente), o que acaba por escancarar a falta de uniformidade deste segundo trabalho de Marc Webb (500 Dias Com Ela) a frente do "amigão da vizinhança".

★★

TRAILER


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