04 junho, 2012

A Dama de Ferro (The Iron Lady, ING, 2011).


Apesar dos prêmios conseguidos no Oscar do corrente ano, dentre eles os de melhor atriz para Meryl Streep (As Pontes de Madinson) e melhor maquiagem (a cargo de Mark Coulier e J. Roy Helland), bem entregues por sinal, A Dama de Ferro não é um bom filme. Falho como biografia - quem é mesmo Margareth Thatcher? O filme não responde -, como resgate histórico e até mesmo como cinema, o filme dirigido por Phyllida Lloyd (Mamma Mia!) é maçante, não contextualiza os eventos abordados de maneira digerível - talvez devido a péssima opção de mostrá-los sem uma cronologia temporal fixa -, visto que é difícil identificar os períodos apresentados da famosíssima ex-Primeira Ministra do Reino Unido, nunca deixando claro se ela já o é ou não. Além do mais, dois outros fatores reforçam a fragilidade do filme: a falta de aprofundamento político - ora bolas, Thatcher respirava política e, para o bem ou para o mal, participou de grandes decisões neste terreno num período no mínimo conturbado da economia mundial, que vivia a incerteza da Guerra Fria - e a curtíssima metragem (cerca de 104 minutos, créditos inclusos) para um filme que pretendia narrar por completo a história dessa figura importantíssima da nossa história recente.

Devido a falta de aprofundamento e linearidade - parecendo até que Lloyd e o roteirista Abi Morgan (Shame) tinham certeza de que todos aqueles que assistiriam o filme teriam obrigação de saberem a trajetória de vida de Margareth Thatcher - e o ritmo modorrento do filme, talvez os únicos grandes destaques sejam as excelentes atuações de Mery Streep e Alexandra Roach, ambas interpretando a Dama de Ferro em idades distintas e de Jim Broadbent (Moulin Rouge - Amor em Vermelho) e Harry Lloyd (série Game of Thrones), como o companheiro daquela, Dennis Thatcher, que são a única razão do despertar de interesse causado pelo filme. Pra ser justo, o elenco como um todo está muito bem. Outro destaque está obviamente no trabalho de maquiagem, tanto no caso do envelhecimento de Streep, quanto na caracterização de Roach e Streep, estão perfeitos, entretanto o restante não está a altura, fazendo deste mais um daqueles filmes lembrados por uma grande atuação - o destaque realmente chama-se Meryl Streep -, mas completamente esquecíveis e que não despertam uma nova conferida. Posições políticas a parte, é uma pena que não tenha-se tido mais cuidado e aprofundamento ao dramatizar a história desta figura controversa e importante para a política mundial (FHC que o diga), resultando num filme que, sem exagero algum, não diz absolutamente nada acerca da primeira mulher eleita dona do mais importante cargo político da Europa.

AVALIAÇÃO: 
Trailer: 

Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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