"Elvis não está morto. Ele apenas foi para casa!". (fala de K, personagem de Tommy Lee Jones).Pense num filme redondinho, com uma história simples, compacta e criativa, porém muito bem contada, dona de personagens marcantes e que mostra-se interessante e divertida do início ao fim. Difícil, não é? São poucos os filmes que se encaixam nesse perfil e Homens de Preto, felizmente, está inserido nesse grupo privilegiado.
Praticamente sedimentando o ótimo início de carreira de Will Smith (Eu Sou a Lenda) e mostrando uma faceta interessante do sisudo Tommy Lee Jones (Capitão América: O Primeiro Vingador), este filme dirigido por Barry Sonnenfeld (A Família Addams) e que completa 15 anos de lançamento no ano vigente continua eficientíssimo, tanto no quesito mistério/aventura, quanto no aspecto cômico, tendo o raro poder de agradar a adultos e crianças, homens e mulheres.
Com uma cara das ficções científicas B e dos filmes pulp dos anos 1950, Homens de Preto - que na verdade é uma adaptação de uma revista em quadrinhos - traz em pouco mais de 90 minutos muita ação e mistério, numa trama recheada de referências ao universo pop, dona de uma criatividade ímpar e que, apesar do escopo fantástico, envolve e convence do início ao fim, já que ao acompanharmos a revelação desse universo onde alienígenas vivem camuflados entre nós e apenas uma agência não-governamental tem a função de "coordenar" a presença de tais seres dentro e fora do planeta Terra através dos olhos do personagem interpretado (com muito carisma, por sinal) por Will Smith, é quase impossível não se envolver e curtir esta jornada, que é fechada de forma tão bacana que, ao final do filme, fica a dúvida de por que tomaram a decisão de realizarem duas sequências para esta obra tão autossustentável. É óbvio que a única razão fora a financeira.
Contando também com as boas participações de Vincent D'Onofrio (Nascido para Matar) - deixando a saudável dúvida a respeito de que seria a excepcional maquiagem a cargo de Rick Baker o chamariz de seu personagem ou sua interpretação (ou ambas?) -, Rip Torn (Retratos de uma Realidade) e Linda Fiorentino (Jade), que estabelece um válido contraponto feminino a este filme carregado de figuras masculinas (humanas ou não).
Quanto ao visual, apesar de um outro efeito envelhecido (o que é mais do que obvio, visto que o filme tem mais de 15 anos e fora lançado ainda nos primeiros anos da computação gráfica no cinema), Homens de Preto ainda se mantém interessante e orgânico na maioria das cenas, estabelecendo com primor um universo particular que continua crível e interessante até hoje, em grande parte graças aos efeitos visuais, mas também ao elenco competente e bem arranjado em seus papeis, o roteiro ágil - a cargo de Ed Solomon, também roteirista dos filmes de Bill e Ted (Uma Aventura Fantástica e Dois Loucos no Tempo) - e que equilibra com sobras elementos de ação, comédia, aventura e ficção-científica, além da direção segura e instintiva de Barry Sonnenfeld, que confere grande personalidade ao longa. A trilha-sonora, assinada por Danny Elfman (Batman), não traz grandes novidades, mas é curioso o como esta traz ecos dos filmes de Tim Burton (A Noiva Cadáver), mais do que habitual parceiro do compositor.
Talvez o último grande filme produzido por Steven Spielberg (Cavalo de Guerra), de certa forma encerrando com este a boa safra de produções com sua assinatura iniciadas nos anos 1980, Homens de Preto é diversão garantida para todos os públicos, permanecendo brilhante em sua proposta e, à exemplo dos bons vinhos, fica cada vez melhor com o passar do tempo. Quanto as suas sequências (lançadas em 2002 e este ano), a discussão é outra.
AVALIAÇÃO:
Trailer:
Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo
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