30 junho, 2012

Homens de Preto (Men in Black, EUA, 1997).


"Elvis não está morto. Ele apenas foi para casa!". (fala de K, personagem de Tommy Lee Jones).
Pense num filme redondinho, com uma história simples, compacta e criativa, porém muito bem contada, dona de personagens marcantes e que mostra-se interessante e divertida do início ao fim. Difícil, não é? São poucos os filmes que se encaixam nesse perfil e Homens de Preto, felizmente, está inserido nesse grupo privilegiado. 

Praticamente sedimentando o ótimo início de carreira de Will Smith (Eu Sou a Lenda) e mostrando uma faceta interessante do sisudo Tommy Lee Jones (Capitão América: O Primeiro Vingador), este filme dirigido por Barry Sonnenfeld (A Família Addams) e que completa 15 anos de lançamento no ano vigente continua eficientíssimo, tanto no quesito mistério/aventura, quanto no aspecto cômico, tendo o raro poder de agradar a adultos e crianças, homens e mulheres. 

Com uma cara das ficções científicas B e dos filmes pulp dos anos 1950, Homens de Preto - que na verdade é uma adaptação de uma revista em quadrinhos - traz em pouco mais de 90 minutos muita ação e mistério, numa trama recheada de referências ao universo pop, dona de uma criatividade ímpar e que, apesar do escopo fantástico, envolve e convence do início ao fim, já que ao acompanharmos a revelação desse universo onde alienígenas vivem camuflados entre nós e apenas uma agência não-governamental tem a função de "coordenar" a presença de tais seres dentro e fora do planeta Terra através dos olhos do personagem interpretado (com muito carisma, por sinal) por Will Smith, é quase impossível não se envolver e curtir esta jornada, que é fechada de forma tão bacana que, ao final do filme, fica a dúvida de por que tomaram a decisão de realizarem duas sequências para esta obra tão autossustentável. É óbvio que a única razão fora a financeira.

Contando também com as boas participações de Vincent D'Onofrio (Nascido para Matar) - deixando a saudável dúvida a respeito de que seria a excepcional maquiagem a cargo de Rick Baker o chamariz de seu personagem ou sua interpretação (ou ambas?) -, Rip Torn (Retratos de uma Realidade) e Linda Fiorentino (Jade), que estabelece um válido contraponto feminino a este filme carregado de figuras masculinas (humanas ou não).

Quanto ao visual, apesar de um outro efeito envelhecido (o que é mais do que obvio, visto que o filme tem mais de 15 anos e fora lançado ainda nos primeiros anos da computação gráfica no cinema), Homens de Preto ainda se mantém interessante e orgânico na maioria das cenas, estabelecendo com primor um universo particular que continua crível e interessante até hoje, em grande parte graças aos efeitos visuais, mas também ao elenco competente e bem arranjado em seus papeis, o roteiro ágil - a cargo de Ed Solomon, também roteirista dos filmes de Bill e Ted (Uma Aventura Fantástica e Dois Loucos no Tempo) - e que equilibra com sobras elementos de ação, comédia, aventura e ficção-científica, além da direção segura e instintiva de Barry Sonnenfeld, que confere grande personalidade ao longa. A trilha-sonora, assinada por Danny Elfman (Batman), não traz grandes novidades, mas é curioso o como esta traz ecos dos filmes de Tim Burton (A Noiva Cadáver), mais do que habitual parceiro do compositor.

Talvez o último grande filme produzido por Steven Spielberg (Cavalo de Guerra), de certa forma encerrando com este a boa safra de produções com sua assinatura iniciadas nos anos 1980, Homens de Preto é diversão garantida para todos os públicos, permanecendo brilhante em sua proposta e, à exemplo dos bons vinhos, fica cada vez melhor com o passar do tempo. Quanto as suas sequências (lançadas em 2002 e este ano), a discussão é outra.

AVALIAÇÃO:
Trailer: 

Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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