01 julho, 2012

O Artista (The Artist, FRA, 2011).


Grande vencedor do Oscar de melhor filme de 2011 (além dos prêmios de direção, ator, figurino e trilha sonora), O Artista foi indubitavelmente o filme mais querido pela crítica no ano passado. Sem contar com um enredo super elaborado ou mesmo carregado de ineditismo, até por que o mesmo contém ecos óbvios de Cantando na Chuva e até mesmo da trajetória de Charles Chaplin durante o desenvolvimento da história e ousando no que se refere ao resgate de um estilo de filmagem (mudo), mas não uma recriação, O Artista realmente nasceu como uma obra-homenagem aos primórdios da sétima arte, num ano em que tal temática estava em voga, visto que outra obra com objetivos parecidos aportou nos cinemas, A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese (O Aviador).

Particularmente, apesar de bem amarrado, emotivo, corajoso (quem iria imaginar que alguém teria coragem de filmar e lançar uma película ao estilo anos 1930 nos dias de hoje) e cheio de personalidade, este trabalho de Michel Hazanavicius não me conquistou ao ponto de alçá-lo ao pódio, soando divertido e bem executado, mas nada próximo do espetacular. É claro que o trabalho de atuação da dupla de atores Jean Dujardin e Bérénice Bejo está fantástico, até por que se ambos não fossem competentes e brilhantemente carismáticos não segurariam um filme de 1 hora e 40 minutos sem diálogos, além da trilha sonora (a cargo de Ludovic Bource) pontuar com esmero todo o filme e a equipe de arte realmente estabelecer a ilusão de que estamos conferindo um filme ambientado e filmado na década de 1930. No entanto, apesar do primor técnico (que recria até mesma a formatação standard - 4:3 - da tela da época) e da boa vontade de Hazanavicius e cia. em prestar esta válida homenagem ao cinema, nada mais se sobressai ao longa, dando a impressão de que o mesmo não sobrevive se retirado seu status de bela homenagem.

Contando com boas participações de conhecidos atores britânicos e norte-americanos (John Goodman, James Cromwell, Penelope Ann Miller, Malcolm McDowell) e com uma mais do que perfeita performance do cãozinho Uggie, que interpreta o companheiro de George Valentin (Dujardin), Jack, prestando uma ótima e merecida homenagem a sétima arte e de certa forma ajudando a resgatar a simplicidade como forma de se contar uma história, O Artista é um belo filme, principalmente no âmbito técnico, mas não acredito que seja o melhor filme de 2011, mesmo com o não aparecimento de filmes tão bons naquele ano.

AVALIAÇÃO: 
Trailer: 

Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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