Apesar de ter perdido o diretor William Friedkin (A Árvore da Maldição), esta sequência do filme vencedor do Oscar de 1971 é conduzida primorosamente pelo seu substituto, o veterano John Frankenheimer (Ronin), que emula quase que perfeitamente o estilo do filme original, entregando uma sequência a altura deste. Mais uma vez contando com as presenças de Gene Hackman (Bonnie & Clyde: Uma Rajada de Balas) e de Fernando Rey, dessa vez a ação do filme se passa realmente na França, quando "Popeye" Doyle (Hackman) é enviado à França com a missão de identificar o chefe do tráfico vivido por Rey. Contando com alguns elementos narrativos de destaque do primeiro filme, Operação França 2 dá prosseguimento à jornada de "Popeye" com competência, fechando as arestas promovidas pelo filme anterior e finalizando com competência a disputa entre ele e Charnier (Rey).
Apesar de manter o estilo, Operação França 2 se distancia um pouco do filme original especialmente no âmbito da ação, até por que esta só surge com efetividade nos minutos finais do filme, numa sequência de literalmente tirar o fôlego, culminando num final heroico e catártico, apesar de um tantinho imbecil (me refiro a atitude cometida pelo vilão da história). No entanto, ao inserir o personagem de Hackman num conflito inusitado, acaba por conceber ao filme uma carga dramática no mínimo interessante, muito graças a harmonia entre a concepção dos roteiristas Alexander Jacobs e Laurie e Robert Dillon, a direção competente de Frankenheimer e principalmente a fantástica interpretação de Gene Hackman, que mostra todo o seu talento nesta sequência em particular. Tal evento foi tão marcante que acabou por inspirar diversas outras produções do gênero com o passar dos anos, inclusive um evento em particular com um dos personagens mais queridos da teledramaturgia norte-americana moderna, o Jack Bauer da série 24 Horas.
Com menos ação, mas mais elementos dramáticos, Operação França 2 é uma continuação que necessariamente não precisava existir, mas como foi feita traz consigo todo um novo cabedal de elementos e dá prosseguimento a história do filme original com respeito e boas sacadas, tornando-se assim indispensável sua conferida por quem gostou do anterior. Contudo, para não dizer que existem elementos um tanto quanto forçados na "aventura" de Doyle nas ruas de Marselha, a forma como este conjuntamente aos policiais franceses descobrem o "covil" de Charnier beira ao ridículo de tão estúpido que é o ato de quem se deixa pegar, fragilizando a ótima construção realizada até então, mas que devido ao talento de Hackman, Rey e do diretor John Frankenheimer é logo esquecida quando a tensa e frenética sequência de perseguição final tem início. Um momento frágil para um filme muito bem amarrado, que chega a conspirar contra si mesmo, mas consegue se superar. No final, Operação França 2 é uma sequência digna, válida e que provou-se necessária e pode constar sim nos anais de grandes produções do gênero policial da década de 1970, quiçá da história.
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