11 fevereiro, 2013

O Garoto (The Kid, EUA, 1921).


Uma coisa é certa: como é gostoso assistir filmes de Charlie Chaplin. Um dos maiores nomes do cinema norte-americano, Chaplin nunca venceu um Oscar por algum de seus filmes e sempre foi considerado um sujeito difícil nos corredores de Hollywood, porém foi inquestionavelmente genial em vida e permanece mais do que vivo ainda hoje, devido a suas grandes obras cinematográficas.

O Garoto, lançado em 1921, pode não ser tão conhecido quanto Tempos Modernos ou Luzes da Cidade, muito menos profundo e urgente quanto O Grande Ditador, mas é um de seus trabalhos mais simples e encantadores. A química existente entre Chaplin e o garotinho Charlie Coogan é surreal, pois convence tanto nas cenas onde há a incidência de uma maior carga dramática quanto naquelas em que o pastelão impera. Eis que esta é outra característica bem mais amostra neste filme, talvez pelo mesmo ainda primar pela inocência em sua narrativa e pelo brilho circense de sua comédia.

É bem verdade que algumas esquetes são mais bem cuidadas que outras, tendo destaque aquelas que envolvem diretamente a relação entre o vagabundo interpretado por Chaplin e seu filho adotado. Sequências antológicas como as do menino quebrando as janelas das casas, enquanto seu "pai" vende novas vidraças para substituir as que foram danificadas rende alguns dos melhores momentos do filme, que pode não ser sublime, mas mantém-se magistralmente divertido.

Apesar de não ser muito aprofundado, a questão da miséria nos Estados Unidos pré-1929, além da discussão sobre o abandono de crianças devido a falta de condições financeiras e psicológicas de se criá-las são pontos de destaque no filme, que faz questão de realizar este recorte social - ainda comum, por sinal - sem esquecer de que sua função primordial é fazer rir e entreter, função esta que é mais do que bem sucedida.

A bem verdade é difícil saber se O Garoto seria uma obra tão interessante se não contasse com a presença de Jack Coogan, pois sempre que o pequeno surge em cena o filme parece crescer. É claro que Charlie Chaplin sabe disso e explora o máximo que pode o relacionamento entre seu personagem e o de Coogan. Bem conduzido e com uma moral da história mais do que explícita, O Garoto pode se orgulhar de estar no rol dos filmes atemporais, mesmo sendo em branco e preto, mudo e de época, pois sua essência continua atual até hoje e os temas abordados continuam a fazer links com nossas problemáticas sociais. Apresentando um Chaplin mais bufão do que crítico, o filme aposta na inocência como ponto primordial de seus eventos e, devido a escolha, acaba muito bem sucedido como um todo. 

AVALIAÇÃO
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