"O mal tem suas maneiras de vencer" (Livre tradução da frase disposta no poster promocional do filme).
Talvez um "jovem clássico", Advogado do Diabo, de Taylor Hackford (Ray), é ao mesmo tempo um envolvente thriller de tribunal e um suspense de cunho sobrenatural, todavia, recheado de metáforas acerca da índole humano e de sua predileção (natural?) ao casamento com o fácil, com o destacável, com o poder, com a tentação, logo, com o mal. Contando com um Al Pacino (Scarface) no limite entre o "genial" e a caricatura e um Keanu Reeves (Matrix) esforçado - o astro até que tenta representar sentimentos -, o longa baseado na obra best-seller escrita por Andrew Neiderman - cuja adaptação caiu nas mãos da dupla de roteiristas Jonathan Lemkin (Planeta Vermelho) e Tony Gilroy (A Identidade Bourne, A Supremacia Bourne, O Ultimato Bourne, O Legado Bourne) - mostra-se envolvente desde o início, apresentando o poder de convencimento (nem tanto) e determinação do jovem advogado Kevin Lomax (Reeves) e sua ascensão vertiginosa após conhecer o poderoso e influente John Milton (Pacino). Mesmo não sendo um cineasta irrepreensível, Hackford conduz muito bem o filme, acertando no tom e na direção de atores, pecando apenas no corte final, visto que a obra acaba se alongando um pouco. Além dos citados, destaco também o tema da sequência final composto por James Newton Howard (A Vila) - este lembra bastante os arranjos de Jerry Goldsmith para o filme A Profecia - e a fotografia de Andrjej Bartkowiak (Jade) - cujas lentes dão um quê onírico à sobriedade pretendida por Hackford -, além das presenças pontuais de Charlize Theron (Prometheus), Connie Nielsen (Missão: Marte), Craig T. Nelson (Poltergeist) e Jeffrey Jones (A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça). Advogado do Diabo é um suspense psicológico divertidíssimo, que não pretende aprofundar discussões ou apresentar grandes mensagens, mas de uma forma ou de outra, além do fator entretenimento, suscita a possibilidade de boas discussões acerca da (ou das) natureza humana.
★★★★
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