16 setembro, 2014

Malévola (Maleficent, EUA, 2014).

"Não acredite no conto de fada" (Livre tradução da frase disposta no poster do filme).
Mais uma incursão da Disney século XXI no "gênero" revisão de contos de fada - após os sucessos de bilheteria de Alice e Oz: Mágico e Poderoso -, Malévola comprova que o filão ainda tem muito a render (o filme arrecadou mais de 700 milhões de dólares nas bilheterias mundiais) e que não estou ficando mais jovem (!). Como não resta dúvida quanto a coerência da primeira assertiva, debruçarei um pouco a respeito da segunda. Malévola foi construído especificamente para o público infantil - ao contrário de outras revisões recentes de contos de fada, como os juvenis Branca de Neve e o Caçador e João e Maria: Caçadores de Bruxas -, não para marmanjos como eu. Logo, pelo caminho que o roteiro do filme (a cargo da "especialista" Linda Woolverton) abraça fica claro que este parece não se importar em dar coerência lógica (ou afim) aos eventos que apresentados em sequência, optando pela "simplicidade" para "conquistar" de imediato a criançada. Pouco importa se as motivações de personagens como Stefan (Sharlto Copley, de Elysium) não são aprofundadas de forma alguma ou até mesmo se alguns dos dilemas vividos pela personagem título - que literalmente ganha vida graças a ótima composição de Angelina Jolie (Salt) - apresentam-se tão condensados que acabam por não soar "críveis". O foco do filme está no encantamento da criançada, que certamente ficará atônita com o festival de efeitos especiais - não são espetaculares, mas cumprem relativamente bem seu papel -, com o carisma da personagem principal e com a simplicidade da trama e da jornada de seus personagens. Certamente muita coisa poderia ter sido melhor trabalhada, todavia, como antecipado, o olhar "adulto" pouco afeta o objetivo principal do filme: conquistar especificamente a criançada, entregando um produto de fácil assimilação e cujo objetivo principal encontra-se no encantamento. Neste sentido, não dá para categorizar o filme como ruim. Malévola é um filme bacaninha, ideal para se assistir lado a lado à criançada. Nada demais para tipos como eu, mas (possivelmente) encantadores para a gurizada.

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Como alguém pode ter sentido falta de observações mais "técnicas", destacaria no filme a trilha sonora assinada por James Newton Howard (A Vila), a fotografia "digital" de Dean Semler (Dança com Lobos) e o figurino (Anna B. Sheppard, de A Menina Que Roubava Livros). O diretor (estreante na função) Robert Stromberg pouco acrescenta, enquanto a equipe de arte, apesar de "bolarem" um visual bacana, exageram um pouco no uso de computação gráfica (não à toa os desenhistas de produção são, ao lado de Stromberg, egressos do universo dos efeitos especiais).

★★★

TRAILER


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