14 janeiro, 2014

A Sombra do Inimigo (Alex Cross, EUA, 2012).


Conheci o trabalho de James Patterson e deu personagem mais famoso, Alex Cross, há pouco tempo, através do livro Eu, Alex Cross, uma das mais recentes obras protagonizadas pelo famoso detetive e psiquiatra forense da literatura policial norte-americana. Envolvente e objetivo, este livro me despertou a curiosidade de conferir a mais recente adaptação cinematográfica envolvendo Cross, espécie de reboot após dois filmes estrelados por Morgan Freeman, Beijos que Matam (1997) e Na Teia da Aranha (2001), que contou com Tyler Perry (Star Trek) interpretando Cross e com a direção do experiente Rob Cohen (Velozes e Furiosos, Triplo X). Apesar de não ter achado o filme o lixo declamado pela crítica em 2012, é fato que este é bem fraco, especialmente se for levado em conta o bom nome que o personagem carrega no âmbito da literatura.

Adaptado pela dupla Marc Moss (Na Teia da Aranha) e Kerry Williamson, A Sombra do Inimigo (no original, apenas Alex Cross) tem como fonte de inspiração o romance Cross e conta com a bênção de James Patterson, mas a impressão sentida é que o autor não deu muita importância a esta nova roupagem de seu personagem, apesar de ser um de seus produtores. O fato é que a trama não empolga, seu desenvolvimento é arrastado e Perry não convence como Alex Cross, tanto pela falta de carisma quanto pela pouca presença nas cenas de ação, o que acaba por enfraquecer bastante o filme. O veterano Rob Cohen também parece pouco a vontade no comando, além da produção ter uma cara de filme barato, o que é um baita pecado com um personagem tão querido (e bem quisto) por grande parte do público.

O desenvolvimento de A Sombra do Inimigo é muito caricato, servindo bem ao vilão "porra-louca" interpretado por Matthew Fox (o Jack da série Lost) - por sinal, muito bem quando visto isoladamente - mas não necessariamente à trama e aos demais personagens, cuja composição é mais "pé no chão". Apesar de ser bacana rever Edward Burns (O Resgate do Soldado Ryan) atuando, seu personagem - pelo menos da forma como é apresentado - é dispensável ao desenvolvimento do filme, como também seu relacionamento com a personagem de Rachel Nichols (Conan, o Bárbaro). O filme possui alguns momentos dramáticos chave, incluindo a morte de personagens importantes do universo literário de Cross, mas cujo impacto é bastante reduzido, pois nem os roteiristas nem o diretor conseguem explorá-los bem.

É válido destacar que o filme conta com o brasileiro Ricardo Della Rosa (Os Penetras), parceiro habitual de Andrucha Waddington (Eu Tu Eles), como diretor de fotografia, mas não posso dizer que ele faz aqui um trabalho excepcional. Muito pelo contrário, pois surge apenas correto - apesar de um ou outro enquadramento estranho e abusar da tremedeira de câmera, especialmente nas sequências que envolvem o personagem de Fox. Talvez o maior destaque do filme resida na pessoa de John Debney (A Paixão de Cristo) que desenvolve uma trilha sonora que consegue levantar um pouco o filme, mesmo não sendo nada inovadora.

A falta de foco (no sentido de abordagem/estilo) do roteiro, a direção preguiçosa de Rob Cohen - a bem verdade, aqui neste filme ela beira ao amadorismo - e falta de força da interpretação de Tyler Perry fazem com que A Sombra do Inimigo, nova tentativa de estabelecer a cria maior de James Patterson no cinema, naufragar. Fracasso absoluto de crítica e bilheteria, o filme não é uma das obras mais atrozes já concebidas por hollywood, apenas não empolga, não vinga, não desperta interesse por seus personagens, o que resulta em suicídio automático para a pretensão de franquia imaginada pelos produtores e por Patterson. Já que uma nova roupagem de Alex Cross deve levar mais alguns bons anos para ser discutida pelos homens de hollywood, vou focar na leitura de outros livros estrelados pelo personagem, pois a leitura mostrou-se sim agradável.

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TRAILER

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