Nem tudo precisa ser explorado de forma complexo, ainda mais quando o tema principal de discussão é nada menos que o amor, manifestação esta complexa por natureza. Questão de Tempo, terceira incursão do roteirista Richard Curtis na cadeira de diretor (seus outros trabalhos como diretor foram Simplesmente Amor e Os Piratas do Rock), é uma comédia romântica com leves toques de ficção-científica cujo cerne encontra-se na observação do enigmático sentimento através da amostragem das fases lógicas de um relacionamento: conquista, namoro, casamento, filhos, morte etc. Apesar do foco manter-se no entorno do casal formado pelos simpáticos Domhnall Gleeson (Dredd) e Rachel McAdams (Amor Pleno), a trama elaborada por Curtis explora também o seio familiar do primeiro, especialmente a relação entre o personagem de Gleeson e seu pai (Bill Nighy, de Piratas do Caribe: O Baú da Morte), cúmplices na capacidade de viajar pelo tempo.
Em Questão de Tempo somos apresentados ao tímido Tim (Gleeson), cujo talento para a conquista não é seu ponto forte, mas após o mesmo descobrir que possui a habilidade de voltar no tempo (apenas para o passado) começa a "testar" as melhores maneiras (quantas vezes forem necessárias) para conquistar a garota de seus sonhos. Sendo assim, com uma ou outra apelada para o recurso (sempre com a melhor das intenções), Tim consegue conquistar o coração da doce e atrapalhada Mary (McAdams) e ambos, entre altos e baixos, vão sedimentando seu caminho para o estabelecimento de uma família. Falando assim parece chato, não? Pois o filme concebido por Richard Curtis é tudo menos aborrecido, já que mesmo apresentando uma trama um tanto quanto quadradinha não deixa de envolver (e comover) através de diálogos inspirados, atuações carismáticas e uma ou outra citação de cunho filosófico, mas sempre de maneira leve (assim como os toques de cientificidade da obra, que encontra-se sempre em segundo ou terceiro plano), primando pelo desenvolvimento dos personagens e pela reflexão de temas ligados à questão familiar.
O casal formado por Gleeson e McAdams tinha tudo para não se encaixar - especialmente fisicamente -, mas a química entre ambos acontece, o que ajuda bastante a comprar a ideia do relacionamento de ambos. Gleeson incorpora o que seu fenótipo já sugere (sujeito estranho, mas simpático e de bom coração), portanto coube a McAdams o papel de nos convencer de que este casal é crível aos nossos olhos ao entregar uma personagem mais frágil e insegura do que sua imagem representa (afinal de contas, a atriz é uma linda, enquanto Gleeson é no máximo "engraçadinho") e esta consegue convencer com sobras, comprovando mais uma vez seu talento como atriz e a inteligência dos produtores ao escalarem-na como mocinha de histórias românticas. Todavia, talvez a maior surpresa do elenco encontre-se na figura de Bill Nighy, que deixa um pouco de lado as caras e bocas e os tiques cômicos e investe em um personagem mais sério e contido, mesmo que não deixe o humor totalmente de lado.
Filme de amor que caminha do sentido micro (homem e mulher) ao macro (família como um todo) de forma bastante natural, Questão de Tempo é mais um dos romances água com açúcar liderados por Richard Curtis, mas cujo diferencial permanece, pois mesmo que sua pegada seja "leve" nunca deixa de tratar de temas próximos a nossa vida, as angústias e anseios de nossa sociedade hoje. Bucólico mas conectado à geração iTudo, esta divertida jornada de amor e auto-descobrimento (não apenas para os personagens, mas também para quem assistir ao filme) pode não trazer grandes novidades ou proporcionar reflexões ímpares, mas abraça uma temática até certo ponto óbvia de forma contagiante e bem amarrada, sendo simplesmente aquilo a que pretendia desde o início: ser cinema.
Quer saber quantas estrelas dei para o filme? Acesse minha conta no Filmow.
Em Questão de Tempo somos apresentados ao tímido Tim (Gleeson), cujo talento para a conquista não é seu ponto forte, mas após o mesmo descobrir que possui a habilidade de voltar no tempo (apenas para o passado) começa a "testar" as melhores maneiras (quantas vezes forem necessárias) para conquistar a garota de seus sonhos. Sendo assim, com uma ou outra apelada para o recurso (sempre com a melhor das intenções), Tim consegue conquistar o coração da doce e atrapalhada Mary (McAdams) e ambos, entre altos e baixos, vão sedimentando seu caminho para o estabelecimento de uma família. Falando assim parece chato, não? Pois o filme concebido por Richard Curtis é tudo menos aborrecido, já que mesmo apresentando uma trama um tanto quanto quadradinha não deixa de envolver (e comover) através de diálogos inspirados, atuações carismáticas e uma ou outra citação de cunho filosófico, mas sempre de maneira leve (assim como os toques de cientificidade da obra, que encontra-se sempre em segundo ou terceiro plano), primando pelo desenvolvimento dos personagens e pela reflexão de temas ligados à questão familiar.
O casal formado por Gleeson e McAdams tinha tudo para não se encaixar - especialmente fisicamente -, mas a química entre ambos acontece, o que ajuda bastante a comprar a ideia do relacionamento de ambos. Gleeson incorpora o que seu fenótipo já sugere (sujeito estranho, mas simpático e de bom coração), portanto coube a McAdams o papel de nos convencer de que este casal é crível aos nossos olhos ao entregar uma personagem mais frágil e insegura do que sua imagem representa (afinal de contas, a atriz é uma linda, enquanto Gleeson é no máximo "engraçadinho") e esta consegue convencer com sobras, comprovando mais uma vez seu talento como atriz e a inteligência dos produtores ao escalarem-na como mocinha de histórias românticas. Todavia, talvez a maior surpresa do elenco encontre-se na figura de Bill Nighy, que deixa um pouco de lado as caras e bocas e os tiques cômicos e investe em um personagem mais sério e contido, mesmo que não deixe o humor totalmente de lado.
Filme de amor que caminha do sentido micro (homem e mulher) ao macro (família como um todo) de forma bastante natural, Questão de Tempo é mais um dos romances água com açúcar liderados por Richard Curtis, mas cujo diferencial permanece, pois mesmo que sua pegada seja "leve" nunca deixa de tratar de temas próximos a nossa vida, as angústias e anseios de nossa sociedade hoje. Bucólico mas conectado à geração iTudo, esta divertida jornada de amor e auto-descobrimento (não apenas para os personagens, mas também para quem assistir ao filme) pode não trazer grandes novidades ou proporcionar reflexões ímpares, mas abraça uma temática até certo ponto óbvia de forma contagiante e bem amarrada, sendo simplesmente aquilo a que pretendia desde o início: ser cinema.
Quer saber quantas estrelas dei para o filme? Acesse minha conta no Filmow.
TRAILER
Mais Informações:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Concorda com o texto? Comente abaixo! Discorda? Não perca tempo, exponha sua opinião agora!