27 setembro, 2012

Má Companhia (The Merry Gentleman, EUA, 2009).


Má Companhia marca a estreia do ator Michael Keaton (Os Fantasmas Se Divertem) como diretor de cinema, e o mesmo mostra bastante desenvoltura e conhecimento por trás das câmeras, conduzindo este filme participante do festival de cinema de Sundance de 2008 com propriedade. Pena que o roteiro de Ron Lazzaretti não desperte tanto envolvimento, sendo bem construído, mas sem gerar muito interesse durante o caminhar da trama. 

Estrelado pelo próprio Keaton, juntamente pela então recém "descoberta" Kelly Macdonald (Onde os Fracos Não Tem Vez), o filme acompanha as trajetórias de um assassino com dilemas internos (nunca explicados) - personagem de Keaton - que o levam a pensar continuamente em suicídio e de uma uma mulher (Macdonald) que fugiu de casa devido aos atos de violência do marido. Devido ao "acaso", os dois se encontram e passam a gerar sentimentos de significância um para o outro, construindo assim uma relação narrativo-cinematográfica interessante, especialmente pelo contraste formado pelo calado, porém sempre solícito e amável personagem de Keaton e pela doce e muitas vezes inocente personagem de Macdonald. Contudo, apesar de carregar uma boa bagagem de discussão e exposição acerca das improbabilidades que envolvem os inter-relacionamentos humanos, a obra parece nunca engrenar, sair da mesmice ou apresentar uma grande virada, resultando linear demais, o que acaba por não provocar um grande envolvimento para com o que é apresentado.

Tanto Michael Keaton quanto Kelly Macdonald estão bem em seus respectivos papeis, além de apresentarem uma boa química, transmitindo uma boa credibilidade para seus personagens. A fotografia do filme não chama tanta atenção - o que de forma alguma é demérito -, mas Chris Seager (Vozes do Além) e Keaton apresentam uma ou outra tomada mais elaborada, especialmente ao apresentar o personagem deste último muitas vezes próximo a um espelho, numa tentativa de sempre apontar a índole dúbia deste e a a suposta busca de redenção através do já citado suicídio. É óbvio que Má Companhia é uma produção de orçamento baixíssimo, mas que utiliza todos os recursos (financeiros e cinematográficos) possíveis para criar a ilusão de ser maior do que é, sendo bem sucedido neste sentido, especialmente pela opção de apresentar um ou outro plano aberto da cidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Apesar de não ser um filme dinâmico e não oferecer uma trama que tenha aquele tipo de qualidade para despertar o interesse imediato do espectador, Má Companhia representa uma estreia promissora de Keaton como diretor, confirma o talento da escocesa Macdonald como atriz e é um bom filme, de objetivo despretensioso e com uma boa qualidade humana, mesmo que vez ou outra o tema principal do filme (a cargo de Jon Sadoff, de Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo) cansar um pouco devido ao número de vezes em que aparece durante o mesmo.

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