03 setembro, 2012

Os Mercenários 2 (The Expendables 2, EUA, 2012).


É inegável o avanço técnico e narrativo deste Os Mercenários 2 em comparação ao filme original. Dessa vez abandonando o cargo de diretor, Sylvester Stallone (Rocky, um Lutador) continua como co-roteirista e líder da trupe de sexagenários anabolizados, que tem um novo integrante ao time principal, interpretado pelo irmão do Thor, Liam Hemsworth (Jogos Vorazes), além de finalmente mostrar os queridos Arnold Scwharzenegger (O Vingador do Futuro) e Bruce Willis (Duro de Matar) em ação e resgatar o belga Jean-Claude Van Damme (O Alvo) como o caricato e redundante vilão Vilain e o homem mais poderoso do planeta, Chuck Norris (Comando Delta). Um misto de adrenalina e despropósito, o filme é um produto divertido, mesmo que tão esquecível quanto o original.

Sinceramente não há muito o que comentar acerca desse filme. A trama em si é tão rasa quanto a do filme de 2010, despertando o interesse do espectador muito mais pela coleção de frases de efeito e pela excessiva violência nas cenas de ação, do que pela lógica dos conflitos e das motivações dos personagens. Neste último caso, é balela quem diz que compra Barney Ross, Lee Christmas, Yin Yang, Gunner Jensen, Trench Mouser, Mr. Church etc. como personagens críveis, visto que o relacionamento se dá diretamente com seus intérpretes, portanto em tela lidamos com Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Arnold Scwharzenegger, Bruce Willis e demais membros do elenco. Ou seja, interagimos com os personagens devido aos seus intérpretes e não o contrário. Sendo assim, retire estes e suas frases de efeito e nada sobrará ao filme.

Deixando a lógica de lado e analisando Os Mercenários 2 tecnicamente, percebe-se uma fluência narrativa mais encorpada neste longa, com uma direção mais segura de Simon West (Con Air - A Rota da Fuga), que veio substituir Stallone na função. West não é um grande diretor, mas conhece bem o gênero ação e acaba contribuindo para que esta sequência tenha uma maior fluidez e organicidade quando ocorrem estes momentos, que por sinal tomam mais de 80% do filme. Os efeitos digitais continuam incomodando um pouco, justamente pela artificialidade do sangue digital, que dá margem ao exagero, mas perde a ilusão da veracidade. Quanto ao roteiro não é que este filme tenha um melhor, até por que se formos analisá-lo friamente perceberemos que não existe um roteiro com início, meio e fim, mas sim uma colcha de retalhos que conecta diversas situações aleatórias (leia-se: missões) num sentido cronológico. Enfim, Os Mercenários 2 na verdade é a junção de algumas missões de resgate com muitas frases de efeito, mas dessa vez sem discurso de Mickey Rourke.

Trazendo nas novidades justamente os momentos mais interessantes, os esquetes de Chuck Norris e as (infelizmente) curtas aparições de Willis e Schwarzenegger rendem algumas das melhores sequências de todo o filme, em especial as marcantes (e toscas) frases de efeitos verbalizadas por este último, como também as referências metalinguísticas que formam a participação de Norris (impagável!). Quanto ao vilão, apesar de sua construção ser tão ridícula quanto a de Eric Roberts no filme anteior, Van Damme acaba por dar certa credibilidade ao mesmo, em especial por sacar que entregaram-no uma bizarra caricatura dos vilões de produções made in 80's e divertir-se à beça com isso, entrando perfeitamente no jogo e entregando uma interpretação tão marcante quanto a de Steven Seagle no assumidanente thrash Machete.

No contexto geral, apesar de apresentar tantos problemas quanto o filme anterior, Os Mercenários 2 consegue superá-lo, não só por seu elenco estar mais afinado e ser composto por ótimos acréscimos, mas sim por que diverte mais e não tem medo de brincar com a provável descartabilidade dos intérpretes do filme, evoluindo a ideia encenada na fita anterior, mesmo que não saiba por que nem necessariamente para onde ir. Apesar de ser um filme tolo e certamente imbecil, Os Mercenários 2 não pretende mudar isso, visto que é eficiente justamente naquilo que se propôs e merece aplausos e louvor.

AVALIAÇÃO:
TRAILER:

Mais Informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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