06 setembro, 2012

O Despertar (The Awakening, ING, 2011).


"Todas as crianças se foram, exceto uma". (Frase SPOILER contida no cartaz oficial do filme).
A cena de abertura de O Despertar é espetacular, apresentando a protagonista interpretada por Rebecca Hall (Vicky Cristina Barcelona) como uma cética investigadora de eventos paranormais desvendando a farsa de uma sessão espírita. Dona de um ótimo clima, uma fotografia interessante e uma trilha sonora tensa, além de uma ótima performance de Hall, infelizmente o ótimo exemplo desta cena não é seguido no desenvolvimento do restante do filme, que vai decaindo aos poucos ao ir se aproximando da mais do que batida história do espírito perdido assombrando um grupo de pessoas num casarão/orfanato afastado da civilização. Só nos últimos anos tivemos pelo menos dois ótimos exemplares deste subgênero, Os Outros, lançado em 2001 e com direção de Alejandro Amenábar e O Orfanato, de 2007 (dirigido por Juan Antonio Bayona e produzido por Guillermo Del Toro). Resumindo, não é que O Despertar seja um filme ruim, mas ele acaba abraçando um caminho que o faz tornar-se menos interessante, visto que acaba se apresentando previsível e negativamente clichê.

No âmbito técnico o filme apresenta-se muito bem. A fotografia referenciada acima é executada com maestria em todo o filme por Eduard Grau (Enterrado Vivo), desde a opção da iluminação acinzentada aos planos e ângulos escolhidos. O design de produção (Jon Henson, de Tinha Que Ser Você), a direção de arte (Fiona Gavin) e o figurino (Caroline Harris, de Os Coletores) também apresentam-se muito bem, ainda mais quando constatamos o baixo orçamento obtido pelo filme. O grande problema do filme encontra-se no roteiro, que possui uma premissa interessante, porém é mal executada por Stephen Volk (A Árvore da Maldição) e pelo também diretor do filme Nick Murphy, em seu primeiro trabalho no comando de um longa-metragem para o cinema, visto que a equipe técnica é competente, o elenco é de qualidade, inclusive contando com pelo menos três nomes de destaque no cinema britânico, Imelda Staunton (O Segredo de Vera Drake), Dominic West (John Carter) e a própria Hall. A título de curiosidade, o filme também conta com a participação de Isaac Hempstead Wright, conhecido por interpretar o garoto Bran na série Game of Thrones.

Gradativamente desinteressante, O Despertar é daqueles filmes que parecem possuir uma proposta bem criativa mas que na verdade apresentam mais do mesmo, apelando para sustos fáceis - geralmente cortes rápidos onde percebemos por milésimos de segundos alguma figura que anteriormente não estava em cena - e para reviravoltas sem pé nem cabeça, ficando na cara que o objetivo de surpreender por surpreender é mais importante do que fazer com que o espectador compre as histórias vividas pelos personagens. Como dito acima não chega a ser um filme ruim, pois o elenco aparenta disposição e tecnicamente o filme é bem-acabado, mas o desenvolvimento da narrativa atrapalha a bastante o percurso do espectador por esse universo, o que acaba tirando grande parte do potencial do longa. Vale a pena assisti-lo, mas advirto que não se deve esperar uma grande experiência provida pelo mesmo.

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