05 maio, 2012

A Árvore da Maldição (The Guardian, EUA, 1990).


É praticamente incompreensível que este A Árvore da Maldição tenha sido desenvolvido e dirigido pelo mesmo responsável pelo clássico e atemporal O Exorcista, William Friedkin. Filme de terror bem genérico, com cara de produção para TV dos anos 1980 e com um elenco bem fraco - Jenny Seagrove? Dwier Brown? Carey Lowell? Quem? O nome mais conhecido do elenco é o de Miguel Ferrer (Robocop, o Policial do Futuro), que faz apenas uma ponta -, A Árvore da Maldição (The Guardian, originalmente) tem até um argumento interessante, inspirado em mitos celtas e irlandeses, sobre druidas e sacrifícios de bebês visando alimentar a vida eterna da guardiã do título original. Entretanto, logo nos primeiros minutos, após a introdução já dá para se perceber que o filme em si é não apresenta nada de diferente das produções do gênero, muito menos traz algum suspiro de criatividade diferenciada, sendo absolutamente genérica, lembrando bastante as más-adaptações cinematográficas de obras de Stephen King (por sinal, o livro It, do autor, aparece como referência numa das cenas do filme), fato este que causa estranhamento especial pelo roteiro ter sido co-assinado por Friedkin, um cineasta que produziu obras mais interessantes e até mesmo inteligentes do que esta.

Baseado num romance intitulado The Nanny e adpatado à seis mãos, inclusive pelo autor do livro, Dan Greenburg, há de se desconfiar que a obra original também não é lá essas coisas. É óbvio que o filme não é um lixo completo, até por que, caso fosse assinado por um diretor inciante, o impacto não seria tão grande. O grande problema é o currículo do realizador, que realmente dá um corte negativo com esse filme, quase que se não fosse realmente o mesmo que estivesse conduzindo esta obra irregular. Até mesmo a chamada do cartaz, que faz questão de destacar que o filme é do mesmo diretor de O Exorcista, tem efeito contrário, pela falta de relevância e competência deste A Árvore da Maldição.

Para não dizer que o filme é completamente ruim, destaco que pelo menos um pouco de técnica Friedkin utilizou na concepção do mesmo, com algumas boas sacadas visuais, em especial os ângulos de câmera que simulam a visão do bebê, além da trilha-sonora - cargo de Jack Hues (quem?), que se não espetacular, pontua bem os momentos de suspense e também algumas cenas que causam bons momentos de tensão e sustos (por exemplo, o ataque dos coiotes a casa de um dos personagens centrais da trama) etc. Entretanto, mesmo sendo um filme de terror,  algumas cenas de violência foram elaboradas com extremo mal-gosto, numa espécie de tentativa de emular o choque do mais conhecido filme do cineasta, mas que beira o tosco pelos excessos da mesma, ficando entre o risível e o banal, muito em vista da própria concepção do filme, que vive a um passo da perda de credibilidade.

Enfim, infelizmente este A Árvore da Maldição (mais um título ridículo concebido no Brasil) é mais um passo em falso na carreira mais errática do que certeira de William Friedkin, pois afora alguns sustos e os regulares efeitos especiais (para a época), a falta de criatividade conceitual, o fraquíssimo elenco e as incongruências do roteiro - beirando ao tosco, como na sequência do ataque dos marginais a babá, que não tem nenhum sentido lógico - tornam este um filme esquecível, que apenas cumpre a função de afundar ainda mais a credibilidade de Friedkin como realizador, fato atestado pelas péssimas críticas registradas para o filme (14% no agregador de críticas Rotten Tomatoes). Não é o pior filme de terror da história, muito longe disso, mas tem toda a cara de um filme dirigido por um cineasta novato e sem grande talento, não por um veterano ganhador do Oscar e conhecido pelo apuro técnico profissional, tanto que, à exceção de Friedkin,  não nenhum outro nome de destaque envolvido na produção do filme, do elenco à equipe técnica. Para completar, posteriormente Friedkin "decidiu" retirar seus créditos do filme, substituindo por um pseudônimo.  Em resumo, uma lástima total, tanto para o cineasta, quanto pelo filme como filme.

AVALIAÇÃO: 4 de 10.

Trailer:


Mais informações:

A Árvore da Maldição (The Guardian)
Bilheteria: Box Office Mojo
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. NÃO! EU GOSTEI MUITO! É FANTASIOSO, MAS ASSUSTA EM VARIAS CENAS COMO, QUANDO CAMILLA VOA PELA A FLORESTA ATRÁZ DO BEBÊ SÓ MOSTRANDO O VULTO DA PERSONAGEM. CLARO QUE SE FOSSE FEITO HOJE, SERIA MAIS ELETRIZANTE. SÓ ACHEI QUE COMEÇOU A FICAR FRAQUINHO, QUANDO CAMILLA TORNA SE INSISTENTE EM SEQUESTRAR O BEBE, SURGINDO AONDE QUER QUE O CASAL ESTEJA, COMO NO HOSPITAL. AS CENAS A SEGUIR, PODIAM TER MAIS IMPACTO INCLUSIVE A DA CENA FINAL!! MAS GOSTEI! É UM BOM FILME DE SUSPENSE! E NÃO PRECISA SER IGUAL AO EXORCISTA JÁ QUE A HISTORIA É OUTRA! O RUIM DE ATORES E DIRETORES E FICAREM MARCADOS POR OBRA PRIMAS E NUNCA MAIS CONSEGUIREM SE LIVRAR DELAS!

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