Essa comédia irlandesa politicamente incorreta não é para qualquer um. Por trabalhar temas como racismo e opressão beirando o non-sense (apesar de ter uma pegada bastante "realista"), O Guarda pode ser um filme difícil de gostar, ou até mesmo de fazer rir, mas se você conseguir se desapegar das fórmulas prontas e pasteurizadas da maioria das comédias made in Hollywood (esta é oriunda da Irlanda) e tiver como referência cinematográfica nomes como Guy Ricthie (Snatch - Porcos e Diamantes) e Quentin Tarantino (Bastardos Inglórios), a experiência tem tudo para se tornar inesquecível.
Estrelado pela inusitada dupla Brendan Gleeson (Gangues de Nova York) e Don Cheadle (Homem de Ferro 2), O Guarda não te conquista pela comédia física ou por sequências elaboradas para e fazer chorar de rir, mas sim pelo discurso "politicamente incorreto", pela língua solta, pelo balaio de referências à cultura e ao próprio cinema, enfim, pela qualidade do texto, escrito pelo também diretor da obra John Michael McDonagh, que é ágil, atual, cômico e até mesmo trágico, visto que através das ações cometidas pelo tal guarda do título (personagem de Gleeson) podemos identificar as incongruências e falhas de cada um de nós, mesmo que apenas pelo sentimento de catarse. O Guarda carrega bons momentos - o trio de traficantes "filósofos" vividos por Mark Strong (este está em todos os filmes, incrível), Liam Cunningham e Michael Og Lane é tão patético que realmente faz rir - , mas certamente não fará rir todos que o assistirem. Particularmente, não me esbaldei, mas ri o suficiente para curtir a experiência.
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O Guarda (The Guard)
Bilheteria: Box Office Mojo
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