Apesar de não apresentar grandes novidades conceituais ou estilísticas, A Toda Prova é um eficiente filme de ação, de trama até certo ponto simples (apesar dos flashbacks), onde a vingança reside como grande objetivo. Entretanto, mesmo não sendo espetacular ou de tirar o fôlego, pelo menos dois fatores deixam este filme mais interessante:
Primeiramente o fato da protagonista do longa, Gina Carano, ser na verdade lutadora de luta-livre (MMA), o que confere uma "realidade" espetacular as suas cenas de ação, deixando produções recentes protagonizadas por mulheres, como Salt, estrelado por Angelina Jolie, envergonhadas. Obviamente que me atenho as sequências de ação, visto que nem de longe Carano tem os dotes de interpretação de Jolie, contudo aquela não faz feio, já que sua caracterização de uma agente incriminada por um crime que não cometeu (original, não?) não compromete em nenhum momento, até por que a trama nunca gera uma situação que exija mais da agora atriz. Enfim, apesar de algumas pessoas terem tecido críticas negativas à presença em cena de Carano, não observei nada de errado com a interpretação da mesma. Arrisco dizer que esta se saiu melhor do que outros pseudo-atores de filmes de ação em suas estreias, como Arnold Scwharzenegger, Jason Statham etc.
Segundamente, mas não menos importante, o elenco de apoio espetacular, quase todos em pequenos papéis, mas aqui se apresentam se divertindo muito, confirmando mais uma vez a credibilidade que Steven Soderbergh (Sexo, Mentiras e Videotape), o diretor de A Toda Prova, possui perante a comunidade de atores. Estão no filme Antonio Banderas (A Máscara do Zorro), Michael Douglas (Instinto Selvagem), Ewan McGregor (Trainspotting), Channing Tatum (Querido John), Michael Fassbender (X-Men: Primeira Classe) e Bill Paxton (Titanic), onde destaco as belas performances (leia-se: apanhar) em cenas de ação de McGregor e Fassbender, além da simpática canastrice de Banderas, com um visual à lá Lula na eleição de 1989.
A Toda Prova possui uma fórmula semelhante a de outro trabalho de âmbito pop de Soderbergh, Onze Homens e um Segredo (Ocean's Eleven), não só pelo desfile de grandes nomes do cinema num só filme, mas também pela proposta de releitura ou homenagem a um gênero pouco comum à peculiar filmografia do cineasta - Segredo revisita o gênero dos filmes de assalto, já A Toda Prova é "pura" espionagem e ação -, mais afeito aos filmes dramáticos ou de pegada independente. Obviamente que, em comparação ao filme estrelado por George Clooney e Brad Pitt, este A Toda Prova perde feio em qualidade e interesse despertado, entretanto isto não quer dizer que o filme seja ruim ou fraco. Longe disso, pois o mesmo é um entretenimento eficiente, empolgante, com cenas de combate corporal absurdamente bem feitas (leia-se críveis) e, mesmo com um enredo batido, funciona do começo ao fim. Pena que não rendeu muita grana, pois é um filme de ação redondinho.
Por fim, A Toda Prova não vai salvar o gênero ou te fazer mais feliz, mas cumpre sua função com esmero e possivelmente deixará muitos marmanjos com um sorriso gigante no rosto ao conferir a porradaria desferida pela bela e fatal Gina Carano. Em suma, é um filme de Steven Soderbergh em férias (ou simplesmente pagando as contas).
AVALIAÇÃO:
Trailer:
Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo
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