18 maio, 2012

Para Sempre (The Vow, EUA, 2012).


Apesar do sucesso financeiro astronômico nos Estados Unidos (custou cerca de 30 milhões de dólares e faturou por lá aproximadamente 125 milhões), Para Sempre é um filme bem mediano, onde apesar de ser baseado em eventos reais, não deixa de abordar questões fáceis para quase todas os romances água com açúcar made in US.  Não classifico este filme como ruim, até por que o mesmo guarda bons momentos, pois é dono de uma trama que causa interesse ao espectador - talvez mais ao público feminino -, o casal protagonista transpira carisma e competência - absolutamente nada a reclamar de Rachel McAdams (Diário de uma Paixão) ou Channing Tatum (Querido John) - e o desenvolvimento da situação do casal - a personagem vivida por McAdams perde parte de sua memória após sofrer um acidente de carro, esquecendo de todos os momentos vividos conjuntamente ao então esposo, interpretado por Tatum -, que desperta curiosidade pelos dilemas dispostos, visto que se por um lado a moça (McAdams) parece conectada com um período de vida (existência) anterior, seu esposo (Tatum) tenta de todas as maneiras ajudá-la a retomar a memória.

Com um final bonitinho - mas previsível - e alguns (bons) momentos de romantismo sincero, Para Sempre acaba não saindo do lugar comum e chegando a cansar em determinadas partes, tanto pelo excesso de clichês - até os pais "desprezíveis" (Sam Neill e Jessica Lange) quanto pela falta de profundidade apresentada pelos roteiristas e pelo clima novelesco quase constante. Quanto a estes clichês, só não fazem um rombo maior ao filme competência do elenco, em especial a do casal protagonista, que consegue fazer o espectador acreditar que realmente existe uma conexão verdadeira entre eles. Entretanto, apesar do esforço de ambos, Para Sempre nunca deixa de causar um certo incômodo, como se fosse a história "bonitinha" que apresenta uma lição batida (quantos filmes não tocam no mesmo ponto) e vazia, visto que o dilema de McAdams e Tatum é muito maior do que retomar ou não a memória. Em resumo, o filme apresenta-se insípido, como se tivesse muita alma e pouca carne, incompleto.

Por fim, um filme que formulado para agradar os românticos menos exigentes ou os apaixonados de plantão, com um forte apelo para o público feminino e para quem curte uma novela - o filme é novelesco mesmo, não há como fugir, além de ser uma "excelente" pedida para o casal de namorados no dia dos namorados, entretanto particularmente prefiro romances com tons épicos como o apresentado em Diário de uma Paixão, Encontro Marcado e Lendas da Paixão, mais humanos e orgânicos como em As Pontes de Madison ou aqueles mais críveis e dramáticos, como Namorados para Sempre. Já Para Sempre, que pode ser classificado como um trabalho que bebe na fonte Nicholas Sparks (escritor dos livros que deram origem aos filmes Diário de uma Paixão e Querido John, dentre outros), mas sem o apelo religioso, é um filme bonitinho, e só.

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Obs.: Atente para a tradução brasileiras dos filmes. Acho que é senso comum que a mesma é incômoda em quase todos os filmes lançados por aqui. Entretanto, talvez os filmes que mais sejam prejudicados pelo método de tradução arbitrário brasileiro sejam os de terror e de romance, aspecto comprovado por pelo menos dois títulos citados acima, quando o original não tem nada a ver com a versão brasileira, que ainda por cima cisma em aplicar os complementos hoje clássicos nos títulos: ... Sempre, ... de ou da Paixão etc. Coitados de Namorados para Sempre (originalmente Blue Valentine), Diário de uma Paixão (The Notebook, no original), Encontro Marcado (Meet Joe Black), além do próprio Para Sempre (The Vow, que seria Compromisso, Promessa, Votos), que além de ter sido traduzido sem nenhuma relação com o título original, ainda é um clichê total etc.

AVALIAÇÃO:  

Trailer:  

Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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