Do ponto de vista da psicologia analítica (Jung), Persona caracteriza a função psíquica relacional voltada ao mundo externo, na busca de adaptação social. Já de acordo com o conceito do teatro, esta nada mais é do que um papel social ou personagem vivido por um ator. Dois conceitos antagônicos mas que ajudam na tentativa de compreender essa reverenciada obra fílmica escrita e dirigida pelo mais aclamado realizador sueco de todos os tempos, Ingmar Bergman (O Sétimo Selo).
Dono de uma estrutura narrativa particular e de uma série de inferências ao subconsciente e a psique humana, Quando Duas Mulheres Pecam (leia-se Persona, visto que considero o título nacional extremamente reducionista a proposta do cineasta) é um filme de difícil entendimento, não só por sua cronologia de eventos picotada e estilizada, mas principalmente por não abrir o (ou os) ponto de discussão pretendido como obra, sendo exigida a compreensão do expectador no sentido poético, estético e psicológico do filme.
Estrelado por duas recorrentes parceiras do cineasta em sua vasta e rica filmografia, Bibi Andersson (A Fonte da Donzela) e Liv Ullmann (Gritos e Sussurros), Persona trata de identidade pessoal e cinema de forma única, onde aparentemente o objetivo primeiro não é o pronto entendimento do discurso (nem sequer é certo que este existe), mas sim as impressões imediatas, o sentir o filme, as experiências psicológica e estética da obra, que abre e fecha com os mesmos quadros, as mesmas pessoas e o mesmo sentido de confusão.
Uma elaborada experiência cinematográfica, é inegável que uma só conferida não despertará compreensão ao espectador, visto que a própria concepção de Persona é bastante complexa e delicada, entretanto é praticamente impossível definir se este produto como filme é bom ou ruim, sobrando apenas qualificar a jornada ao conferi-lo como válida ou não. Pessoalmente não considero Persona como a melhor obra cinematográfica de Bergman (apesar da obra ser tida como uma das maiores obras-primas do século XX), mas com absoluta certeza é uma das mais inspiradas, além de ser a mais pessoal e complexa do mestre sueco.
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Obs.: Esta avaliação está recheada de retórica pela falta de argumento válidos que consegui desenvolver após apenas uma conferida de Persona.
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