07 maio, 2012

O Espião Que Sabia Demais (Tinker Taylor Soldier Spy, ING/FRA, 2011).


É inegável que O Espião Que Sabia Demais é classudo. Da escalação do elenco - praticamente a nata do cinema inglês - ao estilo de filmagem, essa adaptação de um romance de John Le Carré (também autor de O Jardineiro Fiel)é um 007 às avessas, onde a ação é quase que totalmente substituída pelo clima de tensão e momentos de investigação, até por que o filme é ambientado na década de 1970, com o ocidente ainda sob "ameaça" da Guerra Fria (leia-se, comunismo). Liderado por um inspirado (e, por que não, intimidador) Gary Oldman (Batman Begins), que representa aqui um agente introspectivo e sagaz, investigando um possível rato dentro da agência de investigação britânica, o filme dirigido pelo sueco Tomas Alfredson (Deixa Ela Entrar)é lento, porém com uma ambientação tão sólida e interessante que não soa enfadonho, pelo contrário, tem o poder de causar curiosidade imediata no espectador.

Atores veteranos como John Hurt (Enigmas de um Crime), Colin Firth (O Discurso do Rei), Toby Jones (Capitão América: O Primeiro Vingador), Mark Strong (Rede de Mentiras) e Ciarán Hinds (Stop Loss) brilham tanto quanto os "jovens" talentos, como Tom Hardy (Guerreiro), Benedict Cumberbatch (Cavalo de Guerra)e David Dencik (Os Homens Que Não Amavam as Mulheres), destaques estes de um elenco eclético e afinado, quase que totalmente masculino. Entretanto, o grande nome do filme é mesmo Oldman, tanto é que o experiente ator foi indicado ao Oscar por esse papel, diferente de todos os outros de sua já extensa carreira.

Entretanto, apesar do elenco magistral e da técnica apurada de Alfredson (além da excepcional fotografia a cargo do suiço Hoyte Van Hoytema e do habitual puro e eficiência de Alberto Iglesias na trilha musical), a trama do filme, recheada de codinomes - tanto para personagens, quanto para operações - soa bastante complicada, justamente por não ser auto-explicativa (mérito de Alfredson e equipe), o que acaba dificultando bastante o entendimento dos detalhes da trama, causando aquela sensação de filme bom, mas que precisa ser visto novamente. É claro que isso não é um demérito, visto que as informações - teoricamente - estão dispostas, apesar de não de forma linear ou, digamos, objetiva. Contudo, nada que estrague a experiência e a sensação de que este é sim um bom filme e, se para seu perfeito entendimento deve ser visto mais de uma vez, por que não? Sendo assim, é bem provável que a minha avaliação pessoal do mesmo sofra mudanças conforme for revendo essa obra, digamos, intrigante.

AVALIAÇÃO: 7 de 10.

Trailer:




Mais informações:


O Espião Que Sabia Demais (Tinker Taylor Soldier Spy)
Bilheteria: Box Office Mojo

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