Talvez o único filme policial de ação vencedor das principais categorias do Oscar (melhor filme, diretor, ator e roteiro adaptado), Operação França, de William Friedkin (O Exorcista), pode ser considerado uma raridade do gênero, visto que a ação é desenvolvida pelas necessidades apontadas no enredo, não o contrário - aspecto este comum na maioria das produções do gênero. Com uma pegada semi-documental e explorando a personalidade da dupla de detetives da unidade de narcóticos da polícia de Nova York, interpretada por Gene Hackman (Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas) - que ganhou o Oscar de melhor ator - e Roy Scheider (Tubarão) - este apenas indicado - no combate às drogas, este primeiro trabalho de grande notoriedade de Friedkin estabeleceu novos paradigmas para o gênero, provando que existe espaço para temas fortes e ideias contundentes num produto de entretenimento.
Até hoje lembrado pela magistral sequência Popeye Doyle (Hackman) persegue a carro um atirador contratado para eliminá-lo, que encontra-se num trem (concepção visual e edição perfeitas) e pelo estabelecimento, juntamente a Perseguidor Implacável, de Don Siegel - com Clint Eastwood -, do anti-herói protagonista, Operação França, apesar das hoje notáveis limitações técnicas, continua um entretenimento fascinante e, de certa forma, um filme a frente de seu tempo, soando bem mais relevante e complexo de que a maior parte dos títulos de temática similar lançados atualmente (talvez a exceção seja Dia de Treinamento, de Antoine Fuqua, que possui uma pegada relativamente mais próxima), além de possuir um desfecho ousado até hoje, com um toque bastante pessimista.
Premiado, precursor de um novo estilo de filmes - após ele vieram grandes títulos como Serpico, de Sidney Lumet, Chinatown, de Roman Polanski, até mesmo "filmes B" como Desejo de Matar, além de uma própria sequência e várias de Perseguidor Implacável - e sucesso imediato de público e crítica, Operação França não desempenhou apenas o papel histórico de quebrar paradigmas do gênero, mas também por apresentar ao mundo nomes hoje inesquecíveis da história do cinema, como os de Gene Hackman, Roy Scheider e, principalmente, o à época considerado genial (e genioso), William Friedkin.
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Bilheteria: Box Office Mojo
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