23 maio, 2012

El Cid (ITA/EUA, 1961).


O diretor Anthony Mann (A Queda do Império Romano) foi demitido do cargo durante as filmagens do filme Spartacus, sendo prontamente substituído por Stanley Kubrick (Laranja Mecânica), no entanto, independentemente do motivo que fez com que Kirk Douglas (então ator e produtor daquele filme) o colocasse para fora da produção, é inegável que Mann saberia conduzir àquela produção, como bem mostra no longa que comandou em seguida, o aqui comentado El Cid.

Dotado de todos os ingredientes que formavam os grandes épicos lançados entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1960, El Cid é um filme de grande proporções, cheio de conflitos e batalhas, de um herói inabalável e a costumeira inclinação religiosa, apesar de pregar uma espécie de união perante as religiões cristã (representada pelos espanhóis) e muçulmana (representada pelos mouros). Estrelado pelo rei dos épicos Charlton Heston (este também estrelou títulos como Os Dez Mandamentos, de Cecil B. DeMille e o até hoje referência Ben-Hur, de William Wyler), como o heroico e corajoso Rodrigo Diáz de Vivar - vulgo El Cid - e pela diva italiana Sophia Loren (Duas Mulheres), este filme é um grande evento e possui um diferencial: a exemplo de Spartacus, foi produzido e realizado totalmente fora dos grandes estúdios hollywoodianos, sendo apenas posteriormente distribuído pela indústria, aspecto este que comprova que, apesar de difícil, sempre existiram opções de realizar bons filmes fora do espectro das corporações majors.

Entretanto, apesar de seguir a contento a cartilha dos grandes (tanto no requinte da produção, quanto na metragem do filme) épicos e ser dono de grandes cenas orquestradas por Mann, El Cid não apresenta lapsos de originalidade ou pontos que o distinguam daqueles, como há em Ben-Hur através do seu tom sublimemente  heroico e no próprio Spartacus, que apresenta um grau de realidade até então inexistente nas demais produções, faltando assim a El Cid uma marca que o distingua e o estabeleça como distinto das demais produções. Todavia, apesar de não apostar na inovação, apresenta-se como um filme bem construído, de objetivos e tons definidos, narrando a história desse personagem importantíssimo da história da Espanha de forma romanceada e emocionante. Um grande trabalho de Mann, Heston, Loren e cia.

AVALIAÇÃO:
Trailer:



Mais informações:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Concorda com o texto? Comente abaixo! Discorda? Não perca tempo, exponha sua opinião agora!