14 dezembro, 2012

O Resgate (Stolen, EUA, 2012).


"12 horas. 10 milhões de dólares. Uma filha sequestrada" (Livre tradução da chamada disposta no cartaz do filme).
Não é de hoje que o astro Nicolas Cage (Os Vigaristas) vem conduzindo sua carreira cinematográfica sem o mínimo cuidado, alternando sua presença em produções de regulares à medíocres, enquanto tenta sanar as dívidas com o fisco norte-americano. Mas será que esta dívida não é quitada nunca? Calcula que há pelo menos dez anos Cage vem afundando sua carreira, que obviamente prioriza a quantidade em detrimento da qualidade. Enquanto no começo dos anos 2000 o autor alternava uma produção ridícula com uma no mínimo aproveitável, nos últimos dois ou três anos só tem estrelado bomba após bomba, tendo talvez em Kick-Ass - Quebrando Tudo seu último trabalho interessante, sendo que o ator tem um papel menor na produção.

Infelizmente, não é com este O Resgate, filme que marca o retorno da parceria entre o ator e o diretor Simon West (ambos trabalharam juntos em Con Air - A Rota da Fuga), que o ator se redime das péssimas escolhas anteriores, pois este filme é tão ruim quanto seus últimos vexames Reféns (dirigido por Joel Schumacher), Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança, Fúria Sobre Rodas etc., já que estrela aqui um filme tão ruim e conceitualmente tão inexpressivo como estes. Co-estrelado por Josh Lucas (Poseidon), Danny Huston (A Proposta) e Malin Akerman (Rock of Ages), a história que mistura assalto a uma trama de vingança até que inicia bem, com os clichês referentes ao gênero bem colocados e uma direção segura (mesmo que didática) de Simon West, contudo após o assalto inicial dar errado o filme começa a degringolar, com o personagem de Lucas ensandecendo-se descontroladamente e Cage tentando empregar peso dramático a um personagem vazio. Entra então o sequestro da filha do mesmo e pronto, tome Cage correndo (vergonha alheia) e percorrendo a cidade em busca da filha, enquanto é caçado pelo sempre "competente" FBI.

Concebido por David Guggenheim, que no mesmo ano entregou o infinitamente superior Protegendo o Inimigo, com Denzel Washington e Ryan Reynolds, o roteiro de O Resgate é mal desenvolvido, principalmente por investir nos clichês mais cansados e no overacting do elenco, especialmente de Lucas, que (pasmem!) consegue superar as sandices de Nicolas Cage, ator este mais do que conhecido por seus momentos de piração em todos os seus trabalhos.

É claro que os nomes dos envolvidos no filme não têm o poder qualificar o filme, mas o mínimo esperado numa produção desse nível (estimados 35 milhões de dólares foram gastos em sua produção) é diversão e esta não vem. Previsível, forçado e desinteressante, O Resgate serve apenas como registro para a cada vez mais lastimável carreira de Nicolas Cage (que há menos de dez anos era considerado um dos atores mais lucrativos do cinema, quando ainda estrelava produções bem-sucedidas financeiramente como A Lenda do Tesouro Perdido), pois apesar de sua sequência de abertura ser interessante e de possuir uma ou outra boa cena de ação (bem realizada, mas que já cansamos de ver em filmes melhores), no geral O Resgate é um filme lastimável, talvez um dos piores entre os piores já estrelados por Cage e que infelizmente nem sequer serviu para que este e os demais membros do elenco pagarem suas contas, pois devido a toda essa "qualidade" é mais do que óbvio que o filme foi um fracasso comercial (apesar de te sua estreia no Brasil apenas em janeiro do próximo ano). Sigam meu conselho, passem longe dele.

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