09 setembro, 2012

A Cidade dos Amaldiçoados (Village of the Damned, EUA, 1995).


"Cuidado com as crianças". (Frase disposta no cartaz oficial do filme).
Refilmagem do filme sessentista A Aldeia dos Amaldiçoados, esta produção de John Carpenter (À Beira da Loucura). talvez tenha ficado mais conhecida por marcar o último papel de Christopher Reeve (Superman, o Filme) antes do acidente que o deixou tetraplégico. Mas, apesar da performance do eterno Superman convencer, o enredo de A Cidade dos Amaldiçoados é mal conduzido e não consegue despertar interesse. Carpenter, como quase sempre, acumula as funções de diretor e de compositor, sendo bastante eficiente na primeira e, no caso deste filme, competente na segunda, mesmo que a prevalência de arranjos com instrumentos sintetizados cansem um pouco aos ouvidos.

Talvez os dois melhores momentos do filme sejam a sua abertura e os minutos finais do seu encerramento, visto que ambos o clima de tensão se faz presente, aspecto este em falta na maior parte do filme. São vários os elementos narrativos presentes no filme que fazem parte do estilo de John Carpenter, como a cidade interiorana, pequena e isolada, os tipos comuns que nela habitam, um ou outro sujeito estranho, contudo não é por que o filme possui características que se encaixem com o perfil de um cineasta que isso tornará o filme automaticamente bom. O certo é que o maior vilão deste filme é o roteiro, que ficou a cargo de Dave Himmelstein (Em Má Companhia), tendo como base o romance John Wyndham, The Midnight Cuckoos, além do citado filme dos anos 1960. Não que um roteiro tenha necessariamente que entregar todo tipo de informação de forma objetiva ao espectador, entretanto alguns elementos devem ser sugeridos, senão todo o conceito da obra fica refém unicamente da lógica do escritor, podendo este criar artifícios ininteligíveis a quem acompanha o produto e pronto. Para se crer em algo, não é necessário conhecer a fundo, mas este algo deve lhe convencer e é justamente convencimento que  falta a A Cidade dos Amaldiçoados.

Coincidentemente lançando dois filmes no mesmo ano - o outro foi À Beira da Loucura, consideravelmente melhor que este -, Carpenter mostrava sua prolificidade, entretanto no âmbito geral este A Cidade dos Amaldiçoados fica devendo, ficando apenas como uma direção e estética bacanas, mas com um desenvolvimento e conteúdo frágil, possuindo algumas boas performances, em especial a de Reeve e do então pequenino Thomas Dekker (conhecido por trabalhar em séries como Heroes e Terminator: The Sarah Connor Chronicles), que interpreta uma das misteriosas crianças que tem uma origem mal explicada, mas isso não é o bastante para tornar este um bom filme. A mistura de elementos de suspense, horror e ficção-científica não casa bem, tornando o filme risível em alguns momentos, quando claramente se enxerga o intuito do mesmo de intrigar. Um trabalho abaixo da média de Carpenter que acabou por não finalizar com chave de ouro a carreira pré-tragédia de Christopher Reeve.

AVALIAÇÃO:
TRAILER:

Mais Informações:

Bilheteria:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Concorda com o texto? Comente abaixo! Discorda? Não perca tempo, exponha sua opinião agora!