17 setembro, 2012

Um Vida Melhor (A Better Life, EUA, 2011).

"Todo pai quer mais para seu filho". (Chamada do cartaz oficial do filme).
De certa maneira, Uma Vida Melhor é filme que surpreende pela simplicidade e objetividade do tema abordado. Narrando a história de um mexicano, Carlos Galindo, que reside e trabalha ilegalmente nos Estados Unidos e seu filho adolescente e o problema contínuo daquele para manter-se empregado. A maior parte do filme dirigido por um surpreendente Chris Weitz (Lua Nova) enfoca a busca de Galindo de uma solução para um problema praticamente incontornável para o seu mantimento em território estrangeiro. Com um roteiro construído de maneira sólida e delicada por Eric Eason (12 Horas até o Amanhecer), baseado numa história de Roger L. Simon e com um trabalho de atuação brilhante da dupla Demián Bichir (Selvagens) e José Julián, Uma Vida Melhor é uma obra que angustia e faz refletir, mas principalmente emociona, entretanto sem nunca apelar para o sentimentalismo barato ou lágrimas forçadas, narrando sua história com naturalidade e muito pé no chão.

É bem verdade que no âmbito narrativo Uma Vida Melhor não traz grandes inovações, apostando numa clássica proposta de jornada de personagem buscando "redenção" (temos aqui um forte, porém bastante conturbado relacionamento entre pai e filho, sobretudo no que se refere a comunicação entre estes), porém mais do que suficiente pelas possíveis pretensões apresentadas pela história do filme. Tecnicamente o mesmo também prefere a simplicidade, tendo uma ou outra cena com uma fotografia ou produção mais arrojada, mas no geral percebe-se que este é um filme de atuação. Falando em atuação, o mexicano Demián Bichir acabou por abocanhar uma merecida indicação ao Oscar de melhor ator no corrente ano, que acabou por premiar o francês Jean Dujardin por seu trabalho no filme O Artista. Apenas a composição recheada de sutilezas de Bichir, somada ao monólogo final de seu personagem já justificam tal indicação.

Um filme pouco visto e comentado, Uma Vida Melhor é mais uma daquelas obras pequenas, sem grandes pretensões artístico-filosóficas, mas que acabam por conquistar por seu caráter indiscutivelmente humano, que tenta acima de tudo empregar um olhar de registro, sem apelar em demasia para a vitimização ou heroificação de seus personagens, tratando por apresentar camadas suficientes a cada um deles que nos façam perceber que, acima de suas possíveis qualidades ou defeitos, residem aí nada mais do que seres humanos, parafraseando o título da primeira obra escrita pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, demasiadamente humanos.

AVALIAÇÃO:
TRAILER:

Mais Informações:
Bilheteria:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Concorda com o texto? Comente abaixo! Discorda? Não perca tempo, exponha sua opinião agora!