O filme que tornou Pedro Almodóvar (Fale Com Ela) conhecido mundialmente, muito por carimbar sua primeira indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos já apresenta muitas das características que perseguiriam grande parte da filmografia do espanhol, como a forte exposição das cores no filme, as personagens femininas histriônicas e ensandecidas, o emprego de elementos de melodrama, além das menções e homenagens ao próprio cinema. É incrível como Almodóvar tem um domínio técnico tão apurado ao mesmo tempo em que desenvolve tramas e personagens de certa forma tão acessíveis e identificáveis, mesmo com toda a estilização e fantasia envolto em suas personalidades e atitudes.
Apesar de ter a comicidade como fio condutor, o filme possui elementos dramáticos e de suspense, em especial no clímax da obra, mesmo que com o olhar recheado de exageros do cineasta. Particularmente os filmes de humor de Pedro Almodóvar nunca me chamaram tanta a atenção quanto os mais dramáticos, entretanto a formatação este Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos me agradaram bastante e, surpreendentemente (pelo menos para mim) não há nenhum inferência a homossexualismo nesta obra, pelo menos que eu tenha captado.
Contando no elenco com alguns nomes recorrentes na filmografia do diretor, com destaque para Carmen Maura (Volver), Antonio Banderas (A Toda Prova), Julieta Serrano (Ata-me) e Rossy de Palma (Kika), além de uma história envolvente, bem escrita e executada, mas ao mesmo tempo leve e um tanto quanto descompromissada, Almodóvar confirma aqui seu grande talento e criatividade, não só pelo reconhecimento internacional obtido com esta obra (o cineasta acabou premiado como roteirista no Festival de Veneza), mas sim pela confirmação de seu sucesso em seu país de origem. Apesar de ser comumente referenciado como o filme que catapultou a carreira de Banderas rumo à Hollywood, Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos representa um primeiro amadurecimento do hoje considerado mais importante cineasta espanhol das últimas três décadas.
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