"As pessoas acreditavam que, quando alguém morria, um corvo carregava sua alma para a terra dos mortos. Mas, às vezes, algo tão ruim acontecia que uma tristeza terrível era carregada e sua alma não podia descansar. Então, às vezes, só às vezes, o corvo podia trazer a alma de volta para acertar as coisas erradas". (Narração em off de Sarah, personagem de Rochelle Davis).
"Se as pessoas que amamos são roubadas de nós, a maneira de mantê-las vivas é nunca parando de amá-las. Prédios queimam, pessoas morrem, mas o amor verdadeiro é para sempre". (Narração em off de Sarah, personagem de Rochelle Davis).
Alex Proyas (Presságio) é um dos meus cineastas contemporâneos favoritos, pelo menos no que se refere a temáticas "pop" (ficção-científica, fantasia etc.) da minha geração, mas nunca tinha conferido (até hoje) seu primeiro grande trabalho em Hollywood, a adaptação cinematográfico de um personagem de histórias em quadrinhos, O Corvo. Mais lembrado pelo fato de ser o último filme de Brandon Lee - o filho do astro Bruce Lee acabou falecendo durante as gravações deste filme, devido a um disparo acidental de uma arma de fogo -, esta estilosamente gótica produção é um ótimo filme, visualmente arrebatador e empolgante como um boa peça de entretenimento deve ser.
Contando com uma direção super-técnica de Proyas, cujo estilo particular pode ser percebido desde a sequência de abertura do longa, com sua estética soturna, utilização de ângulos plongée (o olhar da câmera vem de cima para baixo) e de panorâmicas que apresentam a versão estilizada da cidade de Detroit dada pelo diretor. O roteiro do filme, assinado por David J. Schow (A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy) e John Shirley, é instigante e desperta interesse de imediato, especialmente complementado ao visual particular do filme, fazendo que um ou outro momento ligeiramente datado passem quase despercebidos.
Já que o aspecto visual é indubitavelmente um dos grandes destaques da fita, não há como não ressaltar o magnífico trabalho fotográfico do polonês Dariusz Wolski (Prometheus), que, juntamente a Alex McDowell (O Preço do Amanhã), designer de produção, dão o tom da produção. Seja devido a apresentação de imagens levemente azuladas, a ambientação com óbvias influências góticas ou a sujeira e loucura a lá Detroit do filme RoboCop, é certo que o trabalho destes e de suas equipes, aliados aos responsáveis pelos efeitos visuais (infelizmente, o tempo foi mais severo para com estes), foram se suma importância para o grande saldo positivo deste filme.
Nunca li as histórias em quadrinhos do personagem criado por James O'Barr, porém a trama do filme (bem resumida pelas citações acima) é bem amarrada e compacta, não necessitando de informações externas para o entendimento total da obra. A bem verdade, apesar de não especificar temporalmente os eventos mostrados - pode-se imaginar somo sendo presente ou futuro -, a trama do filme é bem compacta e, por conseguinte, facilmente absorvida, mesmo que não haja explicações em tela acerca da volta dos mortos do de Eric Draven (Brandon Lee) e de sua ligação com o corvo "místico", embora isto não prejudique de maneira alguma a obra, pois como dito a mesma é autoexplicativa (mesmo que não revele tudo). No entanto, mesmo que a trama do filme seja aparentemente fechada em si mesmo, possivelmente podem haver referências a obra original, contudo não pude captá-las devido a minha "ignorância" quanto a este universo.
Seja em sua ambientação, na apresentação da motivação de Draven, na composição das cenas de ação, na abordagem visual do filme ou mesmo no âmbito sonoro - tanto as músicas que intercalam momentos do filme (The Cure, Stone Temple Pilots, Nine Inch Nails, dentre outros) quanto a trilha incidental composta por Graeme Revell (Freddy vs. Jason) são excelentes -, O Corvo mostra-se bem postado e marcante, mesmo tendo sido lançado há quase 20 anos, comprovando que, exceptuando um ou outro detalhe, mantém-se relevante ainda hoje. Brandon Lee, por sinal, literalmente entra de corpo e alma em seu personagem, passando credibilidade tanto nos momentos mais dramáticos quanto quando alucinado por sua busca de vingança. Completado o elenco temos o eterno caça-fantasmas Ernie Hudson (A Mão Que Balança o Berço) e o eterno vilão de filmes como Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões, 1492: A Conquista do Paraíso e Os Três Mosqueteiros (versão Disney de 1993), Michael Wincott. O Corvo pode não encontrar-se como meu trabalho preferido de Alex Proyas, mas é não menos que bom e contribui ainda mais para a manutenção do meu apreço pelo seu trabalho como cineasta.
AVALIAÇÃOContando com uma direção super-técnica de Proyas, cujo estilo particular pode ser percebido desde a sequência de abertura do longa, com sua estética soturna, utilização de ângulos plongée (o olhar da câmera vem de cima para baixo) e de panorâmicas que apresentam a versão estilizada da cidade de Detroit dada pelo diretor. O roteiro do filme, assinado por David J. Schow (A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy) e John Shirley, é instigante e desperta interesse de imediato, especialmente complementado ao visual particular do filme, fazendo que um ou outro momento ligeiramente datado passem quase despercebidos.
Já que o aspecto visual é indubitavelmente um dos grandes destaques da fita, não há como não ressaltar o magnífico trabalho fotográfico do polonês Dariusz Wolski (Prometheus), que, juntamente a Alex McDowell (O Preço do Amanhã), designer de produção, dão o tom da produção. Seja devido a apresentação de imagens levemente azuladas, a ambientação com óbvias influências góticas ou a sujeira e loucura a lá Detroit do filme RoboCop, é certo que o trabalho destes e de suas equipes, aliados aos responsáveis pelos efeitos visuais (infelizmente, o tempo foi mais severo para com estes), foram se suma importância para o grande saldo positivo deste filme.
Nunca li as histórias em quadrinhos do personagem criado por James O'Barr, porém a trama do filme (bem resumida pelas citações acima) é bem amarrada e compacta, não necessitando de informações externas para o entendimento total da obra. A bem verdade, apesar de não especificar temporalmente os eventos mostrados - pode-se imaginar somo sendo presente ou futuro -, a trama do filme é bem compacta e, por conseguinte, facilmente absorvida, mesmo que não haja explicações em tela acerca da volta dos mortos do de Eric Draven (Brandon Lee) e de sua ligação com o corvo "místico", embora isto não prejudique de maneira alguma a obra, pois como dito a mesma é autoexplicativa (mesmo que não revele tudo). No entanto, mesmo que a trama do filme seja aparentemente fechada em si mesmo, possivelmente podem haver referências a obra original, contudo não pude captá-las devido a minha "ignorância" quanto a este universo.
Seja em sua ambientação, na apresentação da motivação de Draven, na composição das cenas de ação, na abordagem visual do filme ou mesmo no âmbito sonoro - tanto as músicas que intercalam momentos do filme (The Cure, Stone Temple Pilots, Nine Inch Nails, dentre outros) quanto a trilha incidental composta por Graeme Revell (Freddy vs. Jason) são excelentes -, O Corvo mostra-se bem postado e marcante, mesmo tendo sido lançado há quase 20 anos, comprovando que, exceptuando um ou outro detalhe, mantém-se relevante ainda hoje. Brandon Lee, por sinal, literalmente entra de corpo e alma em seu personagem, passando credibilidade tanto nos momentos mais dramáticos quanto quando alucinado por sua busca de vingança. Completado o elenco temos o eterno caça-fantasmas Ernie Hudson (A Mão Que Balança o Berço) e o eterno vilão de filmes como Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões, 1492: A Conquista do Paraíso e Os Três Mosqueteiros (versão Disney de 1993), Michael Wincott. O Corvo pode não encontrar-se como meu trabalho preferido de Alex Proyas, mas é não menos que bom e contribui ainda mais para a manutenção do meu apreço pelo seu trabalho como cineasta.
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