Há tempos não via um filme de terror com pegada adolescente tão interessante quanto a deste O Segredo da Cabana (talvez o último tenha sido Pânico, de 1996). Criativo e curioso, a obra foi escrita pelo agora badalado diretor Joss Whedon (Os Vingadores), que conseguiu reunir num só produto homenagens ao cinema de terror teen das décadas de 1970, 1980 e 1990 junto algumas pirações típicas do universo nerd do qual Whedon faz parte, estabelecendo links com obras literárias, ambientação apocalíptica e citações à cultura pop, tudo isso costurado numa trama envolvente, dinâmica e que se desdobra entre momentos de tensão e sanguinolência com outros de puro humor e sarcasmo.
Para a cadeira de direção Whedon acabou selecionando o amigo e parceiro da época das séries Buffy e Angel, Drew Goddard, que aqui tem sua estreia na função, visto que sua ocupação principal vinha sendo como roteirista, tendo o filme Cloverfield, de Matt Reeves, como seu maior destaque até então. E não é que Goddard se sai bem nesta sua estreia? Apesar de novato, o cineasta se comporta como um veterano, escolhendo os melhores planos e ângulos para a melhor condução da história, além de ter se saído como um diretor de elenco excelente, arrancando boas performances tanto do elenco jovem (dentre eles Chris Hemsworth, o Thor de Os Vingadores) quanto do elenco veterano, que possui como destaques Richard Jenkins (Querido John) e Bradley Whitford (Um Crime Americano). Portanto, pode ficar certo de que o cara terá uma carreira promissora se continuar se exercitando desta forma.
Outro fator que enriquece o longa está na crítica que faz a nossa sociedade de consumo e a sede do homem por prestigiar tragédias, especialmente se estas encontram-se no porto seguro chamada de televisão. O sangue frio e desapego à vida apresentado por alguns personagens do filme tocam nesta ferida, até por que mesmo que os mesmos tenham fortes motivações que possam justificar seus atos, nada justifica o sentimento de prazer pelo sofrimento alheio. Mas, esperto como é, Whedon nos passa isso de maneira no mínimo descontraído, quebrando um paradigma do cinema de horror ao realizar diversas quebras de ritmo ao longo do filme com o intuito de inserir sequências recheadas de humor negro, sarcasmo e até mesmo um pouco de pastelão. Um ato de coragem e que, no meu ponto de vista, funciona muito bem (essa sacada me fez lembrar um pouco o filme Seita Mortal, de Kevin Smith, que também funde humor negro ao terror).
Bastante empolgante, O Segredo da Cabana não se trata de um "simples" filme de horror teen, já que é formatado como uma espécie de coleção de gêneros e estilos cinematográficos, regados a muito sangue e bom humor. Tendo sua premissa inciada como mais um filme de terror de acampamento (adolescentes decidem passar um final de semana numa cabana no meio do nado, são caçados até a morte e blá blá blá, seu desenvolvimento perpassa temas nunca imaginados pelo espectador num mesmo produto, tamanha a criatividade (somada a capacidade reciclagem e referência do roteiro proposto por Joss Whedon) do mesmo.
Recheado de ironia e bom humor, mas sem nunca esquecer os sustos e os grafismos concernentes a todas as produções do gênero terror, este filme beira a perfeição e soa como um irmão bastardo de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, tanto por seu frescor quanto pela sua criatividade ao não tentar ser totalmente original. Pelas opções narrativas não convencionais, acredito que O Segredo da Cabana acabará por não agradar tantas pessoas, principalmente por que há o perigo destas não entenderem a proposta do filme, todavia acredito que o mesmo deva ser assistido sem referencial algum, pois as surpresas contidas no filme só funcionarão caso o espectador entre de mente fresca ao conferir a obra, como ocorreu comigo. Realmente esta obra confirma o nome de Joss Whedon como um grande talento e nos apresenta um diretor promissor, na figura de Drew Goddard.
Para a cadeira de direção Whedon acabou selecionando o amigo e parceiro da época das séries Buffy e Angel, Drew Goddard, que aqui tem sua estreia na função, visto que sua ocupação principal vinha sendo como roteirista, tendo o filme Cloverfield, de Matt Reeves, como seu maior destaque até então. E não é que Goddard se sai bem nesta sua estreia? Apesar de novato, o cineasta se comporta como um veterano, escolhendo os melhores planos e ângulos para a melhor condução da história, além de ter se saído como um diretor de elenco excelente, arrancando boas performances tanto do elenco jovem (dentre eles Chris Hemsworth, o Thor de Os Vingadores) quanto do elenco veterano, que possui como destaques Richard Jenkins (Querido John) e Bradley Whitford (Um Crime Americano). Portanto, pode ficar certo de que o cara terá uma carreira promissora se continuar se exercitando desta forma.
Outro fator que enriquece o longa está na crítica que faz a nossa sociedade de consumo e a sede do homem por prestigiar tragédias, especialmente se estas encontram-se no porto seguro chamada de televisão. O sangue frio e desapego à vida apresentado por alguns personagens do filme tocam nesta ferida, até por que mesmo que os mesmos tenham fortes motivações que possam justificar seus atos, nada justifica o sentimento de prazer pelo sofrimento alheio. Mas, esperto como é, Whedon nos passa isso de maneira no mínimo descontraído, quebrando um paradigma do cinema de horror ao realizar diversas quebras de ritmo ao longo do filme com o intuito de inserir sequências recheadas de humor negro, sarcasmo e até mesmo um pouco de pastelão. Um ato de coragem e que, no meu ponto de vista, funciona muito bem (essa sacada me fez lembrar um pouco o filme Seita Mortal, de Kevin Smith, que também funde humor negro ao terror).
Bastante empolgante, O Segredo da Cabana não se trata de um "simples" filme de horror teen, já que é formatado como uma espécie de coleção de gêneros e estilos cinematográficos, regados a muito sangue e bom humor. Tendo sua premissa inciada como mais um filme de terror de acampamento (adolescentes decidem passar um final de semana numa cabana no meio do nado, são caçados até a morte e blá blá blá, seu desenvolvimento perpassa temas nunca imaginados pelo espectador num mesmo produto, tamanha a criatividade (somada a capacidade reciclagem e referência do roteiro proposto por Joss Whedon) do mesmo.
Recheado de ironia e bom humor, mas sem nunca esquecer os sustos e os grafismos concernentes a todas as produções do gênero terror, este filme beira a perfeição e soa como um irmão bastardo de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, tanto por seu frescor quanto pela sua criatividade ao não tentar ser totalmente original. Pelas opções narrativas não convencionais, acredito que O Segredo da Cabana acabará por não agradar tantas pessoas, principalmente por que há o perigo destas não entenderem a proposta do filme, todavia acredito que o mesmo deva ser assistido sem referencial algum, pois as surpresas contidas no filme só funcionarão caso o espectador entre de mente fresca ao conferir a obra, como ocorreu comigo. Realmente esta obra confirma o nome de Joss Whedon como um grande talento e nos apresenta um diretor promissor, na figura de Drew Goddard.
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