Um dos maiores sucessos de bilheteria de 2012, Ted causou bastante polêmica quando em cartaz nos cinemas brasileiros pelo seu caráter "deseducativo". Balela, pois apesar do filme ter um linguajar "pesado", nada de anormal ou diferente é apresentado, especialmente quando comparado a outros grandes sucessos voltados ao mesmo público adulto de Ted, como os dois Se Beber Não Case e Borat, Bruno e O Ditador, com Sacha Baron Cohen, por exemplo. Palavras de baixo calão e referências politicamente incorretas são recorrentes neste primeiro trabalho de Seth MacFarlane como diretor de cinema, mas também há "valiosas" lições de moral nesta espécie de irmão mais novo de Jovens Adultos, de Jason Reitman. Além do mais, apesar de ter um urso de pelúcia como um dos protagonistas, o filme está longe de ser infantil.
O filme narra as aventuras e desventuras de John Bennet (Mark Wahlberg, de Rock Star) junto a seu melhor amigo, Ted (voz de Seth MacFarlane), um urso de pelúcia que ganha vida devido a um pedido feito por Bennet quando criança. Estas aventuras vão desde as traquinagens de infância até as "experiências" adultas, com direito a muita balada, bebidas, sexo e um tantinho de drogas. Assim como o citado Jovens Adultos, o tema discutido por Ted é a infantilização dos adultos de hoje, a falta de responsabilidades ou a desistência de "crescer" por grande parte da atual geração, que prefere passar a vida no ritmo frágil da curtição em detrimento das responsabilidades impostas pela sociedade. Desse jeito parece até chato, não? Muito pelo contrário, pois apesar da crítica bastante óbvia impetrada pelo filme, o mesmo não deixa o humor de lado e aposta certeiramente nas tiradas de humor negro e nas referências várias ao universo nerd.
Tanto Wahlberg quanto Mila Kunis (Cisne Negro), que interpreta a namorada de Bennet, aparecem bem no filme, mas acabam por fazer apenas o "feijão com arroz" (em alguns momentos Wahlberg parece um tanto quanto perdido em meio a tanto nonsense, mas não chega a prejudicar a obra). O grande destaque vai mesmo para o urso Ted, dono das melhores tiradas e que ganha bastante devido ao modo de MacFarlane se expressar. Também merece destaque a narração do veterano Patrick Stewart (X-Men, o Filme), que declama o texto esdrúxulo concebido por MacFarlane de forma tão série que faz rir.
Apesar de divertido, não senti tanta empatia ou furor por Ted como filme. Apesar de soar engraçado na maior parte do tempo e possuir um conteúdo interessante, a trama em si não é das mais inventivas, além do filme tornar-se um pouco repetitivo após a primeira hora de projeção. Em suma, Seth MacFarlane entregou em sua estreia uma obra bacana e "bonitinha", que traz uma mensagem positiva (mesmo que submersa em muita bobagem e sacanagem) e que comprova a predileção atual do público adulto por comédias um tanto mais pesadas, que brincam com a realidade atual. Não é um grande filme, mas merece todo o sucesso que alcançou, especialmente pela falta de competição.
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