"Uma explosão de peito nu quente". Marshall Fine, Star.
"O Cidadão Kane dos filmes de stripper". Libby Gelman-Waxner, EW.com.
(Recortes de impressões da imprensa destacadas no cartaz promocional do filme).
É certo dizer que Magic Mike foi uma boa surpresa, principalmente se levar em conta que não esperava muito do filme, mesmo este sendo comandado pelo competente Steven Soderbergh (A Toda Prova). Não que a trama do filme traga grandes inovações ou questionamentos, mas apesar do possível preconceito advindo do fato do filme ter como objeto stripper homens, o mesmo se mostra bastante divertido, além de muito bem filmado por Soderbergh, que brinca bastante com sua fotografia, tanto nas cenas de strip coreografado, quanto nas cenas de noitada. É fato que, mesmo que a trama do filme seja bastante simples (ou mesmo simplória), a direção de Soderbergh é bastante acurada.
Uma espécie de crítica amena à culto excessivo ao corpo e a exposição do mesmo como forma de sustento, da alienação no entorno dos clubes de strip, além do destaque ao potencial milionário desse ramo de negócios, o roteiro de Reid Carolin foi levemente inspirado em algumas das experiências do ator Channing Tatum (Anjos da Lei), que já trabalhou como dançarino e strip antes de se engraçar por Hollywood. Apesar de previsível o enredo convence, muito devido a qualidade das "atuações" do elenco e da já destacada direção. Certamente o público masculino encontrará um pouco mais de dificuldade em "se encontrar" ao assistir ao filme, mas posso adiantar que, apesar de alguns momentos possivelmente gerarem constrangimento neste segmento, não há nada em tela que possa ser tido como assombroso para o mesmo.
E realmente 2012 foi o ano de Matthew McConaughey (Killer Joe - Matador de Aluguel). Mesmo tendo pouco espaço e destaque na trama, o ator é dono dos melhores momentos do filme, além de mostrar-se bastante à vontade nas cenas como profissional da noite. Mesmo que o tom do filme beire a comédia em alguns momentos, McConaughey surge em cena justamente frisando o contrário, o que não deixa de ser irônico ao analisar que grande parte de sua carreira cinematográfica foi representando justamente personagens pouco sérios. Irônico ou não, o ator faz aqui um grande trabalho, sendo um grande chamariz para quem ainda está em dúvida sem confere ou não a obra.
Devo dizer que não tenho nada contra ao trabalho de Channing Tatum como ator, pois mesmo reconhecendo suas limitações dramáticas o acho bastante esforçado e dono de um certo carisma, portanto não me encontro no grupo (grande, por sinal) de críticos contra a capacidade do ator. Dito isso, afirmo que o ator se sai bem como o protagonista Mike, muito disso devido a sua própria experiência no ramo abraçado pelo filme. Além do mais é impossível não destacar sua capacidade como dançarino, que é bastante explorada por Soderbergh no filme. Afora Alex Pettyfer (Eu Sou o Número 4), quase nenhum dos outros membros do grupo de stripers entrega grandes performances, pois sequer são bem desenvolvidos dramaticamente, servindo apenas como background de luxo para a conceitualização do filme.
É bem verdade que o grande destaque desse filme encontra-se no trabalho do coreógrafo que cria momentos bastante particulares ao filme, que afinal de contas trata de um clube de strip para mulheres, portanto há de se mostrar homens dançando. Neste sentido o filme sagra-se bastante competente, além de também nunca apelar para a superexposição de forma forçada, mérito este de Soderbergh e da produção do filme.
Apesar de ter tido um enorme sucesso nas bilheterias (especialmente nos Estados Unidos, o que não deixa de ser um fenômeno interessante, tendo em vista que o país das oportunidades comumente se mostra demasiadamente carola) e suscitar boatos acerca de uma possível sequência - a qual (pasmem) poderia ser dirigida por Tatum -, Magic Mike não é um grande filme, especialmente por não ter uma grande profundidade narrativa e certamente não encontra-se entre os grandes trabalhos de Steven Soderbergh, mas é uma peça de entretenimento válida que possui seus méritos. Sem sombra de dúvidas um sucesso quase que inabalável entre o público feminino, acredito eu que há o que se retirar do filme elementos além de suor e corpos malhados, pois até mesmo a recorrente brincadeira com a iluminação do filme, em tons de azul e vermelho, já dão pistas de que há crítica contra o establishment recheado de hipocrisia norte-americano, o que o próprio cartaz do filme estampa sem pudor algum.
AVALIAÇÃO
TRAILER
Mais Informações:
Filmes de STEVEN SODERBERGH comentados no CineMografia.
Bilheteria:
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