Algumas vezes alguns filmes premiados e bem recomendados são deixados para trás de forma não proposital, simplesmente nos dedicamos a conferir outros títulos e acabamos por esquecer de um ou outro. Dentre os "esquecidos" por mim encontrava-se Os Descendentes, drama familiar dirigido e co-roteirizado por Alexander Payne (Sideways - Entre umas e Outras) e indicado a melhor filme no Oscar referente ao ano de 2011. Hoje, após finalmente conferi-lo, não sei se o filme tem um peso tão grande a ponto de sagrar-se como o melhor filme do ano, mas é inegável que o mesmo é um filme excelente, quase que totalmente focado na interpretação de seu elenco, podendo ser classificado como um filme de atores.
George Clooney (Um Homem Misterioso) encabeça o poderoso elenco e interpreta um homem que se vê forçado a administrar o lar (suas duas filhas) após um sério acidente sofrido por sua esposa, que encontra-se em estado de coma. Marido e pai ausente, o personagem de Clooney terá que se desdobrar para compreender a realidade de suas duas filhas, enquanto descobre alguns detalhes referentes à sua vida que o desnortearão por completo. Vencedor do Globo de Ouro (além de ter recebido uma indicação ao Oscar) pela performance, é inegável que Clooney compõe aqui um personagem complexo, frágil e, por conseguinte, distinto da maioria de seus personagens anteriores, conferindo grande humanidade ao mesmo, o que por si só já justifica sua aclamação perante crítica e público.
Mas não é apenas George Clooney que se destaca em Os Descendentes. A até então pouco conhecida Shailene Woodley (talvez seu maior destaque tenha sido como uma personagem da série juvenil O.C. - Um Estranho no Paraíso), que interpreta a filha mais velha do personagem de Clooney, mostra-se intensa e emotiva em sua composição e acaba por roubar a cena do filme em alguns momentos. Quem também aparece bem é Judy Greer (A Vila), que tem pelo menos uma grande cena no clímax do filme, que envolve um misto de emoção e comicidade. Apesar do pouco tempo em cena, nomes como Beau Bridges (Max Payne), Matthew Lillard (Pânico) e Robert Forster (Jackie Brown) - outro que rouba a cena - complementam o casting do filme.
É certo que não há grandes arroubos narrativos por parte de Alexander Payne, contudo seu filme mostra-se equilibrado do início ao fim, envolvendo o espectador aos poucos e construindo uma relação de cumplicidade e entendimento para com os eventos mostrados. Os Descendentes não apresenta rupturas ao estilo do cineasta, tanto que investe naquele meio termo entre drama e comédia já particulares ao mesmo. É claro que o encaixe entre cenas mais pesadas com as de notável alívio cômico são orquestradas com esmero por Payne, que constrói aqui um filme gostoso de se assistir, mas que ao mesmo tempo não é narrativamente avassalador ou recheado de surpresas, muito pelo contrário, neste sentido é um filme bem quadradinho, todavia bastante eficiente.
Elenco afiado, direção segura, roteiro bem amarrado - baseado no livro homônimo de Kaui Hart Hemmings -, fotografia deslumbrante - a cargo de Phedon Papamichael, (Os Indomáveis), que aposta nas establishing shots para destacar a beleza do Hawaii e acaba sendo muito bem sucedido na escolha - e conteúdo de fácil entendimento e assimilação marcam o conjunto harmonioso que forma Os Descendentes, uma obra gostosa de se assistir, que traz um olhar de reflexão, mas numa embalagem leve e contempladora, nos fazendo passear por momentos de angústia e pesar, sem esquecer de frisar que, apesar da tristeza sentida hoje, o sol não deixará de nascer e certamente brilhará ainda mais forte amanhã.
George Clooney (Um Homem Misterioso) encabeça o poderoso elenco e interpreta um homem que se vê forçado a administrar o lar (suas duas filhas) após um sério acidente sofrido por sua esposa, que encontra-se em estado de coma. Marido e pai ausente, o personagem de Clooney terá que se desdobrar para compreender a realidade de suas duas filhas, enquanto descobre alguns detalhes referentes à sua vida que o desnortearão por completo. Vencedor do Globo de Ouro (além de ter recebido uma indicação ao Oscar) pela performance, é inegável que Clooney compõe aqui um personagem complexo, frágil e, por conseguinte, distinto da maioria de seus personagens anteriores, conferindo grande humanidade ao mesmo, o que por si só já justifica sua aclamação perante crítica e público.
Mas não é apenas George Clooney que se destaca em Os Descendentes. A até então pouco conhecida Shailene Woodley (talvez seu maior destaque tenha sido como uma personagem da série juvenil O.C. - Um Estranho no Paraíso), que interpreta a filha mais velha do personagem de Clooney, mostra-se intensa e emotiva em sua composição e acaba por roubar a cena do filme em alguns momentos. Quem também aparece bem é Judy Greer (A Vila), que tem pelo menos uma grande cena no clímax do filme, que envolve um misto de emoção e comicidade. Apesar do pouco tempo em cena, nomes como Beau Bridges (Max Payne), Matthew Lillard (Pânico) e Robert Forster (Jackie Brown) - outro que rouba a cena - complementam o casting do filme.
É certo que não há grandes arroubos narrativos por parte de Alexander Payne, contudo seu filme mostra-se equilibrado do início ao fim, envolvendo o espectador aos poucos e construindo uma relação de cumplicidade e entendimento para com os eventos mostrados. Os Descendentes não apresenta rupturas ao estilo do cineasta, tanto que investe naquele meio termo entre drama e comédia já particulares ao mesmo. É claro que o encaixe entre cenas mais pesadas com as de notável alívio cômico são orquestradas com esmero por Payne, que constrói aqui um filme gostoso de se assistir, mas que ao mesmo tempo não é narrativamente avassalador ou recheado de surpresas, muito pelo contrário, neste sentido é um filme bem quadradinho, todavia bastante eficiente.
Elenco afiado, direção segura, roteiro bem amarrado - baseado no livro homônimo de Kaui Hart Hemmings -, fotografia deslumbrante - a cargo de Phedon Papamichael, (Os Indomáveis), que aposta nas establishing shots para destacar a beleza do Hawaii e acaba sendo muito bem sucedido na escolha - e conteúdo de fácil entendimento e assimilação marcam o conjunto harmonioso que forma Os Descendentes, uma obra gostosa de se assistir, que traz um olhar de reflexão, mas numa embalagem leve e contempladora, nos fazendo passear por momentos de angústia e pesar, sem esquecer de frisar que, apesar da tristeza sentida hoje, o sol não deixará de nascer e certamente brilhará ainda mais forte amanhã.
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